Author: Valter Hugo Muniz Page 36 of 240

Valter Hugo Muniz - Formado em Comunicação Social com ênfase em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de SP (PUC-SP) em 2009, concluiu em 2012 a “laurea magistrale” em Ciências Políticas no Instituto Universitário Sophia, na Itália. Com experiência em agências de comunicação, multinacionais, editoras e televisão é, atualmente, consultor de comunicação na ONG Arigatou International, em Genebra, Suíça. Com vivência de mais de cinco anos na Europa (Itália e Suíça), participou de trabalhos voluntários em São Paulo e na Indonésia pós Tsunami (2005), além de uma breve estadia na Costa do Marfim (2014). É fundador do escrevoLogoexisto.

Mobilidade urbana: valorizar o bem comum para diminuir a desigualdade

Mobilidade urbana

Uma premissa importante, em qualquer discussão politica, é a consciência de que, por meio do diálogo (aberto e respeitoso) conseguimos nos aproximar sempre mais da Verdade (com V maiúsculo) para, assim, cultivar opiniões ponderadas. A estupidez, tanto a anárquica, quanto a ditatorial, está nos extremos.

A mobilidade urbana, considerando a desproporcionalidade das comparações

Há alguns dias tenho pensando na questão da mobilidade na minha cidade natal: São Paulo. É difícil comparar a maior cidade da América do Sul com a grande maioria de cidades do mundo, pois, pelas dimensões físicas e, principalmente, populacionais ela pertence a um pequeno grupo de metrópoles do planeta. Essa característica marcante da cidade aumenta também a complexidade das soluções relacionadas à mobilidade social.

Pensando as experiências que fiz e lugares que visitei, acho que existem sim algumas ideias políticas que podem ser copiadas e aplicadas com prudência. Quem, como eu, teve o privilégio de sair de São Paulo e conhecer outras cidades do mundo, na Europa e na Ásia, pôde certamente perceber que os países, “cases de sucesso” em relação à mobilidade urbana, privilegiam politicamente o transporte público.

Não acho que o governo deve tomar medidas que impossibilitem a aquisição ou a mobilidade daqueles que fazem uso do transporte particular (principalmente carros). Mas as medidas políticas, a curto, médio e longo prazo, e para o bem da natureza, deve vislumbrar o transporte público.

Minha experiência de mobilidade urbana

Mobilidade urbanaEm 2005, quando estive em Singapura, fiquei surpreendido com a maneira com que o país gerencia a mobilidade de seus cidadãos. Um transporte público de ponta, estradas conservadas, com muitos automóveis, mas pouquíssimo trânsito, principalmente na região central da cidade, onde o fluxo de pessoas é maior. Lá vi pela primeira vez o pedágio urbano, em que os carros pagam uma taxa ao entrar no centro, em determinados horários dos dias úteis. Singapura é muito menor que São Paulo, mas é um exemplo eficaz de administração pública voltada para o bem comum, coletivo.

Outra coisa que percebi, fora do Brasil, é que o transporte particular não tem o mesmo valor de “status social” como é no nosso país. Em países ricos, em que se privilegia a qualidade de vida e a manutenção dos recursos naturais, as pessoas valorizam a possibilidade de se locomoverem com o transporte público, bicicletas. O carro é usado, principalmente, nos finais de semana.

Claro, diriam muitos paulistanos (muitos sem terem jamais saído da cidade), em nenhum desses lugares o transporte público é tão superlotado! Bom. Isso é não é verdade! Hoje, nas grandes cidades do mundo, nos horários de pico, é comum a superlotação do transporte público. Roma, Genebra, Milão, Nova Iorque… Vá passar alguns meses trabalhando ou estudando em uma delas para ver se estou dizendo besteira! Aqui, pensando na situação de São Paulo, retorna a questão das proporções. Superlotação em uma cidade de 500 mil habitantes é um problema pequeno, se comparado a uma com 11 milhões de habitantes.

Porque ser a favor dos corredores de ônibus em São Paulo

Mobilidade urbanaToda essa explanação eu desenvolvi para questionar as reclamações dos motoristas de carro,  contra as medidas do governo municipal de, ao menos, iniciar um processo de transformação da mobilidade urbana em São Paulo.

Minha família não tem carro, meus pais não tem carro. Nós nos movemos com transporte público e bicicleta por opção (e por vivermos e trabalharmos em locais em que isso é possível). Fico triste com a incoerência da crítica a respeito da precariedade do transporte público, de gente que anda de carro, sozinho, com ar condicionado, ouvindo música ou assistindo filme, enquanto a grande maioria dos paulistanos vai, de um lugar para o outro, em pé, “ensardinhada”, sem o mínimo conforto. Justamente por isso, e pensando no bem da maioria, qualquer tentativa de melhoria da mobilidade urbana na cidade deveria ser aplaudida de pé, festejada por todos, porque um transporte público de qualidade é a base para uma mobilidade decente.

Na última semana a revista Época, da editora Globo, colocou a mobilidade urbana em sua reportagem de capa. De maneira simplória, beirando o banal, a matéria decreta, em menos de um ano atividade, o fracasso dos corredores de ônibus.

Hoje, li uma interessante e equilibrada carta aberta que questiona a reportagem. A maior riqueza dela não é não responder agressivamente aos desvios falaciosos da revista, mas mostrar que os juízos em relação às politicas públicas precisam respeitar um tempo mínimo, para que não acabem destruindo as ideias que (talvez) beneficiem a maioria.

Claro, e como diz a carta, não devemos fechar os olhos aos erros (comuns) de qualquer projeto politico. Porém, precisamos estar cientes de que, morando em uma sociedade (e não isolados em bolhas) é necessário estarmos prontos a perder um pouco do nosso conforto individual, em detrimento do bem comum (Quantas famílias já não foram desabrigadas para construção de ruas e rodovias que melhorassem o fluxo de veículos automotivos? ).

Como disse uma amiga, talvez nós não vejamos a cidade melhorada que se espera no futuro, mas isso não nos tira a responsabilidade em apoiar a construção de um lugar melhor para nossos filhos, já no presente.

Mandela: A África unida por um sorriso inesquecível

Mandela

Peço licença à colabora do escrevoLogoexisto Mariana Assis, que escreveu nas últimas sextas-feiras, para hoje, homenagear um dos homens mais importantes da história da humanidade moderna. Ontem, 5 de dezembro de 2013, um dos maiores promotores da paz e da reconciliação do século XX, concluiu sua longa jornada de 95 anos: Nelson Mandela.

Madiba e Tata Mandela

Mandela

Madiba, o nome usado como sinal de carinho e respeito, em referencia ao clã Thembu a que Mandela pertencia, foi um universo de testemunhos pacíficos, valorização do ser humano e, o que sempre me impressionou: exaltação da alegria. A história de Mandela é marcada pela dor, pela guerra mas, independentemente de tudo isso, ele jamais deixou de sorrir.

Encontrei um site interessante que conta um pouco da rica história de “Tata”, que significa «pai» em Xhosa, e é atribuído a Nelson Mandela porque ele é considerado o pai da democracia na África do Sul.

Mandela para o mundo

A luta de Mandela emergiu para extinguir um mal produzido pela colonização europeia que, ainda hoje, causa sérios danos à cultura tradicional africana. Os valores e os métodos impostos pelos países do “norte” deixaram sequelas profundas, incontáveis cadáveres e inúmeros mártires que sofreram as consequências da exploração ambiciosa .

A partir dessa perspectiva, Madiba já teria inúmeros motivos para promover a divisão, o ódio, a vingança dos negros do extremo sul subsaariano, segregados, em sua própria terra, pelos brancos europeus e seus filhos.

Mas não, Mandela não ressaltou nenhum tipo de lamento vitimista. Ele soube olhar além e, na alvorada de uma nova situação politica, conseguiu evidenciar valores comuns, aspectos que uniam brancos e negros, todos africanos, em uma mesma nação. Fez isso com o esporte, com a música, na organização política, na promoção da educação e deixou como herança para seu povo, o país mais desenvolvido do continente africano.

O sorriso cativante de um líder

MandelaA beleza de tudo isso é que Mandela foi um líder que transformou a África sorrindo. Tata foi um “pai” afetuoso para a nação sul-africana, que mantinha, particularmente, uma proximidade com as crianças e os jovens de seu país. Para ele, cuidar de ambos era garantir um futuro promissor para a nação.

Nelson Mandela simbolizava aquilo que se pode esperar de MELHOR da África. Um continente feito de gente que luta, sofre, mas não perde JAMAIS o sorriso estampado no rosto, a alegria de viver e desfrutar dos aprendizados que a vida dá.

Madiba é para mim um dos seres humanos mais maravilhosos que a humanidade recebeu. Ele não ficou “sentado” esperando que as feridas da guerra cicatrizassem, mas foi o protagonista, chamou a responsabilidade para si e com inteligência e criatividade sanou uma das maiores e mais trágicas doenças que a humanidade vivenciou: o Apartheid.

Agradeço a Deus pela vida de Mandela, Tata, Madiba. Pelo seu testemunho fiel e alegre, mostrando ao mundo que a divisão, até mesmo a mais dramática delas, não é capaz de suprimir o amor, a alegria e o perdão.

Trailer do filme biográfico que chegará logo aos cinemas do mundo. Imperdível

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Homens são homens e mulheres são mulheres: o papel social dos gêneros

papel social

Há algumas semanas tive uma conversa “polêmica” com a minha esposa a respeito do papel social do homem e da mulher no mundo contemporâneo e as consequências dos modelos que a, dita, “cultura ocidental” assumiu para si. Decidi reproduzir o meu pensamento para ver o que as pessoas pensam sobre o tema:

Premissas fisiológicas:

Algumas premissas para mim são claras e transcendem as escolhas sociais: homens e mulheres são fisiologicamente diferentes o que define, por conseguinte, papéis na preservação da espécie diferentes.

Bom, deixando de lado os motivos religiosos que definem aspectos que transcendem a simples sobrevivência, acredito que seja possível dizer que a premissa da vida de um “homo sapiens” é: a preservação da própria espécie. Para que isso ocorra, é fundamental que algumas dinâmicas funcionem bem: a alimentação diária e as medidas de proteção às adversidades do contexto externo em que os indivíduos estão inseridos.

Resumindo: alimentano-se e protegendo-se dos perigos externos, é possível que ser humano tenha uma expectativa de vida razoável. Certo? Errado!


O homem comunitário: primeira definição do papel social dos gêneros

Diferentemente de outros seres vivos, os seres humanos são seres “comunitários”. Para aumentar a chance de sobrevivência, os homo sapiens copiaram alguns dos seus ancestrais e começaram a viver em grupos. Porém, a vida em grupo levou à divisão de tarefas. E aqui, acredito, surgiram as primeiras definições “sociais” do papel diferenciado entre homens e mulheres.

papel social

Não me parece muito racional dizer que, já nessas sociedades primitivas, existia uma dinâmica machista, que submetia a mulher às “inferiores” tarefas domésticas e os homens às “aventuras” da vida. Usando a lógica, acredito que foi partindo da própria constituição fisiológica – em que o homem é estruturalmente mais forte e a mulher aquela responsável pela geração e preservação da vida – que as dinâmicas sociais foram se concretizando. Dessa forma, enquanto o homem foi caçar, tornando-se responsável para a alimentação e proteção da família, a mulher ficou em casa, gerando e protegendo a prole, além de desenvolver habilidades artesanais em geral.

Claro que esse pensamento é fruto de uma autoconsciência, não é baseado em um estudo antropológico, mas duvido que a sociedade iria prosperar se os papéis sociais mencionados fossem invertidos. Difícil imaginar uma mulher gravida correndo atrás de um javali com uma lança e um homem dando de mamar para um bebê.

O juízo de valor sobre o papel social

Melhorando as estratégias de caça, de cultivo de alimentos, aos homens surgiu um tempo ocioso, que foi, aos poucos, permitindo a sua evolução intelectual, cultural. Mas também as mulheres, além dos afazeres domésticos, eram protagonistas das mudanças sociais, tanto no que diz respeito às atividades manuais, como intelectuais. Os homens nunca foram os protagonistas e as mulheres coadjuvantes da história da humanidade. Ao menos fisiologicamente. O que mudou foi a visão social a respeito do valor em relação às diferentes funções exercidas na sociedade.

As estruturas de poder, de dominação, também as culturais, passaram a valorizar mais a força e a capacidade foco, não a inteligência e perspicácia emocional e a capacidade de multitarefa. Isso nos trouxe ao mal do machismo, que produziu uma crença deplorável de que uma sociedade “dominada” pelos homens é mais capaz de se preservar, ou melhor, sobreviver.

As consequências para mim são claras: a discriminação social das mulheres, o seu rebaixamento social, gerou revolta e fez crescer o desejo de mostrar que ela não é uma simples fazedora de filhos. A mulher tem infinitas potencialidades que podem enriquecer efetivamente a vida em comunidade.


Uma sociedade feminista?

Felizmente, o feminismo ajudou a libertar as mulheres da doença social do machismo, mas, infelizmente, levou-as para o outro extremo. Exigindo a igualdade de protagonismo dentro da sociedade, principalmente nos aspectos que fogem à simples preservação da espécie, a mulher parece ter perdido – ou descartado – uma dimensão que é intrínseca da sua existência: a maternidade.

papel social

Vejo as mulheres modernas transformadas em homens de saias, masculinizadas. Buscando unicamente a realização profissional, a carreira, a mulher acabou esquecendo a sua essência materna, que é exclusiva dela e depende profundamente das suas habilidades e da capacidade fisiológica de gerar e proteger afetivamente a espécie. Essa transformação social tem gerado consequências dramáticas, tanto no que diz respeito às confusões em relação ao papel “fisiológico” do homem, ao novo conceito de família, e etc.

Não quero uma sociedade machista, porque acredito que, na sua origem, ela NUNCA foi, nem machista e nem feminista. O que quero é uma humanidade capaz de evoluir, revendo e atualizando o papel social de homens e mulheres, mas sem jamais descartar a essência que faz dos homens, homens e das mulheres, mulheres, iguais, mas profundamente diferentes. Desprezar as distinções fisiológicas intrínsecas pode colocar a sobrevivência harmônica e o desenvolvimento da nossa espécie em risco.

Ensino da comunicação: o desafio de estimular a partilha

Ensino da comunicação

A questão pedagógica, relacionada ao ensino das disciplinas ligadas ao universo da comunicação, sempre me “moveu” de alguma forma. Desde em que coloquei o pé na faculdade de jornalismo percebi que, mesmo estudando em dos cursos mais renomados do país, ainda faltava espaço, no ensino da comunicação, para uma reflexão que superasse a unilateralidade do pensamento político-ideológico.

Sinto-me privilegiado por, dentro do contexto formativo, ter encontrado sábios “mestres” que me estimularam a transcender à simples questão técnica, para olhar o jornalismo como instrumento de mobilização social, que pode sim operar transformações, para melhor ou, como tem majoritariamente acontecido, para pior. Contudo, faltou uma reflexão etimológica do que significa “comunicar”.

“O vocábulo ‘comunicação’, em latim communicatio, é derivado de communicare e significa ação (actio) de comunicar, partilhar, pôr em comum. Contudo, para que essa partilha ocorra efetivamente são necessários alguns pressupostos mínimos, como um mesmo idioma ou sistema de signos, valores, entre os sujeitos comunicantes, capazes de tornar similar e simultâneas afecções presentes em duas ou mais consciências”. (Comunicação e centralidade do ser humano. Aspectos éticos relacionais da comunicação jornalística em uma sociedade de massas |tese de “laurea magistrale” no Instituto Universitário Sophia)

A definição acima aponta para uma dimensão da comunicação, inclusive aquela “de massas”, que se atenta ao seu caráter fundamentalmente relacional. Saí da universidade um expert em observar e julgar os detentores do poder midiático, ancorado em uma visão excessiva dos postulados da Escola de Frankfurt. Mas, passados alguns anos da conclusão do meu curso, percebo que a práxis jornalística transcende essa visão maniqueísta da realidade e se encontra, definitivamente, com o “homem relacional”.

O ensino da comunicação interdisciplinar

Ensino da comunicaçãoSegundo comunicólogo francês Dominique Wolton, a universidade deve abraçar “a questão das relações entre as diferentes formas de cultura e a comunicação” refletindo “os problemas didáticos, deontológicos, sociais e políticos ligados à interação maior entre conhecimento, cultura, economia e comunicação”. De um ponto de vista científico, afirma Wolton, “a comunicação sempre levanta a difícil questão da interdisciplinaridade. Ela é um objeto cientifico novo a ser construído, convocando varias disciplinas, e, ao mesmo tempo, obriga cada disciplina a reexaminar suas ferramentas e seus conceitos”.

Ampliar conhecimentos que transcendam tanto o aspecto técnico, quanto a questão ideológica, enriquecendo-se do contributo fundamental de outras disciplinas, coloca o ensino da comunicação diante de seu principal protagonista, meio e finalidade: o ser humano. É nele que todas as questões de “práxis” e pedagógicas se encontram, para fazer com que a comunicação de massa tenha uma positiva ressonância social.

Assim, o retorno à etimologia do termo “comunicação” – que sublinha a sua dimensão relacional – pode dar pistas importantes para a compreensão e a atuação dos sujeitos comunicacionais. Cabe, contudo, que as propostas pedagógicas existentes tenham a coragem de superar o doutrinamento tecnicista e ideológico, para mostrar que, acima de tudo, a comunicação – da pessoal à “de massas” – é um instrumento de encontro e promoção de valores comuns.

Homenagem aos noivos Marina e Fernando | Valter Hugo Muniz

Marina e Fernando

No último sábado, um amigo de infância deu o seu SIM, diante de Deus, à sua querida esposa. Uma experiência forte, repleta de alegria e emoção, em ver um companheiro de aventuras realizando um sonho e começando uma nova etapa em sua vida.

Celebrar o amor é sempre uma coisa fantástica. Ainda mais quando é fruto de um relacionamento verdadeiro, profundo e que não se limita a buscar a própria felicidade, mas tem a “ambição” de mudar o mundo, a partir do próprio testemunho de vida.

Abaixo a homenagem que eu e minha grande amiga (e colaborado do escrevologoexisto.com) Karina Gonçalves, escrevemos para os noivos, Marina e Fernando.

Homenagem aos noivos Marina e Fernando – 30-11-2013

Estamos aqui, em nome dos muitos amigos, presentes e ausentes, espalhados pelo Brasil e também por todo o mundo, para agradecer profundamente a Deus pela graça de festejarmos esse momento tão precioso na vida de vocês, Marina e Fernando.

Graça é uma palavra que exprime bem o privilégio de estar aqui, nesta pequena cidade de Maria. Graça é sinônimo de presente, de dom, é algo que todos nós recebemos, não por mérito, mas porque existe Alguém que nos guia e deseja a nossa imensurável Felicidade.

Casamento é, acima de tudo, a celebração comunitária de uma união. Cada um de nós, amigos e familiares, está aqui porque acredita no amor que existe entre vocês. Amor que nasceu do encanto, que encorajou a explicitação do sentimento, que sofreu a distância física e, também, amor que conduziu cada um no caminho de discernimento e busca íntima da verdade existencial para a qual nasceu.

É lindo perceber que foi um Amor ainda maior que fez os dois se encontrarem. Um amor que ambos consideram Ideal de vida e que, somado ao amor de um pelo outro, permitiu que vocês fossem capazes de superar cada dificuldade. Talvez ninguém nesta igreja vivenciou todos os momentos da aventura que trouxeram vocês dois até o Grande Sim. Mas, com certeza, quando pudemos estar juntos, festejamos, sofremos e acreditamos que tudo era uma importante etapa para chegar a este sagrado momento.É esse Amor, somado ao amor de um pelo outro, que produz felicidade, individual, no casal e em toda a comunidade.

Felizes! Todos estamos! Pois é impossível não reconhecer que vocês se preparam bem, estão prontos para essa maravilhosa aventura. Agora, no matrimônio, os desafios aumentam, mas, junto com eles, cresce a força, a alegria, a paciência, para que os dois sejam capazes de repetir, em cada nova fase da vida em família, o ciclo virtuoso do amor que é escolha individual, amor reciproco e luz comunitária.

Uma só vida, um só coração, forjado a cada novo dia na chama do amor que jamais se consome. Ao contrário, amor que revela nuances sempre inéditos, que impulsiona a lançar tudo, todo o ser, nessa grande escolha esponsal que hoje se concretiza com o sacramento do matrimonio. É maravilhoso contemplarmos o mais belo SIM de vocês a DEUS, através do Sim de amor um ao outro!

Muito obrigado Marina e Fernando, pela alegria e pelo amor de vocês, entre vocês, e que chega a nós. Que essa verdadeira união, abençoada por Deus, na Cidade de Maria, continue a iluminar, sempre cada um que encontrarem.

Por fim o mais importante: Jamais se esqueçam de que estamos todos juntos! Pois não existe família sem comunidade, da mesma forma que não existe comunidade sem famílias.

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