Author: Valter Hugo Muniz Page 103 of 240

Valter Hugo Muniz - Formado em Comunicação Social com ênfase em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de SP (PUC-SP) em 2009, concluiu em 2012 a “laurea magistrale” em Ciências Políticas no Instituto Universitário Sophia, na Itália. Com experiência em agências de comunicação, multinacionais, editoras e televisão é, atualmente, consultor de comunicação na ONG Arigatou International, em Genebra, Suíça. Com vivência de mais de cinco anos na Europa (Itália e Suíça), participou de trabalhos voluntários em São Paulo e na Indonésia pós Tsunami (2005), além de uma breve estadia na Costa do Marfim (2014). É fundador do escrevoLogoexisto.

[vidaloka] Saas Grund e Genebra

Faz tanto tempo que não escrevo, ainda mais na minha língua “mater”, que sinto dificuldades de expressar o turbilhão de sentimentos que a nova vida no Velho Continente vem me presenteando.

Nas duas últimas semanas pude vislumbrar das belezas alpinas em um programa de férias do Movimento dos Focolares, na cidade de Saas Grund, paraíso cercado de montanhas.

Além da convivência agradável e dos passeios repousantes, pude me ver diante de diversas oportunidades de conhecer gente nova, de cultura diferente e compartilhar essas descobertas com a Flavia.

Região de língua francesa, pela primeira vez não sofri tanto em não falar um idioma. Fui salvo tantas vezes com o meu inglês (fraco), mas, acima de tudo, contei com a boa vontade de tanta gente que se esforçava por “desenterrar” o italiano e assim trocar algumas palavras comigo.

Terminadas as férias, de volta a Genebra.

A minha primeira impressão da cidade não foi a das melhores, sobretudo por ser uma cidade luxuosa, mesmo com uma enorme comunidade “estrangeira”.  Espanhóis, portugueses, brasileiros, italianos… a quantidade de latinos é absurda.

Porém, voltando à cidade, pude descobrir que tudo nasce do nosso “olhar” sobre os lugares que passamos. Genebra é uma cidade linda, completamente adaptada ao ciclismo e só isso já seria suficiente para que eu ficasse por lá.

Com Flávia passeamos, comemos bem, encontramos amigos, mas já estamos de volta à Wohlen, pois amanhã partimos para mais uma aventura, em solo catalão, na Espanha.

Continua….

[vidaloka] Suiça = Wohlen

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Enfim Wohlen!

Depois de cinco anos daquele 9 janeiro que ficou marcado na minha história, eis-me aqui, agora como namorado daFlávia, reencontrando toda a família, o lugar, a cultura, a língua.

Realmente para mim estar na Suíça é uma grande milagre. Há cinco anos, quando voltei para casa, não imaginava que um dia voltaria, ainda mais nessas condições.

Contudo, é maravilhoso perceber que as surpresas acontecem  sobretudo para aqueles que procuram estar abertos, livres!

Quantas experiências, aprendizados, erros e acertos, até chegar aqui! Renderiam um livro, certamente. Mas, é difícil dizer o quanto me sinto feliz.

E felicidade não dá pra explicar, definitivamente! É algo que preenche (temporâneamente) todo o vazio existencial (porque, na minha opinião esse vazio só será completamente preenchido na “outra” vida) que precede a nossa existência. Mas como é possível sentir-se feliz aqui nesta terra?

A minha resposta, o modo como Deus encontrou de me fazer estar “perto” Dele, COM Ele, é: RELACIONAMENTOS.

É neles que me realizo profundamente. Na especificidade e na profundidade que cada alma oferece e nos impulsiona a uma resposta única.

Claro que aqui “vibra” um “vulto” especial de sintonia, com alguém que não só ocupa um espaço de realização humana, mas que toca o todo, em sucessivas fissões nucleares. Sucessivas e, porque não, infinitas.

Cultura, língua, diferenças são desculpas que podem aproximar ou distanciar pessoas… eu tenho procurado me enriquecer sempre, crescer e aprender muito com elas e isso potencializa a minha felicidade.

[Seminario NetOne 2010] Comunicar amanhã

confecom balões coloridos

Post original: http://netonebr.wordpress.com/2010/06/14/comunicar-amanha/

“Quantos de vocês estão preocupados com o futuro do jornalismo? E com os futuros jornalistas?”

Essas foram as perguntas que abriram o meu discurso, a experiência que tive o privilégio de apresentar aos participantes do Seminário Internacional “Prove di Dialogo”.

A Europa está em crise.

Essa constatação é perceptível simplesmente se procuramos acompanhar o noticíario de algum telejornal do país. Porém, o que não é tão fácil de assimilar estando “fora” dessa realidade particular, específica, é o reflexo que essa crise sócio-política vem causando na Itália de Berlusconi.

Mas qual a relação entre as perguntas provocativas feitas no início da minha experiência com a situação sócio-política da Itália?

Bom… nessas duas últimas semanas vividas em solo europeu encontrei uma realidade bem diferente daquela em que me defrontei 5 anos atrás.

Especificamente, na Itália, os problemas econômicos e o mau estar político vem servido de alerta por grande parte da imprensa local para o perigo iminente de uma ditadura.

Semana passada o Senado italiano aprovou uma lei que restringe a atividade da imprensa, proibindo grampos telefônicos ou a revelação de material audiovisual que apontem supostos crimes, até que o processo jurídico seja concluído, além de outros pormenores que consideram a lei uma censura explícita à atividade dos jornalistas e um escandaloso favorecimento as ações criminosas da Máfia.

Estando em meio a essa quente discussão política, olho ao meu redor e me pergunto: aonde estão os jovens neste debate? Qual a participação política tanto nos protestos, quanto na produção de informação, que mostre a importância do protagonismo deles nesse momento particular?

Não se pode “tentar” o diálogo sem que as novas (e futuras) gerações sejam ouvidas, envolvidas no debate, mas é necessário que esses jovens se esforcem para fazer ecoar a própria voz.

A sensibilidade em direção ao desenvolvimento social parece bem mais viva na América Latina, lugar em que a miséria e a desigualdade é bem mais VISUAL. Na Europa, o consumismo e o bem estar que “esconde” os problemas sociais, desfoca o olhar em relação as diferenças e inibe o crescimento da consciência que leve à uma ativa participação política.

Por isso, efetivamente, é necessário um intercâmbio cultural entre o aspecto reflexivo do jeito “europeu” de comunicar e o modo “latino-americano” de produzir informação, participar do debate público, que vai de encontro com a demanda (urgente) de uma ação efetiva que caminhe em direção ao bem estar comum.

Pessoalmente, temo que a vida urbana no Brasil, excessivamente ocidentalizada (no sentido de incorporação cultural do consumismo capitalista), sobretudo no que diz respeito aos “valores”, nos leve como sociedade e no modo de produzir informação, aos mesmos tristes rumos em que se encontra a Itália atualmente.

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