Author: Valter Hugo Muniz Page 101 of 240

Valter Hugo Muniz - Formado em Comunicação Social com ênfase em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de SP (PUC-SP) em 2009, concluiu em 2012 a “laurea magistrale” em Ciências Políticas no Instituto Universitário Sophia, na Itália. Com experiência em agências de comunicação, multinacionais, editoras e televisão é, atualmente, consultor de comunicação na ONG Arigatou International, em Genebra, Suíça. Com vivência de mais de cinco anos na Europa (Itália e Suíça), participou de trabalhos voluntários em São Paulo e na Indonésia pós Tsunami (2005), além de uma breve estadia na Costa do Marfim (2014). É fundador do escrevoLogoexisto.

[vidaloka] “Debut” à Loppiano

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Loppiano é uma pequena vila dentro da pequena Incisa Vald’Arno, cidadezinha da Toscana italiana, há quase 30kms de Florença.

Aqui, em 1953, Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, iniciou um projeto de cidade-modelo querendo mostrar, na prática, como seria o mundo se todos procurassem viver uns pelos outros.

É aqui que também nasceu o Instituto Sophia, universidade que permite que bacharéis de todo o mundo possam realizar um mestrado ou doutorado em “Fundamentos e perspectivas de uma cultura da unidade”

Cheguei há Loppiano ontem, 11 de setembro. Apesar da data que remete a acontecimentos catastróficos, entrar aqui foi uma experiência muito tranquila.

Estou hospedado em uma grande casa que abriga os estudantes da universidade. Até o momento estão também aqueles que serão os primeiros a concluir o mestrado.

Muitos brasileiros, alguns filipinos e outros representantes de todo o mundo em um contínuo e proveitoso “partilhar”. É isso que penso que será a experiência aqui. Mas acredito que é melhor não esperar demais.

Sinto que devo realmente viver intensamente essa oportunidade de estar aqui por tudo aquilo que deixei, todas as renúncias, dificuldades e me sinto PRONTO!

A escolha principal de estar aqui é que, depois de uma formação basicamente de esquerda, pensava de me enriquecer de uma outra formação, que evidencie os valores cristãos que acredito e que considero essenciais para uma mudança efetiva da sociedade.

Enfim… vamoquevamo!

[vidaloka] Última semana na Suíça

6 days! Realmente não pensava que a minha permanência em terras alpinas passaria tão rápido.

Desde o dia 23 de junho, quando passei a estar não só próximo de “cuore” , mas também fisicamente da Flávia, pude experimentar uma alegria e uma realização profunda, pela simplicidade e pela felicidade constante.

Nesses dois meses e meio viajamos muito, conheci a Espanha, a França, mas além dos aspectos turísticos talvez aquilo que mais tive prazer em conhecer foi a “vida juntos” com alguém que sempre esteve comigo.

Uma experiência proveitosa não só para o coração, mas também um exercício de se conhecer melhor para fazer mais feliz quem está ao nosso lado.

Nas últimas duas semanas estive envolvido em comemorações familiares e em nenhum momento me senti à parte da situação. Desde que passei “oficialmente” a fazer parte da Família Ganarin fui acolhido com um amor enorme, concreto, por parte de todos.

Aqui encontrei a família que tive deixar no meu Brasil. Não que seja algo substituível, afinal de contas família é só uma, mas o sentimento de “casa”, esse sim é relativo. Casa é um lugar onde a gente se sente parte, é uma relação de pertencimento, que depende muito do modo como somo acolhidos aonde estivermos.

E por falar em família, pude voltar à minha Montet, depois de 6 anos que me despedi da cidadezinha do cantão de Friburgo. A emoção foi enorme!

Reencontrar tanta gente com quem pude construir relacionamentos tão especiais, profundos foi algo que preencheu meu coração e me fez novamente me dar conta que não a quantidade, mas a qualidade dos relacionamentos é que nos faz verdadeiramente felizes.

Porém são só mais 6 dias… na próxima terça-feira estarei voando de volta pra Itália, para começar o meu mestrado em “Fundamentos e perspectivas de uma cultura da unidade”, em Loppiano, Incisa Vald’Arno, cidadezinha próxima à Florença, na Toscana italiana.

Ali começa uma nova fase, uma nova experiência e desde já estou procurando preparar o coração para ela e para vivê-la junto com Flavia e a minha família Suíça.

escrevo Logo existo – 4 anos de continuidade!!

Continuidade!

Bendita palavra, enorme desafio!

Na correria do dia – a – dia e principalmente na mudança constante de prioridades, empenhos… levar para frente um projeto experimental, pessoal, como um BLOG é realmente algo que me faz sentir um pouco herói.

Durante esses 4 anos de eLe vivenciei questionamentos, discussões, momentos bons, dificuldades, mas diante de tudo, procurei permanecer fiel.

E fidelidade é uma das tantas palavras banalizadas na nossa sociedade moderna. Vemos em diversos âmbitos da vida que, muita gente, quando aparece a primeira dificuldade, já leva como motivo de desistência, de render-se.

Difícil é, diante dos desafios, respirar fundo e seguir adiante. Difícil é acreditar (ingenuamente) que só o poder da palavra, da reflexão, pode, de alguma forma, mudar o mundo.

Fácil é esperar. Fácil é não fazer nada, criticar quem faz, mas e você??? Quanto tem colocado à disposição da humanidade seus próprios talentos? Quanto tem valorizado o bem e repassado a mensagem de que, se cada um procura fazer o MELHOR, já construímos um mundo mais justo??

Não me bajulo pelos 4 anos de BLOG. Afinal de contas, esses meus textos, fotos, vídeos não me renderam nenhum sucesso financeiro. Não fui convidado para trabalhar para ninguém. Mas comentários, discussões, críticas e elogios, quase um por cada texto que escrevi, me impulsionaram a seguir, a continuar escrevendo, acreditando, gerando uma Nova Cultura, concretamente.

Agradeço à todos os leitores, amigos, desconhecidos, que de alguma forma me ajudaram nos momentos difíceis. É para vocês que o eLe existe. Continuem lendo, criticando, dando dicas, participando…

Quais são os próximos desafios??

Primeiro: Conseguir um patrocínio que hospede o blog em uma plataforma paga, mais complexa e que possa oferecer mais aos leitores. (Nos próximos dias entrará em vigor a campanha “Partners financeiros”

Segundo: Encontrar colaboradores, com o mesmo espírito (Em setembro começará a campanha “Escreva e exista”, seleção de 3 colaboradores para o blog) para cada tipo de categoria (foto, vídeo, áudio, texto).

Terceiro: Triplicar o número de cadastrados para o próximo ano.

Então… vamo que vamo!! Quem estiver interessado em ajudar ou colaborar no Novo eLe entre em contato pelo email valterh@gmail.com

Grande abraço e PARABÉNS!

Valter Hugo Muniz

ps: Para cadastrar é só acessar: http://feedburner.google.com/fb/a/mailverify?uri=vartzlife

ps: Para visualizar o chat online em comemoração pelo quarto aniversário do eLe: http://vartzlife.wordpress.com/4-anos-de-escrevo-logo-existo/

29 dias no país do Tsunami – Parte 31: admirando o pôr do sol

Hoje acordamos realmente muito cedo e fomos à missa para depois viajar em direção a Aceh, cidade mais próxima do epicentro do maremoto que gerou o Tsunami devastador na região, 6 meses atrás. A nossa última viagem.

Viajei com Ponty, uma aventura incrível… 7 horas, debaixo do sol. Uma viagem longa e cansativa.

Lá pelas 17h chegamos a primeira vila que pertence ao projeto da AMU (www.azionemondounito.org) . Fomos festejar com os moradores locais toda a pesca feita por meio dos barcos financiados pelo projeto. Comemos bastante, tudo muito bom e simples.

Depois fomos fazer um passeio com um desses barcos e em seguida fomos visitar uma outra vila.

Tivemos o privilégio de ver um por do sol maravilhoso e agora somos em uma grande casa, talvez de um religioso, dormindo no terraço com uma visão incrível de uma mesquita.

O privilégio de ser jornalista

Sempre fui tratado com uma certa depreciação por parte de amigos por ser jornalista. A ignorância faz acreditar que “qualquer um sabe escrever” e pior, permite que muita gente realmente pense que o trabalho jornalístico se resume exclusivamente a esse “escrever”.

Dessa forma a imprensa mundial é cheia de pseudo-comunicadores que simplesmente “escrevem”, mas pouco pensam, se preparam, refletem e em nada procuram desenvolver o próprio ofício de forma ética sabendo que, antes de tudo, o profissional da comunicação é um prestador de serviços, primeiramente, à própria comunidade e a conseqüentemente à sociedade como um todo.

Contudo, ser jornalista é se deparar com experiências novas, desafios inesperados e poder vivenciá-los é o que me faz ser tão apaixonado pela minha profissão.

Três dias atrás, em uma conversa informal, fui convidado para participar de uma jornada no castelo de Caux, maravilhosa construção da pequena cidade que está a sudoeste da Suíça e abriga o centro de conferências da organização “Iniciativa e mudança”, que desenvolve diversos trabalhos em prol de um mundo melhor em diversos países.

A ocasião especial era a participação da atual presidente do Movimento dos Focolares (www.focolare.org), Maria Voce. Convidada a apresentar um painel sobre a Economia de Comunhão (EdC) (www.edc-online.org), iniciativa no campo da Economia dos Focolares, Maria Voce foi uma das palestrantes da semana intitulada “Confiança e Integridade na economia global”.

O trabalho desenvolvido por “Iniciativa e mudança” é muito interessante e vale a pena conhecer (www.caux.iofc.org) e as semelhanças das iniciativas realizadas no campo econômico foram aquilo que motivou a organização a convidar Voce.

O que eu não esperava é que, após a conversa informal citada acima, estaria “pautado” a escrever um artigo sobre a conferência e já agendado uma entrevista com Martin Robra, teólogo e um dos diretores do “ World Council of Churches”, outra com o representante do movimento budista, Rissho Kosei-kai, Naoki Taketani, e a última com Maria Voce.

Durante a sua intervenção, a presidente dos Focolares falou sobre a experiência da Economia de Comunhão, enfatizando a necessidade de uma “Cultura do Dar” em que somente a partilha entre ricos e pobres pode levar a sociedade a um desenvolvimento justo. Citando a falecida fundadora, Chiara Lubich, Voce apontou que os homens foram criados “como dom uns para os outros” e que é preciso exercitar-se quotidianamente para olhar colegas de trabalho ou concorrentes a partir da perspectiva da fraternidade.

Terminada a palestra, logo atrás de mim estava o Sr. Taketani e imediatamente pude perguntar (in english) a sua opinião sobre o que Maria Voce havia apenas dito. “Nós da Rissho Kosei-kai nos sentimos estimulados e responsáveis por esse projeto” afirmou e recebi um “Absolutamente não” quando perguntei se o fato de ele ser budista o distanciava da proposta da EdC.

Logo em seguida algumas fotos do Sr. Robra e sua esposa que saudavam Maria Voce e quando eles se despediram pude perguntá-lo (also in english) sobre o que o World Council of Churches poderia ajudar nesse projeto. “Fazemos parte deles”, recebi como resposta.

Duas horas mais tarde, encontrei Maria Voce pelos corredores do castelo de Caux e fui saudado com um “Ah! É você que é o Valter!”. Contente me dirigi à sala em que outra jovem jornalista estava pronta para entrevistá-la.

Após esperar 15 minutos, me dirigi à Maria Voce para perguntar aquilo que havia colhido e preparado. “Como falar de Cultura do Dar, recuperar a confiança, com alguém que não faz ou não valoriza qualquer tipo de caminhada religiosa ou humanista, mas está imerso na cultura do sucesso, do lucro, como um diretor de uma multinacional, por exemplo?” pergunto, crente de que era uma excelente questão. “Quem disse que devemos falar de cultura do dar? Nada disso! Não devemos falar! Com essas pessoas, nessas ocasiões, é preciso testemunhar essa nova cultura, com a nossa vida, até que elas possam entender”, respondeu-me Maria Voce.

Depois de vivenciar meus 15 minutos com Voce percebi o quanto é maravilhoso ser jornalista. A oportunidade de encontrar e construir um pequeno relacionamento com essas “personalidades” me ajuda a colher a humanidade que existe nelas e entender o verdadeiro sentido da palavra “graça”.

Começo agora a escrever o artigo sobre o que foi falado na conferência e sobre a necessidade de “unir forças” para construir projetos, ações, juntos, para potencializá-los.

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