Há algumas semanas atrás perdi a cabeça e gritei (gritar mesmo!) com a minha filha de dois anos. Acho que posso dizer que fui uma criança, um jovem e sou um adulto muito amado. Claro que sofri algumas vezes com a violência de uma educação disciplinadora, mas isso não justifica a minha atitude com a pequena Tainá, ainda aprendendo a lidar com os próprios sentimentos e frustrações.
Comportar-me daquela maneira mexeu comigo por dentro. Foi mais uma descarada revelação da paternidade sobre mim e os meus limites.
É muito prazeroso e confortável perceber que tudo está sob controle. Ao menos para mim. Talvez por isso a consciência de ter perdido as estribeiras tenha me abalado tanto. O meu grito de descontrole me fez entender o real valor de uma vida equilibrada, ainda mais quando os filhos são pequenos e necessitam de energia extra dos pais para superar os desafios da primeira infância.
Aquele grito ecoou de volta para mim. Revelou-me um pouco mais quem sou e me ajudou a rever algumas das minhas escolhas fundamentais.