No final deste ano, eu e minha esposa completamos nosso segundo ano de casamento. Uma conquista bonita, simples, mas muito pequena se comparada à vida que esperamos, com a graça de Deus, viver juntos.
Contudo, o mês de dezembro será também especial para a “parte brasileira” da nossa família, pois minha irmã mais nova irá se casar. (A minha irmã mais velha também se casou em dezembro).
Medo do casamento
Passados os dois primeiros anos, talvez eu tenha um pouco mais de consciência a respeito da seriedade e da grandeza daquele sim que demos em dezembro de 2012. De lá pra cá foram muitas aventuras, descobertas, dores e alegrias, mas o amor sempre cresceu, pois nos empenhamos, todos os dias, em cuidar desse maravilhoso sentimento.
Porém, nem todos os casais que conhecemos seguiram o mesmo caminho. Alguns (a minoria, ainda bem) não conseguiram crescer juntos, ou talvez não tiveram a mesma força de vontade de renunciar sonhos pessoais pelo bem da vida em família. Isso gerou em mim um certo medo do casamento. Não do meu (mesmo sabendo que, se não cuidamos um do outro, também nós podemos nos distanciar), mas do risco de não ver, aqueles que amo, felizes.
Dom e dor para comunidade
Uma coisa eu tenho certeza, um casamento, quando dá certo, é um dom imenso para a comunidade, a família. Quando não dá é, proporcionalmente, um sofrimento. Às vezes me pergunto se aqueles que se casam têm consciência dos laços que são criados e se eles se sentem responsáveis por eles.
Casar é compartilhar nossa existência, não só com o outro, mas com todo o contexto que ele traz consigo. Às vezes ele é bom, positivo. Mas pode também ser marcado por traumas, dores, desvio psicológicos que só um especialista pode ajudar a administrar. Em ambos os casos, é fundamentar querer estar juntos, apesar de tudo! Mas, quando o desafio parece grande demais, podemos também contar com amigos, familiares que nos ajudam a relembrar o valor da nossa união. Eu já escrevi isso, mas procuro sempre me recordar: Não existe casamento sem comunidade.
Temer é sinal de respeito
Acho bom temer. Talvez o medo do casamento seja um sentimento que engrandece a escolha, o sim para “toda vida”.
Casar é transformar-se acompanhado, desenvolver-se com o outro. E, como qualquer trabalho em andamento, nem sempre tudo é tão bonito de se ver. Mas, olhando para tantos casais que, de alguma forma, souberam ocupar-se e não preocupar-se com o amor de um pelo outro, continuo acreditando que é possível sim amar alguém durante toda vida. Basta a vontade reciproca, saber recomeçar e ouvir quem já testemunhou as aventuras de muitos anos de casado.