Month: June 2014

Paternidade na família binacional: um desafio que exige unidade

Paternidade

Sempre ouvi dizer que a natureza é sábia quando se trata de gerar uma nova vida. No caso de nós, seres humanos, essa afirmação parece ter um peso ainda maior. Temos 9 meses para nos prepararmos para o desabrochar de um novo Ser e, principalmente, para compreender que, com a paternidade, a nossa existência nunca mais será a mesma.

O medo natural da paternidade

XI Mês de valorização da paternidadeFalar de gravidez, nos primeiros meses da nossa aventura como família binacional, era algo que, pessoalmente, me dava medo. Admiro todos aqueles que têm a coragem de, no início da vida à dois, já se sentirem prontos a acolher uma nova vida. Entretanto, sempre considerei importante dar-se tempo um ao outro, até alcançar o equilíbrio na nova vida juntos e, assim, viver com serenidade, as grandes mudanças que um filho gera.

O temor da paternidade cresceu quando vi muitos casos de famílias que se despedaçaram porque o casal não havia se “preparado” bem para essas grandes mudanças. (Para mim, é um absurdo atribuir ao nascimento de uma criança a incapacidade dos pais de viverem unidos essa nova experiência em família).

Certamente, eu nunca pensei que existe um tempo material preciso para o exercício da paternidade, mas acho fundamental um crescimento humano e espiritual do casal para que essa nova vida encontre uma realidade única. Para isso, muitas conversas e estratégias concretas devem ser tratadas (e depois refeitas).

Abertura gerada pela vida junto

PaternidadeSurpreendentemente, nos últimos meses, senti que meu coração começou a se abrir para a possível chegada de uma nova vida. Dessa maneira, estou descobrindo que a paternidade é – do ponto de vista cristão – uma graça, um dom de Deus. Estar fisiologicamente pronto ou ter a vontade curiosa de exercê-la, não parece dizer muito. É preciso desenvolver uma disposição irremediável para a árdua e divina “missão”da paternidade.

Foi o passar do tempo e a vivencia de inúmeras experiências como casal que apascentaram o meu coração. A vida, inicialmente “só” à dois, é uma saudável oportunidade de nos conhecermos sempre mais e também a pensar qual o tipo de ambiente queremos construir, para quando formos acolher uma nova vida. O que antes era sinônimo de preocupação e temor, hoje vivo com tranquilidade, serenidade.

Desafios na ótica da família binacional

Na nossa vida como família binacional, a instabilidade financeira acaba sendo também um fator que nos impulsiona à decisão de esperar para ter um filho. Nenhum pai ou mãe, em sã consciência, deseja dar menos daquilo que recebeu aos filhos. Por isso, o exercício efetivo da paternidade exige ressalvas, um planejamento financeiro, mas pensar só nos aspectos materiais pode levar a um condicionamento perigoso.

Em seguida, vem a questão das línguas que ensinaremos, de qual conceito de “mínimo” adotar, onde viver e etc. Mas, após a experiência que vivemos juntos na África, completamente privada dos luxos, percebemos que o que realmente conta para a saúde física e mental de um indivíduo é a sua inserção comunitária. Claro que, em se tratando da África que conhecemos, esse raciocínio exige alguns esclarecimentos no que diz respeito a saúde física, mas sem os exageros que o Ocidente parece impor.

É isso que, juntamente com o crescente desejo de gerar uma nova vida, temos procurado entender. Agora sem tantos medos – mas não definitivamente privados deles –  e mais seguros da unidade que construímos nesse ano e meio de vida juntos.

Holocausto Brasileiro: a certeza de que somos todos loucos

Holocausto Brasileiro

A loucura nunca foi um assunto corrente na minha vida. Sempre considerei complicado, em um mundo tão multidimensional, encontrar um padrão único de comportamento que seja admitido como “normal”.  Em um certo sentido somos todos loucos, pois, para sobreviver às rápidas mudanças sociais e culturais é preciso desenvolver uma capacidade de transcender constantemente as normas do “status quo”.

Por outro lado, nunca havia pensado que, no Brasil (e talvez em todo o mundo), o tratamento dos seres humanos considerados “socialmente incompatíveis” teria uma história tão trágica ao ponto de ser nominada “holocausto”.

Holocausto brasileiro: um crime coletivo

Holocausto Brasileiro

Foi só me debruçar nas primeiras páginas do livro da colega jornalista, Daniela Arbex, que rapidamente pude perceber, que a história que estava sendo contada, era um drama sem precedentes, desconhecido pela maioria dos brasileiros.

O livro-reportagem conta a barbárie e a desumanidade praticadas, durante a maior parte do século XX, no maior hospício do Brasil, conhecido por Colônia, situado na cidade mineira de Barbacena.

As palavras de Daniela denunciam um genocídio cometido, sistematicamente, pelo Estado brasileiro, com a conivência de médicos, funcionários e também da população, que ativa ou passivamente contribuíram para uma das maiores violações dos direitos humanos que se tem registro na história do Brasil.

Os números desse massacre são assustadores: pelo menos 60 mil pessoas morreram entre os muros da Colônia. Em sua maioria, internadas à força, sem diagnóstico de doença mental. Eram epiléticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas violentadas por seus patrões, esposas confinadas para que o marido pudesse morar com a amante, filhas de fazendeiros que perderam a virgindade antes do casamento. Enfim, gente que se tornara incômoda para alguém com mais poder.

Somos todos loucos. Fato!

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Lendo as páginas do Holocausto Brasileiro, não tive dúvidas de quem eram os verdadeiros personagens privados de juízo moral: agentes de saúde, políticos, familiares e outros cidadãos comuns que, visando a resolução de uma situação constrangedora, escolheram como saída a desumanização de seus iguais.

Não acredito que lidar com os problemas sociais seja algo fácil. Mas, sem dúvidas, a integridade do ser humano precisa nortear as estratégias de resolução.

Nós, como sociedade, não podemos jamais optar pelo silêncio diante de qualquer violação dos direitos humanos, sejam elas nas prisões, nos centros de sócio educação para adolescentes ou nas favelas â mercê do tráfico de drogas. Claro que, para isso, devemos conhecer esses direitos.

“O descaso diante da realidade nos transforma em prisioneiros dela. Ao ignorá-la, nos tornamos cúmplices dos crimes que se repetem diariamente diante dos nossos olhos. Enquanto o silêncio acobertar a indiferença, a sociedade continuará avançando em direção ao passado de barbárie. É tempo de escrever uma nova história e de mudar o final”.

É forte, mas verdadeiro: “a história do Colônia é a nossa história. Ela representa a vergonha da omissão coletiva que faz mais e mais vítimas no Brasil”.

Genève: 200 années à la Confédération helvétique

Genève

Mes 100 clicks du défilé à Genève

Genève. La période 1814-2014 fut d’une richesse extrême, notamment dans les domaines scientifique, culturel, social, technique, artistique, etc. Comment lui rendre un juste hommage? GE200.CH a pris le  pari de retenir des éléments représentatifs de cette époque, qui défileront dans un ordre presque chronologique. Présente sur les marches du Grand Théâtre, la Musique de la Légion étrangère jouera une aubade au passage du défilé. La Compagnie des Vieux Grenadiers (1749) et le Contingent des Grenadiers fribourgeois (1914) donneront le départ de ce défilé annonçant l’arrivée des 11 tableaux. (Tribune de Genève)

Cette ma nouvelle citè a commencé les fêtes pour les 200 années de son entrée à la Confédération helvétique. Voici mes 100 clicks de la parade d’hier.

Photos by Valter Hugo Muniz no photoshop

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