Já faz uma semana que chegamos em Man. A intensidade da vida e dos relacionamentos faz parecer que estamos aqui há meses.
Nessa cidadezinha há 600 km da capital marfinense Abidjan e (ouso dizer) na África em geral, não servem pensamentos funcionais, conceitos e pragmatismos. Aqui a vida é mediada por um “relacionalismo social” que nada mais é que um estilo de vida estruturado no encontro com o outro.
Relacionalismo social
Uma saudação, um sorriso não são só sinais concretos de educação ou respeito. Aqui, o relacionar-se é condição primordial para ser aceito e assim deixar o grupo dos “eles” e tornar-se do “nós”.
Encontrando, pela primeira vez, as pessoas pela rua é importante cumprimentá-las. “Bem-vindo! Sinta-se em casa!” dizem os nativos com um sorriso.
Perder-se para encontrar
A operação interior mais desafiadora que encontro aqui é, sem dúvidas, “perder” os parâmetros ocidentais de felicidade, de vida, de direitos e deveres, e até mesmo a concepção de ser humano, para mergulhar em um ambiente onde as bases sociais são edificadas a partir de outros postulados.
Fora da África, de maneira geral, vale o indivíduo. Aqui, o Eu é profundamente condicionado ao Nós, com todas as coisas boas e ruins que isso envolve.
Primeiros contatos com uma sociedade relacional
A síntese dessa primeira semana em solo africano é simples: não fale, não julgue, ou tente rotular a cultura africana sem antes ter posto os pés nesse solo sagrado.
Aqui continuamos a ser quem somos, com os nossos esquemas psicológicos, porém, como na África não existe o desejo de positivar a vida com documentos e leis, é fundamental uma imersão sensorial. Só assim é possível entender as tradições e aceitar/respeitar maneiras diferentes de se viver em sociedade.
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