Renascer

Natal. Há tempos pouco se fala do célebre aniversariante. Prefere-se promover o laicismo ideológico em vez de valores religiosos “questionáveis”, ao menos na prática.

Assim, em vez de “perder tempo” com as mensagens moralistas, aproveitamos o período de festas para estar com os amigos, em família, para cantar, dançar, comer bem, descansar e divertir-se.

O mais interessante dos comportamentos “anti-Natal” é que nenhum deles consegue, de fato, fugir da áurea natalina que se estabelece. Tudo isso porque a grande mensagem deste dia não é, como muitos pensam, a realização de algum tipo de profecia religiosa salvadora ou a transformação escatológica do mundo.

Se o nascimento do “tal Jesus” não conseguiu transformar radicalmente nem o mundo que conviveu historicamente com ele, porque acreditar que Natal é sinônimo de salvação?

Natal é renascer

Não! Natal é, sobretudo, tempo de renascer; de estar com aqueles que amamos, mesmo se a proximidade seja “de espírito”, pois, ás vezes, as situações nos distanciam sem, jamais, nos afastar; é oportunidade de “conversão”; de repensar nossas atitudes, mensurar as consequências das escolhas que fizemos durante o ano e se perguntar se elas nos levaram ao melhor caminho, rumo a desejada felicidade.

Mesmo um não cristão, abrindo-se ao espirito que emana do menino recém-nascido, pode descobrir a universalidade da sua mensagem. O Deus dos cristãos não escolheu um berço de ouro para si, nem abriu mão de “encarnar-se” fora de uma família. Simplicidade e vida comunitária são dois pilares da mensagem natalina.

Durante o ano, tantas vezes, preocupados em conquistar nossas ambições materiais, acabamos nos isolando daqueles que amamos. Sozinhos, sem alguém com quem compartilhar as nossas conquistas, elas perdem o sentido.

Por isso, Natal tem tudo a ver com a família e amigos! Pois é com eles que, principalmente, partilhamos dores e alegrias, sucessos e fracassos. Desta forma crescemos, tornando-nos pessoas melhores, para nós mesmos e para os outros.

Repensar a própria vida nos faz perceber que somos seres-relação e encontramos no amor ao outro, espelhado no testemunho do menino-Deus, o significado da nossa existência, da nossa felicidade.