relacionamento binacional

Ontem, o post do escrevologoexisto.com “3 motivos para casar com estrangeiro” bateu todos os recordes relacionados ao número de visitantes e de visualização de um artigo. É bonito perceber o quanto o tema do casamento e a relação entre pessoas de países/culturas diferentes interessam a uma enorme quantidade de pessoas, não só do Brasil, mas de todo o mundo.  Porém, passado um dia, e estando mais consciente da grande repercussão do texto, pensei se, como casal, eu e minha esposa não acabamos simplificando uma relação que é muito complexa.

Dessa reflexão surgiram dois aspectos, importantíssimos, que precisam ser pensados antes de iniciar uma relação binacional. Saber o momento certo de começar, procurando não se deixar levar somente pelos impulsos sentimentais e usando o mínimo de razão, pode definir o futuro deste tipo de relacionamento.

littlefeelings (29)Tem hora certa para sofrer

Na nossa história – minha e com a minha esposa – muitas coisas aconteceram até que decidíssemos nos aventurar juntos, primeiro no namoro e agora no casamento.

Mesmo se de modo bem jovial, principalmente no quesito “maturidade”, nos conhecemos há quase dez anos. A amizade inicial transformou-se em paixão, na medida em que a partilha profunda das nossas vidas tornou-se cotidiana e com uma intensidade quase incontrolável.

Porém, mesmo apaixonados, éramos jovens demais, de países diferentes e não existia nenhuma possibilidade ou projeto concreto de um viver na nação do outro. Por isso, sem nos envolvermos – isto é, sem nenhuma manifestação física do sentimento – decidimos não alimentarmos mais o sentimento. Continuarmos sim, amigos, mas nada que excedesse a essa amizade.

Claro que, naquele momento, essa decisão foi, inicialmente, uma fonte inesgotável de lágrimas, ainda mais porque, na adolescência, as emoções estão mais afloradas. Por outro lado, temos a certeza de que, o sofrimento daquele momento, preservou os aspectos mais importantes do que sentíamos e cultivamos.  Assim, quando nos reencontramos, 5 anos depois, mais maduros e com possibilidades concretas de iniciar um relacionamento mais comprometido, as chances de sucesso eram bem mais reais.

56Mais a perder

Além de saber a hora certa de iniciar um relacionamento binacional, como mencionei em “A fundamental temporalidade dos relacionamentos à distância” é essencial que a distância entre dois amantes tenha um prazo determinado. O relacionamento sem um projeto comum, visando a proximidade física, está determinado a falir.

Contudo, como já desenvolvi o tema da distância nesse outro post, queria me concentrar aqui sobre a seriedade que envolve um relacionamento binacional.

Os aspectos positivos, apresentados pela minha esposa, para o sucesso de um casamento binacional, são verdadeiros e muito importantes. Contudo, pelo fato de, antes do casamento, não se ter uma vivência íntima cotidiana, que auxilia no conhecimento profundo e recíproco um do outro, no namoro, a distância geográfica tem um papel decisivo em um relacionamento binacional.

Mas no namoro não! Neste caso, a distância mal calculada pode gerar sérios ruídos na comunicação do casal, como a indiferença em relação às demandas do outro, além de  fatores que podem minar a harmonia de uma relação, impedindo que ela seja duradoura.

Esses dois aspectos não podem, de jeito algum, serem ignorados. Eles são o primeiro passo para se chegar ao Grande Sim, que também é outro “primeiro passo”, mas que iremos, aos poucos, partilhar com quem lê o escrevologoexisto. Aos poucos.

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