No texto anterior, falei sobre a importância de conhecermos nossa própria cidade, procurando ir além dos “pontos oficiais”, para descobrir o mundo que começa virando a esquina da rua onde moramos. Trata-se de uma experiência riquíssima que não pode ser desperdiçada.
Agora, gostaria de dissertar sobre outra forma de vivenciarmos a beleza de sair da zona de conforto doméstica e local, para conhecermos o novo: viajar. Aproveitando a ocasião: o que é viajar para você? Momento de descontração? Hora de fazer compras? Oportunidade de ficar cara a cara com si próprio? Tempo de trocar experiências, ensinando e, sobretudo, aprendendo? Penso que viajar pode ter tudo isso junto e misturado, e é isso o que mais me atrai nesse tipo de experiência. E em vez de simplesmente parafrasear o nome do filme brasileiro “Viajo Porque Preciso, Volto Porque Te Amo”, explicarei o porquê do título deste texto.
Toda viagem, por menor e mais banal que possa parecer, carrega o potencial de ser tanto diversão como aprendizado. Desde uma simples ida ao litoral ou ao interior no fim de semana, como um intercâmbio de meses ou anos em outro país. Claro que depende muito da abertura de cada um para fazer diferente e ter possíveis novas experiências, como conhecer pessoas novas, ir a lugares nos quais nunca esteve, fazer algo diferente, etc.
Uma situação engraçada, o ato de conhecer alguém especial, um momento de “deserto” (no qual ficamos sozinhos e temos como pensar melhor neste ou naquele assunto, projeto, pendência, proposta): tudo isso é possível em uma viagem. E por conta dessa imensa gama de possibilidades existentes, vejo a viagem como algo necessário, com potencial para nos renovar e nos tornar pessoas cada vez melhores à medida que ficamos abertos ao que podemos aprender e viver nesses momentos fora de nosso ambiente habitual. Sempre que posso, viajo. E sempre que puder, viajarei.
Durante essas viagens, eu pude viver situações nas quais todos os elementos descritos no parágrafo anterior vieram juntos, abrindo uma verdadeira “caixa de pandora” na minha mente e no meu coração. A abertura dessa caixa, por maior estranhamento que possa causar, foi e continua sendo extremamente importante para mim, já que me colocou diante de mim mesmo, com meus sentimentos, frustrações, expectativas, sonhos, medos… Para não me alongar muito e poder explicar melhor esta “caixa de pandora”, voltarei a falar dela em breve.
Para finalizar, deixo bem claro que nada tenho contra aqueles que enxergam uma viagem apenas como uma hora para fazer compras e/ou ficar longe do trabalho, sem dar maior importância para outros fatores. Mas penso que certamente estes acabam não aproveitando uma série de outros benefícios e oportunidades que o ato de viajar pode propiciar.
Rodrigo Borges Delfim, formado em jornalismo pela PUC-SP em 2009, trabalha atualmente na área de Novas Mídias do portal UOL. Interessado em Mobilidade Humana, Políticas Públicas e Religião, desde outubro de 2012 mantém o blog MigraMundo para debater e abordar migrações em geral. É também participante da Legião de Maria, movimento leigo da Igreja Católica, desde 1999.