Nada é mais frutuoso para a autoconsciência do que o retorno às origens.
Olhar para trás, focando nos caminhos percorridos pelas gerações que nos precederam, ajuda a repensar a própria vida, as escolhas e reconsiderar erros e acertos.
Quando esse retorno busca entender a história da humanidade os resultados já são fantásticos, mas quando o “olhar” é voltado para a história familiar as consequências são difíceis de dimensionar.
E bem… foi isso que fiz nas últimas três semanas.
Voltar às terras nordestinas da qual uma parte do meu genoma é originário é sempre impactante, me revoluciona “por dentro”, pois é uma “viagem” ao passado que explica muito do presente e dá pistas interessantes para conduzir o futuro.
Esse retorno, contudo, não promove só sentimentos bons, justificativas almejadas para os limites pessoais. Olhar para meus predecessores é, sobretudo, entender o quanto somos interligados, conectados, nas alegrias e nos traumas da vida.
É duro perceber que nem sempre as pessoas conseguem purificar-se dos erros repassados e incutidos na educação recebida. Normalmente as pessoas assumem os traumas dos pais sem a consciência de que podem “curá-lo”, sem a responsabilidade do rompimento de uma cadeia de comportamentos negativos, que se reproduzem ao longo das gerações.
Por isso… acredito… é fundamental procurar explicações pessoais, sínteses, que nos libertem do passado negativo e que, mais do que tudo, evidenciem o POSITIVO do que nos foi transmitido. Os limites, as dificuldades e os erros que incorporamos devem servir como possibilidade de recomeço, crescimento, transformação pessoal.
Afinal de contas, a CO-VIVÊNCIA nos liga misteriosamente e “socializa” nossos limites e imperfeições, mas também nossos talentos, nosso amor fraterno.