Assistindo a Copa das Confederações e os resultados do Brasil na competição, pude redescobrir o valor de uma boa liderança.
Em tempos de transformações políticas em escala nacional, mundial, parece que nada é mais importante do que um instrumento, capaz de canalizar as energias que abastecem as reivindicações, para a concretização dos objetivos e projetos futuros. A famosa coesão. Nisso, acredito eu, o esporte é capaz de ensinar muitas coisas.
Nos últimos três anos, vimos o futebol brasileiro em queda vertiginosa, muito decorrente da corrupção escandalosa dos dirigentes ligados à Confederação Brasileira de Futebol, mas, principalmente, pela incapacidade de liderança do ex-técnico Mano Menezes. Nunca se sabe os interesses que se escondem nas entrelinhas do mundo do futebol, mas analisando as escolhas técnicas de Mano, emergem evidentes as suas limitações.
Pois bem, Mano foi despedido e no alugar assumiram, juntos, Felipão e Parreira, que são: coração e cabeça, agitação e serenidade, raça e estratégia. A riqueza complementar desses opostos parece ser a chave do sucesso e da recuperação da Seleção Brasileira. Esses dois dos mais vitoriosos treinadores de futebol, além das capacidades profissionais indiscutíveis, são também pessoas verdadeiras, humanas, transparentes e coerentes.
Para lidar com pessoas focadas em um grande projeto é necessário, antes de tudo, coerência. Ouvindo as declarações dos jogadores a respeito do ambiente na seleção, dá pra perceber que o testemunho dos membros da comissão técnica “revolucionou”, já “de dentro”, a Seleção Brasileira.
Voltando para a política e pensando os desdobramentos da Revolta do vinagre, percebi que estamos em uma outra conjuntura. A mobilização contra o GOVERNO se fragmentou em inúmeras reivindicações e o seu caráter apartidário parece impedir que as vozes ressoem de maneira unitária, na figura de líderes capazes de gerar coesão entre todos os anseios.
Não sei o quanto essa falta de personificação das lideranças promove (ou ajuda a promover) o apartidarismo e, até mesmo, o ANTI partidarismo. Contudo, é fundamental encontrar uma forma de construir, democraticamente, um projeto comum e não simplesmente renegar o status quo da política nacional.
Acredito que a saída nasce sempre da “harmonia das diferenças”. Uma proposta talvez seria encontrar formas de fomentar uma abertura institucional, para que o povo e os políticos profissionais trabalhem juntos pelo bem do Brasil. O voto distrital parece ser um caminho.