A Revolta do Vinagre me deu uma lição: jamais duvide da força do povo! Os desdobramentos e as vitórias visíveis, fruto de uma expressão coletiva de descontentamento, me fizeram perceber que, em muitos casos, é preciso GRITAR!
Talvez tenha sido o casamento e as possibilidades de ser pai que me fizeram considerar desnecessário uma reinvindicação na base do “gogó”. Não quero gritar com meus filhos para educá-los, pois considero importante usar a nossa “racionalidade” e capacidade de diálogo (e entendimento) como metodologia de orientação, reinvindicação para o crescimento “das partes envolvidas. Contudo, a racionalidade se desenvolve de maneira diferente com os representantes do Estado, principalmente no que diz respeito as reinvindicações.
Políticos e partidos existem unicamente para prestar um serviço à população. Essa grande responsabilidade precisa ser exercida com respeito e compromisso, não só àqueles que elegem, mas para com todo o povo. Quando esse compromisso não é assumido, um dos modos dos cidadãos se manifestarem, visual e coletivamente, é ocupando às ruas.
A redução da tarifa do transporte em diversas cidades do Brasil e, ontem, a “queda” da PEC37 e o direcionamento dos Royalties do petróleo (compensação financeira que as empresas devem pagar ao país pelo uso de áreas para extração ou mineração de petróleo ou gás natural) para educação (75%) e saúde (25%) são resultados concretos das manifestações populares que me fizeram perceber que eu estava enganado em relação a elas e me levaram à acreditar, talvez com certo romantismo, que acordei em um país renovado.
Porém… mesmo diante das vitórias evidentes descritas acima, ainda tenho grandes desconfianças (conservadoras) a respeito das soluções “rápidas” que têm sido noticiadas, pelo temor de que exista uma instrumentalização do povo em prol dos interesses da politicagem.
Diante isso, mais do que nunca, acredito ser necessária uma Reforma Política urgente. Muitas propostas interessantes estão sendo apresentadas, como o Voto Distrital. Gostei também das opiniões do sr. Joaquim Barbosa que pareceu conseguir sintetizar o sentimento popular, de descrença partidária e do desejo de participação, de maneira mais direta, das decisões políticas.
A “pergunta de um milhão de reais”, desta vez, é: o Congresso estaria realmente disposto a abrir mão da sua “supremacia” e da distância segura do povo, para aprovar uma Reforma que transformaria profundamente a politica (principalmente, eleitoral) do país?
Duvido muito… como duvidei que as passeatas promovessem mudanças concretas. Ainda bem que tenho, constantemente, me enganado.
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