Hoje, por meio de uma rede social, debati com caros colegas de estudo algumas questões a respeito do cenário educacional brasileiro.
Mesmo tendo abordagens e leituras diferentes, mais por conta das nossas histórias pessoais, do que por qualquer outro motivo, pudemos pensar juntos sobre a importância da distinção da escola com os outros “espaços” da sociedade, para que ela recupere algumas dimensões de caráter filosófico e, porque não, religiosos, que o modelo de ensino funcional perdeu. Essa distinção não é, contudo, um rompimento de relações, mas a redescoberta da identidade específica da escola, no favorecimento de um processo de ensino global.
Dominique Wolton, ao analisar o ambiente pedagógico, essencialmente “transmissor de conhecimentos”, com o universo comunicacional, por ele analisado, é categórico:
“No campo da educação é preciso transmitir os conhecimentos… mas, hoje, os professores estão muito mais atentos às condições de recepção. Ensinar sempre foi comunicar, isto é, pensar nas modalidades que permitem ao receptor, o aluno, compreender aquilo que lhe é dito, e ao professor, por sua vez, levar em conta as reações de seu aluno”.
Conhecer as dificuldades e, principalmente, os ruídos, em prol de uma comunicação autêntica necessita, essencialmente, do encontro fundamental com o Outro (e seus limites). Essa metodologia relacional e, por que não, pedagógica, permite que a “partilha” seja “aceita” pelo receptor de uma informação/conhecimento.
Assim, tanto o comunicar, como o ensinar, em uma dinâmica relacional, promove modelos mais eficazes, no que diz respeito aos resultados funcionais e, principalmente, redescobrem a riqueza de uma metodologia que nasce da fadiga do “Encontro entre “Outros”.
“O indivíduo que aprendeu a melhor se conhecer e a se expressar (e eu acrescentaria aqui, na metodologia que se fundamenta no Encontro entre Outros) é também mais critico”, afirma Wolton.