Month: June 2013 Page 1 of 3

Comunicação: a chance de encontro e o risco do fracasso

Jovensculpa

“Se o homem moderno é livre, ele se encontra frequentemente sozinho, numa sociedade em que os laços familiares, corporativistas, socioculturais são menos fortes do que outrora”. Essa afirmação de Wolton introduz o seus conceito sobre as duas dimensões, segundo ele, contraditórias da comunicação e da liberdade, que evidencia a dificuldade da relação autêntica com o outro, “que se esquiva” e “impõe sua lógica”.

A liberdade – conquista histórica fundamental – como valor sociocultural, encontra, na comunicação autentica, um grande desafio em relação ao outro. Segundo o teórico francês, a dinâmica da comunicação segue uma “dupla hélice” normativa e funcional, que promove a chance do encontro e o risco do fracasso, pois mesmo que queiramos nos comunicar (porque somos livres), dependemos “do outro”, que (também) é livre para responder ou se abster.

É importante ter a consciência deste limite ontológico imposto pela relação comunicativa livre. Mesmo que a modernidade tenha facilitado as nossa possibilidades comunicativas, ela “não impede a incomunicação, nem o fracasso, nem a solidão”. Eu ser livre não garante necessariamente “encontrar o outro”.

Dessa forma, afirma Wolton, “informar, expressar-se e transmitir não são mais suficientes para criar uma comunicação”, que se manifesta hoje (em um ambiente democrático) como “espaço de coabitação”, onde se negociam as individualidades e os valores comuns.

Amaretiu, abisso mio

foto

Nenhuma poesia exprime o Amor que sinto.

Só sorrisos e olhares cotidianos,

podem desviar-te o engano,

de um amor que não é abismo.

 

E enquanto me desfaço,

mergulhando no vazio infinito,

encontro-te e te perco, cotidianamente.

 

Para adaptar-me já menti.

E por ser, deixei de existir.

“Agapeando” meu amor philia,

É que desejei-te “pra sempre”, dia após dia.

 

Tantos encontros, inúmeros “addio”.

Chegadas e partidas, beijos e lágrimas.

Amaretiu, abisso mio.

Desdobramentos da Revolta do Vinagre

cartaz

A Revolta do Vinagre me deu uma lição: jamais duvide da força do povo! Os desdobramentos e as vitórias visíveis, fruto de uma expressão coletiva de descontentamento, me fizeram perceber que, em muitos casos, é preciso GRITAR!

Talvez tenha sido o casamento e as possibilidades de ser pai que me fizeram considerar desnecessário uma reinvindicação na base do “gogó”. Não quero gritar com meus filhos para educá-los, pois considero importante usar a nossa “racionalidade” e capacidade de diálogo (e entendimento) como metodologia de orientação, reinvindicação para o crescimento “das partes envolvidas. Contudo, a racionalidade se desenvolve de maneira diferente com os representantes do Estado, principalmente no que diz respeito as reinvindicações.

Políticos e partidos existem unicamente para prestar um serviço à população. Essa grande responsabilidade precisa ser exercida com respeito e compromisso, não só àqueles que elegem, mas para com todo o povo. Quando esse compromisso não é assumido, um dos modos dos cidadãos se manifestarem, visual e coletivamente, é ocupando às ruas.

A redução da tarifa do transporte em diversas cidades do Brasil e, ontem, a “queda” da PEC37 e o direcionamento dos Royalties do petróleo (compensação financeira que as empresas devem pagar ao país pelo uso de áreas para extração ou mineração de petróleo ou gás natural) para educação (75%) e saúde (25%) são resultados concretos das manifestações populares que me fizeram perceber que eu estava enganado em relação a elas e me levaram à acreditar, talvez com certo romantismo, que acordei em um país renovado.

Porém… mesmo diante das vitórias evidentes descritas acima, ainda tenho grandes desconfianças (conservadoras) a respeito das soluções “rápidas” que têm sido noticiadas, pelo temor de que exista uma instrumentalização do povo em prol dos interesses da politicagem.

Diante isso, mais do que nunca, acredito ser necessária uma Reforma Política urgente. Muitas propostas interessantes estão sendo apresentadas, como o Voto Distrital. Gostei também das opiniões do sr. Joaquim Barbosa que pareceu conseguir sintetizar o sentimento popular, de descrença partidária e  do desejo de participação, de maneira mais direta, das decisões políticas.

A “pergunta de um milhão de reais”, desta vez, é: o Congresso estaria realmente disposto a abrir mão da sua “supremacia” e da distância segura do povo, para aprovar uma Reforma que transformaria profundamente a politica (principalmente, eleitoral) do país?

Duvido muito… como duvidei que as passeatas promovessem mudanças concretas. Ainda bem que tenho, constantemente, me enganado.

Mezz’anno

metade_do_planeta_mercurio-normal

La luce che mi viene d’incontro ora

È amplificata da sorrisi interiori.

Passano i giorni, sono ormai sei mesi.

E camminiamo insieme, senza timore.

 

Tu, meraviglioso altro, da scoprire sempre

Scelte, valori, corpo, cuore e mente.

 

Il tempo passa veloce e l’amor è un immenso fuoco

Dove ci riscaldiamo contenti, senza perdere lo scopo

Di continuare ad amarci e diffondere questa realtà,

Riconoscendo i nostri limiti, camminando con sincerità.

 

Ti sposerei di nuovo, mi muovo, sempre verso te,

Fontana di vita, immensa la sfida, rimani (per sempre) con me.

 

Mezz’anno e quasi famiglia.

Amica, moglie e pure figlia.

Quero você todo dia!

Ti offro questa poesia.

O caos que compromete as conquistas

Os desolados contemporâneos

Os desolados contemporâneos

Sinceramente, raras vezes me envolvi em “movimentos” que, de alguma forma, a minha intuição parecia prever um final duvidoso. Foi assim também diante das últimas manifestações populares do Brasil. Quando, porém, decidi participar delas para ter uma opinião “interna” acabei não me envolvendo, por motivos familiares importantes.

Contudo, sinceramente, fiquei feliz pelos resultados concretos e “invisíveis” das passeatas. Achei pedagogicamente fundamental para a minha geração, estereotipada como acomodada e individualista. Os jovens se uniram e venceram! Desconstruíram a imagem que a sociedade tinha deles, mas, por outro lado, agora, está nascendo outra, um pouco preocupante.

A finalidade que motivou a passeata, principalmente em São Paulo, se perdeu em bordões… dos militantes aproveitadores, dos anti partidários, dos ignorantes e hipócritas, dos violentos e também daqueles “de boa vontade”.  E, como ensina a história, quando não existe coesão, emerge o caos.

Esses milhões de brasileiros espalhados pelo país estão lutando contra o sistema, o governo, a PM, a Tropa de Choque, a Fifa, o Feliciano e, agora, também lutam entre si. Militantes de esquerda contra os de direita; militantes políticos contra anti partidários.  Mas, a pergunta de um milhão continua: para onde vamos? A anarquia é a solução? Quais as mudanças concretas que queremos? Sim… mudar esse país, acredito que seja consenso, mas as mudanças podem ser  positivas ou negativas, se não houver um método eficaz.

Olhando para fora do Brasil, podemos tirar muitas lições do que está acontecendo no Oriente Médio. A Primavera Árabe foi também um basta ao sistema vigente. Um basta necessário, como o nosso; importante, como o nosso; mas melhorou a vida dos cidadãos? Não. Ainda não. Isso sem falar das incontáveis vidas que foram tiradas para justificar A CAUSA!

A democracia é, sem dúvidas, o melhor e mais justo sistema político. Mas, para que sobreviva, precisa de um suporte, um esqueleto. É nessa estrutura  em que se colocam os partidos, movimentos sociais e qualquer tipo de organização popular. A política “partidária” é a “Àgora” dos tempos modernos, onde se discutem ideias, propostas, visando o bem comum.

Na prática, a democracia brasileira é, em geral, um fracasso. Os projetos e dinâmicas do nosso país não têm construído um projeto que represente o povo, principalmente os mais necessitados. Contudo, é por meio da política que devemos participar, transformar a nossa sociedade, propondo mudanças, projetos e fiscalizando o que está (ou não) sendo feito.

Diante do caos instalado, vejo que uma reforma política é necessária. Precisamos aproximar nossos líderes do povo. Fazê-los justificar seus atos, suas decisões, votos, perante os eleitores. Uma proposta interessante que emergiu nos últimos dias é o VOTO DISTRITAL.

Enfim, se não aproveitamos essa oportunidade para transformar o país, usando a energia coletiva para elaborar propostas coesas, principalmente respeitando às diferenças,  perderemos a chance de mudar a história do Brasil.  Assim, em vez de nos orgulharmos da Revolta do Vinagre, iremos nos envergonhar de ter participado do ato que inaugurou mais uma enorme tragédia na história do país, como foi à Ditadura.

Page 1 of 3

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén