Desde 2003 eu procuro acompanhar, sempre que posso, as entrevistas do fantástico Antônio Abujamra. Surpreendo-me toda vez com seu ar debochado, perguntas indiscretas que, porém, nunca perdem o respeito ou denigrem a imagem do entrevistado.
Abujamra não é superficial, bonachão, polêmico como um Jô Soares, uma Maria Gabriela e, mesmo se esses não são entrevistadores medíocres, são bem inferiores ao apresentador do “Provocações” da TV Cultura.
No programa 605, que eu assisti ontem, gravado no dia 5 de março, a entrevistada foi a, professora universitária, Ana Maria Haddad Baptista, que falou sobre o perfil do estudante universitário brasileiro.
Em alguns momentos eu realmente tive dúvida se ela entendeu a dinâmica do programa, o significado das perguntas, mas a “palidez” da entrevistada foi colorida pelas intervenções do entrevistador. Como poucas vezes eu pude ver, Abujamra parecia mostrar “ele mesmo”, suas opiniões e a revolta diante de um país que esputa nos seus jovens, uma educação superficial, tecnicista, incapaz de produzir estupor diante do saber.
O discurso de Ana Haddad é fraco… pouco provocador, morno como é uma “grande parte” – para usar um termo constantemente repetido por ela na entrevista – dos intelectuais brasileiros, incapazes de partilhar seu conhecimento com a vivacidade e dinâmica dos instrumentos tecnológicos.
Como sempre, vale a pena conferir! Neste caso, mais pelo entrevistador, que pelo entrevistado.
Bloco1:
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Bloco2:
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Bloco 3:
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