Voltar para São Paulo é me deparar com uma realidade difícil de adjetivar, uma guerra silenciada.
Adjetivar a violência urbana então… nem me fale!
Acompanhando cotidianamente a cobertura da mídia de massa nas últimas semanas fica evidente a deplorável exclusão (proposital?) dos pressupostos necessários para que uma notícia seja de “comunicação social” e não simplesmente um produto comercial.
A grande imprensa tem insistido em informar a população sem explicar, sem nem mesmo situar o leitor, telespectador. Enquanto isso a violência sistemática continua. Uma guerra entre criminosos da periferia e a policia militar faz todo dia vítimas e nós ainda estamos discutindo o final de Avenida Brasil.
O problema não é curtir uma novelinha pra relaxar, em meio ao cotidiano também violento do trabalhador paulistano. O que amedronta é a falta de força de um povo sofrido, aparentemente incapaz de exigir uma informação clara, verdadeira, transformadora.
Entender a questão da criminalidade exige muito mais que bons livros, boas análises… é preciso conhecer histórias, pessoas, para se dar conta da complexidade em um contexto onde a violência de ambos os lados do conflito parece ser a única evidência clara de que é necessária uma ação pacificadora urgente.
Porém a PAZ exige a consciência do outro e nesta cidade que transforma pessoas em números, divide Centro e Periferia, é difícil o cidadão comum se lembrar de discutir sobre o assunto, buscar soluções, reflexões… A informação deveria impulsionar tudo isso, mas infelizmente não faz, porque pouco se interessa no ser humano, porque nestas condições eles vendem pouco.