Da mesma forma que a cultura ocidental desrespeita a suas gerações precedentes, trata como lixo os idosos, os inválidos, também age com enorme descaso com os símbolos e valores religiosos, que paradoxalmente estão nas bases dessa cultura.
Não é por acaso que o mundo árabe e a cultura oriental age com uma resistência violenta contra o Ocidente. O mundo oriental ainda preserva suas raízes e tem para com elas um enorme respeito, difícil de entender para quem não se exercita constantemente a ir de encontro com o “diferente”, mas continua produzindo e reproduzindo, de maneira ignorante, preconceitos.
Nutro uma crescente vergonha pela classe de jornalistas (ou uma parte dela) que menospreza as questões religiosas, os valores éticos, e coloca a LIBERDADE como princípio regulador de qualquer escolha editorial.
Liberdade sem respeito do outro é declaração de guerra, instrumento de divisão. A Revolução Francesa é um exemplo tão simbólico, mas constantemente banalizado, “superficializado”.
Jornalistas, cineastas, artistas não estão em um patamar superior da sociedade. Eles têm responsabilidades como todo ser humano nesta terra e suas ações têm consequências (positivas ou negativas) sérias.
Talvez a pior consequência da ofensa causada pelo descaso pelas tradições e valores religiosos, principalmente em relação ao Islamismo, é justamente permitir que líderes políticos do Oriente (tantas vezes sustentados pelos governos do Ocidente), por fazerem mau uso dos princípios e valores orientais, mas que têm sido constantemente questionados pelo próprio povo, abafem o desenvolvimento da consciência local, reacendendo o ódio ao Ocidente.
(Reflexão a respeito da polemica causada pelo filme Innocence of Muslims, que satiriza o profeta Maomé e a capa da revista Placar de outubro, que faz uso desrespeitoso da crucificação de Cristo*)
Entenda um pouco do porquê Innocence of Muslims é considerado ofensivo (terra.com.br): http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6156055-EI17615,00-Entenda+por+que+o+filme+sobre+Maome+e+considerado+ofensivo.html
* A editorial do jornal porém afirma que não fez referência a Jesus Cristo e sim a crucificação como modo de punir da Antiguidade.