Month: September 2012 Page 1 of 2

Diálogo sobre a felicidade

Maria é jovem, verdadeiramente jovem porque ainda em busca do significado último da própria vida. Vive suas crises de maneira verdadeira, procurando responder uma pergunta que atinge todo ser humano: O que é felicidade?

Ugo é, mesmo com alguns anos a mais de experiências, também jovem. Supervaloriza as crises porque vê nelas a possibilidade de conhecer melhor a si mesmo, abrir-se aos outros e na percepção dos sinais do universo, do mundo.

Encontrando-se Maria coloca a sua simples, mas misteriosa pergunta ao amigo Ugo e assim nasce um bonito diálogo:

Maria: O que é felicidade

Ugo: Um processo e não um FIM.

Maria: Boa resposta, fim não tem como ser mesmo, pois jamais ficamos satisfeitos, estamos sempre em busca.

Ugo: Por isso mesmo a gente tem que ser feliz buscando (e podendo buscar) a nossa felicidade… Às vezes a gente é FELIZ estando alegre… outras tantas tristes…

Maria: Sim, sim… concordo plenamente. Mas sem receitas prontas, não?

Ugo: Claro. Mas é um PROCESSO… quer dizer O processo.

Maria: Processo que não vai chegar ao fim. Só quando morrermos… hehehehe.

Ugo: PLENAMENTE SIM, dificilmente alcançaremos a felicidade plena nesta vida, mas a gente já pode ser feliz AQUI e AGORA, se aprendemos a ver a felicidade nas pequenas coisas.

Maria: Sim… é complexo…penso em algumas coisas, depois em outras, enfim… difícil desenvolver um raciocínio claro a respeito.

Ugo: Se fosse tão simples para a razão, quanto é pro coração, não veríamos tanta gente infeliz…

Sobreviventes do caos urbano

Sobreviventes do caos urbano

Lutadores do cotidiano

Buscamos descobrir-nos, todo dia, de novo humanos.

Diferentes por não ter em que apoiar

As vezes confusos de não saber pra onde andar

Mas a luta continua, de cabeça erguida

Sobrevivendo mesmo que com coração e alma ferida.

Sobreviventes do caos urbano

Que pega ônibus e metrô lotado de gente

Que aprende a nadar pra não se afogar na enchente

Trabalhando pra pagar os estudos

Sonhando desesperadamente um futuro

Independentes, felizes, sobreviventes.

Preparando-me dentro e fora

Hoje começa uma nova fase da minha vida.

Depois do último biênio vivido no Velho Continente e aproximando-se o passo mais importante da minha vida, decidi fazer um checkup para saber como está a saúde física.

Foram 28 anos de uma vida (ao meu ver) bem equilibrada em que procurei estudar muito, fato que permitiu está no segundo degrau da vida acadêmica.

Comecei a trabalhar cedo, aos 17 anos, e logo percebi que o trabalho é só UMA parte e não o tudo das nossas vidas.

Procurei ser sempre um praticante assíduo dos mais variados esportes e apaixonei-me por futebol, ciclismo e corrida.

Maneirei na quantidade de bebida alcóolica ingerida, nunca fumei e comecei gradativamente a estar atento aos bons hábitos alimentícios.

Por isso não me surpreendi com os elogios do médico ao ver os resultados dos meus exames, mesmo tentando estar aberto a possíveis surpresas.

A gente faz a nossa parte procurando sempre uma harmonia com o corpo, mas tantas vezes as dificuldades interiores podem produzir danos à saúde.

Os últimos três anos da minha juventude foram bem cansativos, muitas as dificuldades pessoais, mas tudo na mesma proporção à imensa felicidade de ter chegado até aqui.

Percebi também o quanto é importante buscar um equilíbrio psicológico e espiritual para que possamos nos sentir profundamente BEM.

Enfim, com a saúde 100% me sinto realmente pronto para viver intensamente essa nova fase que se inicia.

Que venha o 22 de dezembro!

 

 

 

Paura (ma io ci sarò)

Ciò che ti fa normale è la paura

Dell’attesa pienezza

Necessaria sicurezza

Che però l’altro non ti può dare

Paura di ciò che si lascia

Dolore di quel che si perde

Angoscia d’una città di mattoni

Terrore dell’assenza di verde.

Paura di dover camminare sola

Di addirittura non trovarsi ancora

E della distanza di ciò che conforta

Non avere Quel ciò che importa

Paura (però) che pure se viene

La vivremo abbracciati, saremo insieme

E quando non ci sarò e ti sentirai sola, non tormentarti

Quel che ci ha unito, ti starà vicino, farà la sua parte.

Comunicação: Troca cultural?

Responder a pergunta que intitula o livro de Luís Sá Martino é mergulhar na sua tese sobre o momento em que a comunicação de massa se encontra atualmente.

Para Martino, a partir da década de 90, a geração de universitários “tem dificuldade de sair da crítica ao senso comum”. Dessa forma o autor sugere um estudo da comunicação que aprenda “a encontrar referências na filosofia, sociologia, antropologia” entre outras disciplinas.

Tentando superar essas dificuldades geracionais e iniciar um estudo transdisciplinar, comecei recentemente a trilhar um percurso de estudos que busca resgatar a dimensão relacional (normativa, segundo Dominique Wolton) da comunicação, para superar o drama do “transmissionismo” que ignora o sentido ontológico de “troca” que define a “communicatio”.

A obra de Luís Sá Martino se situa dentro de duas escolas importantes do estudo da comunicação: A Escola de Frankfurt e a escola de Estudos Culturais.

Dedicando-se primeiramente aos Estudos Culturais Martino apresenta as principais características da escola e a importância que a mesma dá em identificar a comunicação de massa como prática cultural, envolvendo-se porém diretamente com as relações de poder.A escola de Estudos Culturais – que não é formalmente uma escola, mas uma corrente de estudos – tem pressupostos relacionais, buscando sobretudo revolucionar o método de investigação científica, adaptando-o a diferentes contextos e assim, abrindo-se aos diferentes receptores.

Em seguida Martino se ocupa da Escola de Frankfurt evidenciando as consequências da imagem como mercadoria e o cotidiano “espetacularizado” pela comunicação de massa. Walter Beijamin, Debord, Morin, ilustram os questionamentos do autor em relação aos aspectos levantados e dão uma visão geral do problema, propositalmente não aprofundado na obra.

O último capítulo se ocupa da crise da liberdade, onde a comunicação, dentro do cenário de manipulação, serve hegemonicamente para impor uma escolha. Ela – a comunicação – transforma-se em instrumento de dominação, não de troca, que repercute também na concepção do que é real.

Um livro interessante que introduz o leitor as problemáticas correntes da comunicação, mas que, ao meu ver, se limita a perspectiva frankfurtiana, historicamente condicionada a uma visão majoritariamente critica e pouco produtiva.

Contudo, a obra consegue evidenciar a necessidade (urgente) de construir um novo modelo de comunicação, que leve em consideração o processo comunicacional como troca, que recupere o importante papel do receptor, na sua complexidade tridimensional[1].


[1] O conceito de ser humano tridimensional emergiu da tese no Instituto Universitário Sophia que buscava entender os aspectos  fundamentais do ser humano, que o identifique universalmente e singularmente. Baseado na antropologia filosófica chegou-se  concepção de homem que se relaciona consigo mesmo (intelecto), com o outro (essencialmente diferente) e com o mundo (que permite as questões fundamentais sobre a sua existência – Deus, a morte).

 

 

 

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