Por meio da comunicação jornalística, intrinsecamente inserida em um determinado contexto cultural, os sujeitos humanos, reciprocamente e fundamentalmente diferentes entre si, edificam a própria identidade.
Contudo essa comunicação precisa necessariamente ser encontro verdadeiro e dramático com o Outro, mesmo em uma relevante distância física. Ao reconhecerem-se na informação jornalística os sujeitos humanos, reciprocamente, afirmam a própria existência.
Porém, a experiência proporcionada pela comunicação jornalística só se conclui na transformação dos envolvidos no processo. Ambos, a partir da experiência de ação e reconhecimento proporcionada pelo jornalismo, sentem-se estimulados a estreitar os laços com os sujeitos humanos próximos, em uma relação muito mais complexa e ampla.
O jornalismo que não é comunicação, no sentido etimológico da palavra, se reduz a simples maquina de produção de informação.
Marcello Benites
Legal, Valter! Ver o jornalismo sob o viés do relacionamento entre as pessoas é ao mesmo tempo renová-lo, modificá-lo, mas também voltar à essência desse mesmo jornalismo, por mais contraditório que isso possa parecer. Em tempos de jornalismo espetacularizado e descaracterizado – vide o caso da enormidade de tempo dado à despedida de Fátima Bernardes no Jornal Nacional, meses atrás, o que não era nem mesmo notícia, muito menos algo de interesse público – isso é mais do que saudável!