Valeria Cardozo, 28, é uma jovem uruguaia que acredita no protagonismo pessoal como instrumento para a construção de um mundo mais igualitário. Sem se contentar simplesmente em cultivar esse ideal positivo dentro de si, ela tenta colocá-lo em pratica diariamente no seu trabalho como assistente social, destinado essencialmente aos excluídos da cidade onde vive.
Na contramão de uma prática assistencialista, Valeria considera o seu trabalho um constante “caminhar juntos”, em que é realmente possível realizar pequenos e grandes projetos, procurando ver as pessoas ajudadas como irmãos. Esse olhar fraterno leva todos os envolvidos no projeto, a resultados concretos de melhoria da qualidade de vida e de maior consciência cidadã.
O que você faz em vista de um mundo mais unido?
Como assistente social, desenvolvo diversos projetos sociais no meu país. O principal deles, promovido pelo governo local em parceria com algumas ONGs, situa-se no bairro Borro, um dos mais pobres de Montevidéu. Lá nos ocupamos de crianças, adolescentes e de suas famílias, que vivem em situação de extrema vulnerabilidade social. É um projeto amplo que tem como objetivo principal promover a participação cidadã, criando espaços coletivos que permitam resolver as necessidades dos habitantes por meio do diálogo e de ações comunitárias.
Quais são os resultados?
São vários, alguns mais visíveis do que outros. Por exemplo, a melhoria de áreas públicas ou a criação de espaços recreativos. Outros são mais estratégicos, como pensar um tipo de rede que permita maior intercâmbio entre a comunidade e suas organizações sociais. Parece-me, porém, que o maior resultado está no envolvimento dos próprios moradores no projeto, propondo ideias e sentindo-se protagonistas de um bairro melhor.
O que esse trabalho significa para você?
Para mim, trabalhar em projetos sociais significa procurar integrar minha profissão ao desejo interior de um mundo mais fraterno, onde todos os direitos cidadãos sejam plenamente usufruídos.
Artigo publicado na Revista Cidade Nova