Hoje acordei no outono toscano com uma sensação nova, o coração renovado.
Não que isso signifique algo de especial, pois na dinâmica da vida em comunidade a gente aprende que tantos as dificuldades, quanto as alegrias, fazem parte de um ciclo infinito de etapas do amadurecimento psíquico e espiritual de cada um.
Porém, dessa vez o sentimento é particular. Há alguns milhares de quilômetros desse céu nebuloso, em poucas horas, estaria acontecendo algo grande para mim, para meus amigos e porque não para a humanidade?
Bom! Conheci o Gabrão nessas experiências de “comunidade” que os Focolares nos permite fazer.
Não pensava que, seis anos atrás, ganharia tantos irmãos, mesmo aqueles que aparentemente pareciam um tanto quanto “mauricinhos”, julgamento de quem ainda estava aprendendo a ver pessoas novas que entram na nossa vida, com olhos novos.
Durante aquele 2004 inúmeras aventuras em solo Europeu, ou melhor Suíço, já que sempre mais essa nação vai se tornando também minha pátria.
Descobrimos o valor de coisas profundas que talvez, como formação familiar, já havíamos entendido racionalmente, mas precisávamos vivê-las.
Aquele “moleque do sul” que eu pensava ser arrogante, sem nem menos conhecer, foi se tornando definitivamente um amigo, um irmão com o qual eu podia compartilhar dificuldades, alegrias, experiências, todas as descobertas que fazíamos e ainda fazem parte de nossas vidas.
O que não esperava, digo sinceramente, é que essa FRATERNIDADE continuasse ao longo dos anos. Viagens para Curitiba, cappuccinos nos cafés de São Paulo, encontros do Movimento dos Focolares: inúmeras oportunidades, reencontros, que não eram só “formalidade”, mas seguiam a mesma dinâmica do relacionamento edificado em 2004, de abertura, comunhão, em que juntos adquiríamos força para levar para frente o Ideal de um mundo mais unido.
Em uma dessas viagens para a capital paranaense conheci essa flor magnífica chamada Camila. Apaixonei-me imediatamente pelo seu sorriso, mas ainda nem havia mergulhado naquele coração simples, delicado e interessantemente determinado.
A minha felicidade em ver o meu irmão com Camila cresceu ainda mais quando, em uma viagem para Penha, em Santa Catarina, ouvi as experiências que os dois faziam como casal, as dificuldades, os passos, tudo comunicado com uma simplicidade e felicidade tamanha, que preenchia o coração.
“Realmente é Deus que une as pessoas”, pensei.
Em poucos dias completo 6 meses de vida no Velho Continente. Quantas experiências, quantas dores, dificuldades, quanta vida!
Vida que é continuidade e novidade! Continuar a amar a si mesmo, as pessoas e aprender a lidar, com a mesma alegria, as dificuldades, dores e também as novas etapas, novas escolhas, caminhos.
Muito desse entendimento foi fruto do meu relacionamento com o Gabrão, no testemunho de vida, de amor verdadeiro dele e da Camila.
Bom, depois de tudo isso dá para entender o porquê dessa sensação boa em que acordei hoje, o porquê do coração renovado!
Parabéns Gabrão e Camila! Vocês sabem o quanto gostaria de estar aí, presente fisicamente, mas ofereço a minha vida aqui, cada coisa, para essa passo que damos e vivemos juntos!
Amo vocês!