Month: July 2010

[vidaloka] Espanha com a família Ganarin!

Interessante perceber os desenlaces da nossa vida e a importância de não perder a capacidade de nos surpreender com aquilo que Deus pode nos proporcionar.

Já estou há mais de 2 meses na Europa, 5 anos depois da minha aventura no Velho Continente, mas parece que nunca o deixei.

Não é que me sinto europeu ou vivo uma vida de confortos, nada disso faz parte do meu cotidiano aqui, mesmo que tenho feito boas experiências daquilo que considero “providência” e é a maior delas que conto nos parágrafos seguintes.

Quando ainda estava no Brasil surgiu a idéia de viajar para Castel d’Aro, pequena cidadezinha da costa catalã, para 2 semanas de férias com a família Ganarin, da qual faz parte a minha namorada.

Seria estar todos os dias convivendo com uma família que começo sempre mais a fazer parte. Uma grande oportunidade de conhecer cada um e deixar-me conhecer, além de passar dias proveitosos no mar espanhol, conhecer Barcelona…

Claro que topei e passadas essas duas semanas sinto o coração “aquecido”, a alegria e, consequentemente, a certeza, de quanto valeu à pena.

Passamos quase todos os dias indo ao mar, comendo bem (fiz um bolo de maça e outro cenoura com cobertura de chocolate) e usufruindo de cada oportunidade para conhecer melhor cada um, construir relacionamentos verdadeiros, tentando ignorar o fato de que tenho que gostar deles, pois são a família da Flávia.

Valeram a pena as descobertas, os momentos de tensão, as confusões típicas de uma família, mas é maravilhoso perceber como Deus nos coloca em lugares em que a felicidade sempre vai além dessas pequenas dificuldades, pois, afinal de contas, Ele nos quer profundamente FELIZES.

Agora começa o segundo mês na Suíça. O segundo também com Flávia. O mais legal e intrigante é ver o quão harmonioso é o nosso relacionamento. Dizer TUDO é realmente uma premissa para que possamos construir juntos, aprender a nos respeitarmos, algo que “non si può tornare indietro”.

Continua…

[Eleições 2010] Quanto vale um voto? – por Luigino Bruni

Porquê as pessoas vão votar?

A ciência econômica ainda não pode nos dar respostas a esta questão de forma convincente. Se seguirmos somente o critério de racionalidade puramente econômica, isto é, aquele que nos leva a fazer escolhas em termos de custos e benefícios para o indivíduo, nenhum cidadão racional deveria ir às urnas. De fato, o impacto que um único voto tem sobre o resultado final de uma votação política está muito perto de zero, enquanto que o custo (em tempo, especialmente) está todo sobre o indivíduo. Se, em outras palavras, cada pessoa se perguntasse “o que o meu voto acrescenta na política nacional?” e agisse de conseqüência, deveríamos nos encontrar com as sessões eleitorais desertas.

Mas porque então, não obstante a teoria econômica e os economistas, ainda muitas pessoas vão votar? Talvez porque quando participamos da vida civil e política não olhamos somente aos benefícios e aos custos individuais e materiais, mas atribuímos também um valor intrínseco ou ético à participação política em si. Quando Franca deve se decidir se ir ou não votar, se o custo material do voto é 2 (tempo, gasolina…) e o benefício é 0,1 (isto é, quanto vai influenciar o seu voto no êxito eleitoral), se ela não considerasse outros tipos de benefícios, ficaria tranquilamente em casa ou iria passear. Se, ao invés, a participação política lhe traz por si mesma bem estar ou felicidade, é como se àquele 0,1 se acrescentasse um valor material que, se bastante elevado, a faz ir às urnas ao invés de gozar de um repouso dominical. O que podemos dizer então, a partir desta prospectiva, sobre o declínio da afluência? Antes de tudo, deduzir que este declínio é também resultado de um número crescente de pessoas que pensam em termos puramente individualistas e “econômicos”.

Mas podemos dizer ainda algo mais. Quando a qualidade do debate político e a moralidade dos políticos decaem, aquele valor intrínseco e simbólico da participação se reduz nas pessoas. E quando decaem abaixo do limiar crítico (para Franca é de 1,9 e cada um tem o seu “limiar crítico”) pode-se não ir mais votar: “não vale mais a pena”, é uma expressão que diz em extrema síntese tudo isso. E mesmo se Franca ignora qual seja o seu “limiar crítico”, se este ano não foi votar, com esta sua escolha nos revelou que o seu valor intrínseco da participação política decaiu. Neste caso até mesmo um ‘não voto’ é um sinal de mal-estar e talvez um pedido por uma melhor qualidade da vida política. É claro, existem cidadãos para os quais o valor ético da participação política é muito alto, mas muitos outros gravitam ao redor daquele valor “limiar” e a crise moral da política pode ter induzido muitos destes a renunciar ao voto.

O que concluir então? Se quisermos que as pessoas continuem a votar, a exercitar este direito-dever príncipe em uma democracia, é preciso preencher de ideais e de moralidade a política e fazer com que aquele valor simbólico, mas muito real, seja sempre alto e que “valha a pena”.

29 dias no país do Tsunami – Parte 30: Descanso em Sumatra

Acordei cedo, não muito, mas as 9h já estava de pé e decidi ir nadar um pouco e fiquei na piscina até as 11h.

Fiquei feliz em perceber que a minha busca em estar sempre me doando proporciona, sem que eu espere o “cêntuplo”.

Não imaginava dias assim, tão oportunos, de descanso. Mas ontem e hoje pudemos nadar na piscina, ler, descansar.

Depois do almoço fiquei um pouco incomodado de ter que esperar até as 17h para encontrar os e as jovens do Movimento dos Focolares, mas valeu a pena.

O encontro na casa das focolarinas foi um momento fantástico com eles. Ouvimos as suas canções, cada um se apresentou e depois eu contei um pouco da experiência que estamos fazendo e da alegria de poder estar aqui.

Respondemos algumas perguntas, escutamos as suas experiências, tudo muito especial.

Com Hauer, que faleceu dois meses depois que voltei para casa em um acidente de moto

Depois de três horas jantamos juntos (arroz e frango na folha de bananeira – obs: se comia com a mão)e depois fomos embora.

Eram mais ou menos 30 jovens, muito simpáticos, mas realmente estar junto de pessoas que tem o mesmo Ideal de vida é algo que fortifica e faz feliz. Entre todos havia um clima indescritível.

Amanhã, depois da missa, partiremos para Banda Aceh, lugar do epicentro do maremoto.

A aventura continua.

[vidaloka] Saas Grund e Genebra

Faz tanto tempo que não escrevo, ainda mais na minha língua “mater”, que sinto dificuldades de expressar o turbilhão de sentimentos que a nova vida no Velho Continente vem me presenteando.

Nas duas últimas semanas pude vislumbrar das belezas alpinas em um programa de férias do Movimento dos Focolares, na cidade de Saas Grund, paraíso cercado de montanhas.

Além da convivência agradável e dos passeios repousantes, pude me ver diante de diversas oportunidades de conhecer gente nova, de cultura diferente e compartilhar essas descobertas com a Flavia.

Região de língua francesa, pela primeira vez não sofri tanto em não falar um idioma. Fui salvo tantas vezes com o meu inglês (fraco), mas, acima de tudo, contei com a boa vontade de tanta gente que se esforçava por “desenterrar” o italiano e assim trocar algumas palavras comigo.

Terminadas as férias, de volta a Genebra.

A minha primeira impressão da cidade não foi a das melhores, sobretudo por ser uma cidade luxuosa, mesmo com uma enorme comunidade “estrangeira”.  Espanhóis, portugueses, brasileiros, italianos… a quantidade de latinos é absurda.

Porém, voltando à cidade, pude descobrir que tudo nasce do nosso “olhar” sobre os lugares que passamos. Genebra é uma cidade linda, completamente adaptada ao ciclismo e só isso já seria suficiente para que eu ficasse por lá.

Com Flávia passeamos, comemos bem, encontramos amigos, mas já estamos de volta à Wohlen, pois amanhã partimos para mais uma aventura, em solo catalão, na Espanha.

Continua….

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