Month: May 2010

Prevenir a droga com a educação – Revista Cidade Nova – março 2010

Participantes do Seminário

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SOCIEDADE Durante quatro dias, profissionais de diferentes campos de atuação na área da educação e do direito puderam apresentar experiências, dificuldades e alternativas em vista da elaboração de um projeto pedagógico de resgate de valores e de uma formação integral de crianças, adolescentes e jovens

A região montanhosa de Guaratinguetá, onde está localizada a primeira das 68 Fazendas da Esperança querecuperammaisdeZmiljovensno Brasil e em diversos países do mundo, acolheu 30 profissionais ligados à educação de crianças e adolescentes para o Seminário Internacional: “Educação e prevenção ao uso de drogas e à violência”. Promovido pela Fazenda da Esperança em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Editora Cidade Nova, o evento que foi realizado dos dias 28 a 31 de janeiro enfrentou o tema da crise da escola como espaço de formação e consolidação dos valores humanos em vista de uma educação mais integral da pessoa e deu início à elaboração de um projeto pedagógico que vise a prevenção da droga e da violência.

“Faz 27 anos que eu trabalho na recuperação de drogados e vejo o sofrimento que acompanha cada história, cada família. Então, nasceu dentro de nós o desejo de fazer algo para que a juventude não entrasse na droga, prevenir o mais cedo possível” – explica frei Hans Stapel, presidente da Fazenda da Esperança, sobre a ideia de realizar o Seminário.

Diversidade que enriquece

Um dos primeiros desafios do Se­minário foi lidar com a diversidade de campos de atuação entre os par­ticipantes. Profissionais de todas as regiões do Brasil, coordenadores de ensino, professores de escolas públi­cas e universidades, representantes do poder público e profissionais vindos de outros países apresenta­ram seus trabalhos e experiências no campo educacional por meio de painéis, mesas-redondas, debates, mostrando uma diversidade de pro-jetos e ações realizadas no campo da educação.

“A troca de experiências é im­portantíssima porque quando nós começamos uma atividade, a nossa impressão é de que estamos sempre certos, mas só quando ouvimos a experiência do outro e as suas crí­ticas é que começamos a ver se re­almente estamos no caminho cor-reto”, afirmou Rui Paiva, servidor público municipal na área jurídica, em Belém (PA).

“No início, eu não entendia a proposta do Seminário, mas depois comecei a observar que, antes de tudo, era uma troca de experiên­cias, de conhecimentos, de capa­cidades, para que todos, a partir daquela comunhão, mesmo aque­les que não participam diretamen-te da área da educação, pudessem contribuir”, disse Richardson Ra­mos Cardoso Borges, integrante do programa Educação para a Paz, em Igarassu (PE).

Um projeto em comum

Além de discutir a educação e seu papel na prevenção ao uso de dro­gas e à violência, um dos principais objetivos do Seminário foi traçar linhas para um projeto pedagógico comum a ser oferecido à sociedade.

Diversas alternativas pontuais apresentadas já são realizadas pe­los participantes nos seus ambien­tes de trabalho: projetos concretos como o “Viver de Cara Limpa”, que foi assumido pelo governo do Es­tado de Tocantins e que envolveu muitas crianças e adolescentes da região e também ações pontuais em escolas de Jundiaí, Vargem Grande Paulista, São Paulo ou mesmo na Fazenda da Esperança.

Essas atividades de promoção do ser humano e da cultura de paz têm tido desdobramentos muito impor­tantes no campo da educação e da formação das novas gerações. Nesse sentido, a pergunta fundamental do Seminário levantada pela educado­ra, ex-secretária estadual da Educa­ção do Tocantins e ex-presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Educação (Consed), Dorinha Seabra Rezende, foi “como passar de um projeto muito pontu­al e particular para uma dimensão maior, de grande escala”.

“Mais do que trabalharmos jun­tos é preciso aprender a sistemati­zar tudo isso em prol de um pro­jeto maior. Não devo ver apenas o meu projeto ligado à minha escola, à minha universidade ou à minha dificuldade”, acrescentou Samuel de Souza Neto, professor adjunto do Departamento de Educação da Unesp, explicitando ainda mais o objetivo daqueles dias de discussão e trabalho.

Questão de valor

Um dos temas apresentados nas diversas mesas-redondas do Semi­nário apresentou a escola e a so­ciedade como “comunidades edu­cadoras”, que têm um papel muito importante na prevenção ao uso de drogas e à violência. Esse novo mo­delo engloba um conceito de edu­cação que “trabalha também com valores, com postura, formação hu­mana”, explica Dorinha.

“É justamente o descaso em rela­ção aos valores um dos motivos que acabam gerando consequências so­ciais graves no desenvolvimento da juventude”, afirma Édina Maria de Paula, promotora da Vara da Infân­cia e Juventude de Londrina (PR). “A educação significa essa transmissão de valores. Você não tem como falar em educação sem que a transmissão desses valores seja colocada em prá­tica. Dentro do meu dia a dia, eu vejo que muito disso foi perdido pe­las famílias que acabaram terceiri-zando, delegando a educação dos fi­lhos às escolas. Assim, essas crianças não recebem valores nem em casa e nem nas escolas e quando chegam na adolescência estão despreparados para a vida. Daí para a delinquência e para a ‘drogadição’ é só um passo”, conclui Édina.

Dos fatos às palavras

Os quatro dias vividos intensa­mente pelos participantes do Se­minário serviram também como oportunidade de conhecer a reali­dade vivida na Fazenda e ver como a recuperação realizada ali pode ser apresentada como um novo modelo de pedagogia. “Eu vejo a escola como um cen­tro de formação humana, mas aqui também é um centro de formação humana. Não é uma escola nos moldes formais, mas é uma escola de vida e para a vida”, disse Samuel de Souza.

“Sempre ouço as experiências desses adolescentes no Fórum e não são muito diferentes da expe­riência que eles contaram aqui, só que há um diferencial básico: aqui elas encontraram luz, fizeram a experiência do amor de Deus e do amor do próximo, o que os ado­lescentes que eu atendo ainda não encontraram e isso faz toda a dife­rença”, contou Édina.

O Seminário contou também com participantes de outros países que apresentaram as próprias ex­periências. Alguns responsáveis de Fazendas da Esperança de diversas partes do mundo: Alemanha, Rús­sia, México e Moçambique e o peda­gogo alemão Mathias Kaps, respon­sável pelo projeto “Ser forte sem ser violento”, que desenvolve a cultura da paz em muitos países da Europa e já envolveu mais de 150 mil pesso­as – alunos, professores e espectado­res – desde o seu início, em 2006.

“Para mim foi muito importan­te participar do Seminário. Aprendi muitas coisas, principalmente com o modo com o qual as pessoas enfren­tam esses problemas aqui no Brasil. Violência e droga não são só expres­sões de falta de boas condições de vida, mas também da falta de senti­do para essa vida, seja na Europa ou na América Latina. Fiquei feliz por contribuir com a minha experiên­cia”, declarou o pedagogo alemão.

Crianças e adolescentes

“Vimos aqui na Fazenda o que é a experiência de vida, o que é o direito de viver. Cada um que sai daqui hoje sai com consciência de que deve agir diretamente na so­ciedade. Não adianta fazer só diag­nóstico, o que adianta é transfor­mar tudo isso. Os diagnósticos já são muitos, agora precisa sair dis­so para a prática”. Essa percepção de Meireivaldo Paiva, educador de Belém, exprimia outro desafio para o Seminário: definir projetos de ação concreta e conjunta no campo pedagógico.

Nos momentos conclusivos do Seminário, surgiu a necessidade de dividir o grupo em duas diferentes abordagens, uma que levasse em conta as realidades das crianças, até os 11 anos, e outra para os adoles­centes até os 17 anos. Desses grupos nasceram duas propostas concretas: o Projeto Semente e a atualização do Projeto Viver de Cara Limpa, que deverão ser aprofundadas em encontros posteriores.

O Projeto Semente está voltado ao público infantil, dos 3 aos 11 anos, e visa prevenir o uso de dro­gas e a violência, mediante o traba­lho com valores de convivência e cidadania e da fraternidade como novo paradigma para a pedagogia. A proposta inclui atividades para-didáticas e lúdicas e envolve toda a comunidade local: escola, bairro e município, entidades civis e insti­tuições públicas.

A segunda proposta, o Projeto Viver de Cara Limpa, visa trabalhar com os públicos adolescente e juve­nil na prevenção ao uso de drogas e à violência. É um conjunto de propostas e iniciativas que se articulam no tripé “testemunhos, rela­cionamentos e atividades”. As estra­tégias para a realização do projeto são a “sensibilização” (pelos teste­munhos e relacionamentos com os jovens da Fazenda e por meio de oficinas artísticas e a “conscientiza-ção” (pelo livro-texto e atividades propostas). O projeto propõe o en­volvimento da família e de toda a comunidade local.

Desafios

Realizar projetos pedagógicos no Brasil, sobretudo com a chancela do poder público é um grande desafio já no momento de sua aprovação, mas as dificuldades em relação à continuidade dos trabalhos pare­cem ser os principais obstáculos para a construção de mudanças efe-tivas do campo da educação.

Segundo a coordenadora peda­gógica de uma escola municipal de Jundiaí (SP), Lúcia Helena Parazzi, “esse Seminário vem ao encontro das demandas sociais, mas os atores dessa pedagogia precisam antes de tudo acreditar”. “É uma proposta ousada, mas é uma proposta urgen­te, porque a sociedade tem neces­sidade de uma educação diferen­ciada, que as propostas estejam de acordo com as demandas sociais”, acrescentou ela.

Depois dos dias de trabalho do Seminário ficaram evidentes os mui­tos desafios que os educadores preci­sam enfrentar. Um desses desafios é a continuidade dos próprios projetos.

“O importante é deixar esse fogo aceso, ficarmos unidos e comunicar entre nós os passos dados, porque a grande tentação é que o individualis­mo tome conta da gente e que até fa­çamos coisas bonitas, mas sozinhos perdemos a força”, explica frei Hans sobre outro aspecto importante para o sucesso do Seminário que é o tra­balho em rede, em comunhão. •

BOX: Uma experiência marcante

“Foi uma coisa extraordinária, dias de luz, dias em que todos sentíamos que nasceu algo. Parece o início de uma pedagogia especial, algo novo.” (Frei Hans Stapel)

“Espero que nasça agora uma parceria entre a Europa e o Brasil, para nos ajudarmos e enfrentar esses problemas juntos.” (Matias Kaps)

“Uma experiência muito interessante porque abriu mais a minha cabeça no sentido da prevenção, pois trabalhamos muito com a recuperação. Ajudou-me a não me limitar e entender mais o trabalho de prevenção.” (Luciano Santos da Silva, responsável pela Fazenda da Esperança no México)

“Para mim foi possível fazer essa experiência porque todas as pessoas aqui procu­raram viver aquilo que buscávamos juntos, particularmente, na vida delas. Isso me fez lembrar uma frase de Chiara Lubich que diz: ‘Com homens novos, você pode fazer coi­sas novas’. E eu sinto que aqui saiu uma coisa nova por causa disso.” (Nelson Rosendo, presidente da Fazenda da Esperança)

“Eu saio daqui muito diferente de como cheguei. Seria difícil explicar, mas eu saio com o meu coração diferente no sentido que, às vezes, a gente acredita nas nossas po-tencialidades, isso é bom, mas a gente deixa de acreditar que por trás de tudo isso tem Deus e é Ele quem faz as coisas, basta a gente fazer a nossa parte. Eu saio daqui com muita esperança.” (Lúcia Helena Parazzi)

“Existe um autor, Mário Sérgio Cortella, que diz que nós somos a primeira geração que não cuida das próximas gerações e nesse Seminário houve um esforço dessa gera­ção para cuidar da próxima geração.” (Samuel de Souza Neto)

29 dias no país do Tsunami –  Parte 29: Pausa em Medan

Momento de lazer em Medan

Depois de uma boa noite de sono e de ter lido um pouco, fomos juntos para a piscina do condomínio. Providencial depois da primeira etapa, cheia de emoções, vividas em Nias.

Ficamos ali umas duas horas e eu acabei indo acompanhar um dos nossos amigos indonésios na compra do nosso almoço.

Ali, mais uma nova experiência! A direção é “inglesa”na Indonésia, para quem ainda não entendeu, o volante é à esquerda e não a direita como no Brasil.

Admito que ao entrar no carro tive sérias dúvidas se conseguiria realizar tal façanha, mas não foi tão difícil como pensei.

Logo que chegamos com a comida, almoçamos e agora estamos nos preparando para encontrar um grupo de adolescentes do Movimento dos Focolares em Medan.

Despedindo dos adolescentes do Movimento

Chegamos 15 minutos antes dos adolescentes. Eram 40!

Contamos um pouco a história de como surgiu o Movimento, nos apresentamos, tudo com “aquela simplicidade” que tanto prezo. Ficamos algumas horas com ele e depois fomos convidados pelas donas da casa para um jantar.

A casa que nos acolheu abriga mulheres consagradas, de vida comum! Pessoas que decidiram doar suas vidas a Deus, mas continuando atuantes na sociedade, sem hábitos (no sentido de vestidos específicos) mas procurando levar Deus às pessoas com a própria vida.

“Focolare” (em italiano, algo como “lareira”- local onde as pessoas se reúnem para se aquecer) não só é o nome do Movimento fundado por Chiara Lubich, mas também é o nome das casas em que vivem esses consagrados.

(Resumo da história do Movimento dos Focolares CLIQUE AQUI)

Enfim, o Focolare de Medan é uma casa muito acolhedora, simples ao ponto de nos sentirmos imediatamente em casa.

As Focolarinas são muito simpáticas. Duas italianas, uma indonésia e uma brasileira.

Prepararam “pasta al pomodoro”. O “manjar dos Deuses” depois de 10 dias de ARROZ, PEIXE e PIMENTA na Indonésia.

Depois da janta ficamos conversando com elas e mais tarde voltamos para casa. Lá encontramos o restante do grupo que tinha chegado de carro.

Uma semana para mudar o mundo – Revista Cidade Nova – outubro 2006

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Por Valter Hugo Muniz

Do dia 16 ao dia 22 deste mês se realizará a Semana Mundo Unido. Jovens de todo o mundo estão programando diversas iniciativas com o objetivo de mostrar que a paz, a solidariedade, a fraternidade podem ser construídos e cultivados a partir de nossas cidades

Explode a guerra no Lí­bano. A morte de civis, a intolerância e os atos terroristas parecem di-recionar o país a rumos catastróficos. Os números oficiais di­zem que os ataques já mataram qua­se duzentas crianças até o início de setembro e elas já contabilizam um terço dos feridos no conflito.

Enquanto o mundo dirige suas atenções para o Oriente Médio, na África as mulheres ainda lutam por uma vida melhor, quase sempre utó­pica, pois a falta de credibilidade nos governantes é evidente. Em uma pesquisa feita pela BBC, televisão inglesa, percebe-se que a situação da mulher africana é mascarada. Elas ainda sofrem muito com a violência, sobretudo a doméstica.

Na Europa, o descontentamento de jovens que habitam nas perife­rias das cidades francesas tem gera­do fortes conflitos com a sociedade. E poderíamos continuar a relação de fatos que demonstram a situação atual do mundo segundo a leitura da mídia.

Contudo, não é preciso ir muito longe para se dar conta da violência, da intolerância e da guerra que pa­recem infindáveis em todo o planeta. Os ataques de grupos criminosos em São Paulo, os conflitos nas favelas do Rio de Janeiro, sequestros, vandalis­mo e manifestações de intolerância de todo tipo, são problemas que têm feito cada vez mais parte do cotidia-no de todos.

Em meio a toda esta balbúrdia é possível acreditar em um mundo melhor? É utópico demais pensar na paz?

Um desafio aos jovens

Em 1995, Chiara Lubich, funda­dora do Movimento dos Focolares, falando para milhares de jovens de todo o mundo que se reuniam em Roma, convidou-os a não se deixa­rem intimidar pelos sinais de ódio e de violência que marcam o nosso tempo e lançou uma proposta ori­ginal: a realização de uma “Semana Mundo Unido”. Com essa proposta, Chiara confiava aos jovens a difusão de uma cultura de paz e de fraterni­dade baseada em relacionamentos de convivência pacífica e de enriqueci­mento recíproco entre os povos e as culturas, no respeito à dignidade de cada ser humano e à identidade de cada povo ou comunidade.

“Uma proposta para todos nós, para os jovens do mundo inteiro, para as instituições nacionais e internacio­nais, públicas e privadas, para todos; uma proposta, ou melhor, um com­promisso: um encontro marcado com a Semana Mundo Unido. O objetivo? Evidenciar e valorizar as iniciativas que promovem a unidade, em todos os níveis”, explicou Chiara.

A proposta de Chiara teve a ade­são imediata de jovens de todo o mundo pertencentes ao Movimen­to Jovens por um Mundo Unido (MJMU, expressão do Movimento dos Focolares) que engloba jovens de diversas raças e nacionalidades, pertencentes às principais Igrejas, mas também de outras religiões e culturas que não professam um cre­do religioso. E já em 1996 despon­taram iniciativas em todo o mundo — cinefóruns, manifestações públicas pela paz, divulgação na mídia, inicia­tivas sociais — que tinham o objetivo de chamar a atenção da opinião pú­blica para os ideais de paz e de fra­ternidade.

Um momento fundamental da SMU – no seu início ou na sua conclusão – é a conexão telefó­nica que coloca em comunicação simultânea os jovens do MJMU de diversos países para uma troca de experiências sobre as iniciativas empreendidas por eles ou para uma comunicação direta com jovens de países em guerra ou que sofreram alguma catástrofe natural. Também Chiara Lubich participa da conexão com uma mensagem que, em geral, leva os jovens a olharem o mundo e os acontecimentos sob o prisma da fraternidade e da unidade entre os homens.

Trabalhando pelo mundo unido

A primeira edição da Semana Mundo Unido já contou com a participação de 80 cidades nos cinco continentes. Do Peru à Coreia do Sul, da Finlândia à África do Sul, os jovens se mobilizaram em iniciativas originais e muito concretas.

Na SMU de 1998, representan­tes do Movimento Jovens por um Mundo Unido dos Estados Unidos levaram ao secretário-geral da ONU um documento elaborado com a ajuda dos jovens do Iraque em favor da unidade entre os povos.

Em 2002, os jovens do Oriente Médio desenvolveram diversas ini­ciativas para renovar na população a esperança e a fé no mundo uni­do e na fraternidade universal. No Líbano, por exemplo, eles anuncia­ram a proposta do mundo unido nas praças, com concertos e outras manifestações artísticas. Além disso, eles recolheram uma grande quanti­dade de alimentos em frente aos seis maiores supermercados de Beirute, que depois foram distribuídos para 100 famílias carentes.

No ano passado, quando a SMU completou seus 10 anos, as atividades se alastraram por todo o mundo. Na Tanzânia, país da Áfri­ca subsaariana, 42 Jovens por um Mundo Unido construíram duas cabanas com barro e palha, para dois refugiados idosos que não ti­nham um lugar para ficar. Foram também às duas escolas de ensino médio do campo de refugiados para partilhar as experiências feitas pelos Jovens por um Mundo Uni­do de seu país.

A Semana Mundo Unido des­te ano se realizará do dia 16 ao dia 22 de Outubro e terá como lema: “Mundo Unido: comece pela sua cidade”. Diversas ações estão sendo programadas em muitos países, pro­curando agora, mais do que tudo, mostrar que a paz, a solidariedade, a fraternidade, todos os valores que parecem estar perdidos, devem ser construídos e cultivados nos nossos ambientes, em família, na escola, no trabalho, com os amigos, a partir de nossas cidades.

Agenda Mundo Unido

Uma pequena agenda com pensa­mentos para serem concretizados a cada dia durante a SMU foi uma das ideias que os jovens tiveram para dis­seminar a proposta de fraternidade as­sumida por eles.

Seguem abaixo os textos da Agenda para serem refletidos e vividos a cada dia da Semana Mundo Unido.

SEGUNDA-FEIRA

Uma cidade… SOLIDÁRIA “A diferença entre o que fazemos e o que somos capazes de fazer seria sufi­ciente para resolver a maioria dos pro­blemas do mundo.” (Mahatma Gandhi)

Relato de uma cidade

“Sou artista plástica e sempre me incomodou a diferença social que existe na minha cidade. Decidi me aproximar de uma comunidade carente onde as pessoas moravam em casas de tábuas e papelão. Depois de 25 anos de trabalho ali, junto com os moradores, foi possível substituir e reformar 84 casas em regi­me de mutirão. Hoje também já existem muitos outros trabalhos em prol dessa comunidade.” (A.R. – São Paulo)

TERÇA-FEIRA

Uma cidade… FRATERNA

“Épreciso amar a todos, simpáticos e antipáticos, pobres e ricos, da nossa pá­tria ou de outra, amigos ou inimigos.” (Chiara Lubich)

Relato de uma cidade

“Sou libanesa e trabalho na recep­ção de um hospital em Beirute. Um dia chegou um palestino com um parente doente em estado grave. Sua origem palestina seria suficiente para que eu me recusasse a atendê-lo, porque venho de um vilarejo que foi totalmente quei­mado por eles. Procurei superar o ódio e o rancor que tinha dentro de mim e ajudá-lo. Críamos uma amizade que foi muito além do período de convalescen­ça de seu parente e envolveu também nossas famílias”. (H.N. – Líbano)

QUARTA-FEIRA

Uma cidade… DE PAZ “O amor é a única força capaz de transformar um inimigo em amigo.”

(Martin Luther King)

Relato de uma cidade

“Dois meninos estavam brigando na escola. Eu os separei e sugeri que fizes­sem as pazes, mas eles não quiseram. Mais tarde, um deles estava no pátio e foi procurar o outro. Chamei-o para dar uma volta, fazendo com que nos encon­trássemos ‘por acaso’. Eles se deram as mãos e voltaram a ser amigos.”

(R., sete anos – Venezuela)

QUINTA-FEIRA

Uma cidade… QUE ACOLHE “Podemos nos contentar com o bem de um só indivíduo, mas é muito me­lhor e mais divino o bem da inteira co­munidade. ” (Aristóteles)

Relato de uma cidade

“Na esquina, perto de casa, tem um cruzamento movimentado que não tinha sinalização adequada. Por isso aconteciam muitos acidentes. Como cidadã, deveria fazer alguma coisa e resolvi buscar ajuda dos órgãos compe­tentes. Depois de muita insistência foi colocada nessa esquina uma rotatória e os acidentes diminuíram bastante.”

(C.P. – Ribeirão Preto, SP)

SEXTA-FEIRA

Uma cidade… DE ESPERANÇA “Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo se for para ajudá-lo a levantar-se.” (Gabriel Garcia Marques)

Relato de uma cidade

“Sempre fiquei inquieto ao ver jo­vens entregues às drogas pelas ruas de minha cidade. Então, tive uma ideia: ajudá-los a ter uma esperança e desen­volver alguma atividade que os ajudasse a deixar o vício. Comecei a ensiná-los a fazer pulseirínhas. Hoje sou um dos res­ponsáveis pela Fazenda da Esperança, um lugar de recuperação de dependentes químicos que tem como base de tratamento o exercido de sair de si, amando quem está ao redor.”

(N. – Guaratinguetá, SP)

SÁBADO

Uma cidade… TRANSFORMADORA “…Olhe bem, veja: o mais im­portante e bonito do mundo é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas -mas que elas vão sempre mudando.” (João Guimarães Rosa)

Relato de uma cidade

“Há seis anos mudei de cidade e quando cheguei ao terminal rodoviá­rio percebi que não havia uma escada rolante que ajudasse os passageiros idosos e deficientes. Exercendo meu direito de cidadão em favor do bem comum, fiz várias solicitações à admi­nistração do terminal, pedindo provi­dências. Depois de mais de um ano, foi instalada uma escada rolante que, por muitos meses, ficou sem funcio­nar. Voltei a solicitar providências e a escada logo começou a operar e contí­nua funcionando até hoje.”

(E. – Rio de Janeiro)

DOMINGO

Uma cidade… JUSTA

“(…) a liberdade e a responsabi­lidade caminham juntas. A verdadeira liberdade demonstra-se na responsa­bilidade, num modo de agir que assu­me sobre si a co-responsabilidade pelo mundo, por si mesmo e pelos outros.” , (Bento XVI)

Relato de uma cidade

“Um dia perdi meu celular, e meus amigos, sabendo que eu tinha seguro, tentaram me convencer afazer um bole­tim de ocorrendo informando que tinha sido roubado, de modo a conseguir um novo aparelho gratuitamente. Minha consciência me mandava ser coerente e não fiz o boletim. Alguns dias depois uma senhora me telefonou dizendo que havia encontrado meu celular.”

(A.M. – São Paulo)

Abaixo a burocracia futebolística

Depois de uma noite como a de ontem, em que vi a incompetência absurda do Palmeiras 2010, que sequer foi capaz de vencer um time recém promovido para a primeira divisão do campeonato brasileiro e pior: errou três em quatro cobranças de pênaltis, como comentar sobre o “time alheio”?

Não vou falar do time do Corinthians, da história e usar todos os argumentos para concluir que o arqui-rival do Alviverde Palestrino nunca vai ganhar um campeonato internacional. Não! Por respeito à torcida do Corinthians e tantos dos meus amigos que optaram pelo “sofrimento” ao se assumirem corintianos, vou comentar outras coisas.

Primeiro a torcida… Acho que o corintiano tem mesmo razão de ser orgulhoso da sua torcida. Que incentiva o tempo todo, que ama o time e não fica “cornetando” no momento que o time precisa! Acho que fica de lição para os outros Grandes do Brasil.

Depois o MUITO INCOPETENTE Mano Menezes… claro, vão dizer: “O Mano ganhou dois dos cinco campeonatos que disputou!”. Não foi o Mano! Foi o Ronaldo e o time muito entrosado que o Corinthians tinha em 2009 e que, POR DINHEIRO, se desfez e JOGOU NO LIXO o sonho da Libertadores.

A diretoria do Corinthians mostrou que falta ESTUDO e CONHECIMENTO de futebol quando preferiu um time CHEIO DE ESTRELAS a um bem entrosado. Será que o Real Madrid não errou várias vezes pelos outros? Com todo respeito, mas é muita ignorância e pior, só os fanáticos torcedores do time acreditavam nesse titulo do Corinthians!!!

Mas, voltando ao Mano… Como ele pôde tirar o Elias ontem? Como ele não incentivou o time deles a “ensacar” o Flamengo no primeiro tempo e depois só administrar o resultado, mas não, o pior representante da escola GAÚCHA de técnicos ficou satisfeito com um placar que comprometeu o Corinthians.

Por outro lado, ironicamente, na mesma noite de ontem, o SANTOS ganhou DE NOVO!!!

OK! O time da baixada ganhou o campeonato paulista sem merecer? Ganhou!!! Jogou muito mal a final? Jogou! Deixou claro que, diante da pressão, a molecada amarela? Deixou!!! Mas, o que prevaleceu foi o futebol bonito e ofensivo de dois times maravilhosos: Santos e Santo André.

Assim, como não me render ao futebol bonito do Santos??? E melhor ainda, não é só firulinha à lá Ronaldinho Gaucho! É drible, toque rápido, bonito, de letra e GOOOOOOOOOOL!!!!

A vitoria do Santos no Paulista e o provável título da Copa do Brasil fazem bem ao futebol! Mostra que não dá mais para viver de Burocracia Futebolística! Ouviram Muricy, Mano, Zago e, principalmente, Dunga???

“Futebol é resultado!” Dizem os burocratas. Mas pra quem paga para assistir, sofre pelo time, “Futebol é alegria, é festa, é JOGO BONITO”.

Abaixo aos burocratas!!!

Máxima felicidade

Enquanto as nuvens são arrastadas para o oceano,

O celeste vento me transporta para novos céus, novas terras

E pode ser que a caminhada seja austera

E por isso vou passo à passo, “pian piano”

Mas o caminho é sem volta!

Melhor! É de volta imprecisa!

E mesmo se aproxima-se a minha despedida

Fico feliz em partir pra Europa.

“Estás indo atrás do que?”, me perguntam com certa curiosidade

Não é normal querer ir embora da própria cidade.

Mesmo indo atrás da tal máxima Felicidade.

“Estás indo atrás de quem?”, é quase sempre a segunda pergunta

Ok! Eu entendo. Não é culpa deles na verdade.

“Estou indo atrás da máxima Felicidade”.

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