Month: October 2009 Page 1 of 4

Último vôo

Todo dia o canarinho percorria o parque, de cabo a rabo, para encontrar o jardim onde poderia encontrar sua refeição cotidiana.

Era um vôo longo para aquele pássaro nascido há só um mês. As asas frágeis tornavam o trajeto bem cansativo e cheio de perigos.

Porém ele nunca desistira. Estava decidido a correr todos os riscos, até mesmo o de morte, para nutrir-se e assim ter força suficiente para projetos maiores, viagens mais longas.

E foi assim.

Passaram anos e logo o canarinho estava pronto para uma grande aventura. Deveria cruzar o Atlântico, planar sobre o frio, mesmo a neve, e assim aninhar-se por um período, até a próxima viagem.

E foi…

Em dez, vinte anos o canarinho, não mais sozinho, havia já bebido da água de quase todos os parques do mundo, havia conhecido outras árvores, outros pássaros, até que decidiu voltar.

O pássaro não encontrou mais o parque aonde havia crescido, até mesmo o jardim havia sido destruído, abandonado.

E se deu conta que o tempo não só devora a sua saúde, mas também as coisas.

A única particularidade que não havia passado era a sua vontade de voar, de conquista.

Por isso, bateu asas novamente.

E vôo.

Finto Amor

1092523082_1356459973

Enquanto as correntes marítimas seguem seu fluxo natural

Fico procurando me conscientizar de que nunca terei uma vida normal

Pois afinal de contas ela é fruto das nossas escolhas…

E para onde eu vou, no outono, caem as folhas.

Mas o pior que questionar é olhar para trás temendo

Sofrer pelo que passou é um mal tremendo

Por isso olho pra frente e miro no Sol

Arrumo a cama, ela está vindo… Mãe onde está o lençol?

Aqui tanto os ganhos, quanto as perdas, pesam

Assim vou seguindo aquilo que “cuore e anima” prezam

E a alegria de quem olha pra frente e vê o mundo que espera

É muito maior daquilo a minha humanidade quisera

Olho pra frente, não se pode esperar

A vida passa rápido e é melhor aproveitar

Faço o meu tempo, dou valor verdadeiro pra dor.

Pois sem ela, infelizmente, cabo vivendo um finto*- amor.

*falso

Sorriso Profundo

Sorriso profundo,
quero roubar-te um segundo
e dizer que te espero pra festa
vamos mostrar aos outros o que ainda presta

E você, sorriso profundo, é essencial
Saiba que é uma pinceleda realmente especial
Do desenho maravilhoso que o Criador fez
E que os relacionamentos coloriram vez por vez

Vem sorriso profundo pra eu te dar um abraço
e mesmo se não te vejo, por você supero cada percalço
olho pro céu e grito obrigado a Quem te criou
e inspiro-me pra ajudar quem ainda não se levantou

Espero-te com esperança, sorriso profundo
Porque o seu sorriso é o mais lindo do mundo
A nossa alegria transformará a vida de tanta gente
Mas principalmente estaremos unidos
e permaneceremos pra sempre contentes.

Poesia em homenagem a Miriam Sebok que hoje faz aniversário e a quem guardo recordações e um amor enorme!

Grito

grito-3

É sempre preciso dar o grito.

É sempre preciso se controlar no grito para ser entendido.

É sempre preciso ser conciso para rasgar com potência o desafio de existir.

Continue gritando, é o que importa.
Mas quando gritar mexa junto os pés e as mãos para ter mais impacto.

Quando gritar, sempre olhe para cima e não dilua seu olhar.

Quando gritar não pense no eco, no reverso, no bate e volta das ondas sonoras.
Quando gritar … grite!

ALTO e em bom tom para quem quiser ouvir.

Somente grite.
A prática do grito deve ser feito em grupo e no silêncio.

Na prática não deixe de gritar.

(de um comentário recebido)

29 dias no país do Tsunami – Parte 18: Chegando em Lahewa

Carregando muita areia durante a terraplanagem

Carregando muita areia durante a terraplanagem

Hoje vivemos um dia incrível.

Acordamos cedo e viajamos até Lahewa, um paraíso perdido no meio da ilha de Nias.

Durante a viagem era incrível ver a beleza do lugar contrastada com a pobreza e a destruição do Tsunami.

Depois da viagem difícil de duas horas chegamos e fomos acolhidos de maneira incrível. Um lanche e fomos logo trabalhar.

Tem um enorme terreno para limpar, terraplanar, para a construção de uma escola. Ficamos por meia hora trabalhando ali, sob o sol forte. Foram os 30 minutos mais longos da minha vida. Machuquei as minhas duas mãos com a enxada (as mãos dos ocidentais mostram a fragilidade física da nossa cultura), mas dentro de mim estava muito contente de, pela primeira vez, poder suar por aquele povo.

Temos muito o que fazer. Está mesmo tudo destruído por conta do Tsunami e do terremoto que aconteceu três meses depois.

À tarde continuamos a trabalhar na terraplanagem do terreno. Fiquei muito cansado, mas também impressionado em ver tantas crianças trabalhando ali, na reconstrução do próprio vilarejo… bem pequenos, mas fortes.

(As crianças do vilarejo de Lahewa iam para a escola todas as manhas e à tarde trabalhavam junto com os adultos na reconstrução do que foi destruído pelas catástrofes naturais)

Mãos trabalhadoras...

Mãos trabalhadoras…

Page 1 of 4

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén