Month: August 2009 Page 2 of 3

Sinais

53aapedcrossing-sign-cameoPode ser que ventos e tormentas caiam sobre mim
Que eu tenha que percorrer caminhos tortuosos
Mas, mesmo assim, acreditarei que tudo faz parte da Viagem.

Pode ser que eu me sinta só
Que eu tenha que encarar sozinho o escuro
Mas mesmo assim vou crer, vou dar cada passo seguro.

E tudo, não por me crer forte
Ou até me apoiar numa possível sorte
Mas porque tenho um Deus que me guia
Sinalizando as bifurcações da temerosa trilha.

Assim, fecho os olhos, respiro e caminho feliz
Ciente das dores que vêm e do iminente banho de chafariz
E mesmo se estou andando molhado, no frio e no vento.
Corro pra casa, me seco e de novo eu tento.

Mi ardi o oio!

proibido-fumar-aviso-sao-pauloFenomenal!

Depois da maravilhosa (E RARA) iniciativa de proibir o fumo em lugares públicos (como na Lei Cidade Limpa) fica ainda mais divertido ver campanhas como essa.

A canção “Mi ardi o oi” é uma paródia do sucesso escrito por Michael Jackson “We are the world” (o original está abaixo)

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29 dias no país do Tsunami – Parte 16: Conhecendo Nias

Esculturas do museu de Nias

Esculturas do museu de Nias

O almoço foi delicioso. Quase me fez pensar não estar na Indonésia.

Depois de comer e esperar quase duas horas, fomos com Ponty em uma espécie de museu local. Muito simples, mas bonito.

Foram acompanhando algumas amigas de Ponty e pudemos conhecê-las melhor.

Na volta nos encontramos com um casal irlandês da Caritas (que faz um lindo trabalho de reconstrução junto com a comunidade local). Durante a conversa fiquei irritado com a prepotência dos dois. Com eles explicamos o nosso plano de ajuda nas comunidades de Nias.

À noite fomos a uma festa de inauguração de uma casa, organizada pela Caritas.

Pediram para que nós disséssemos alguma coisa e eu, com Giuseppe, me apresentei, agradeci a acolhida e disse um pouco quem somos e o que estamos fazendo ali.

No outro dia, acordamos depois de ter dormido quase dez horas.

Ago com os outros chegaram de avião e foram tomar café da manha. Fomos saudar-los e ficamos um pouco desiludidos, pois eles queriam descansar até o almoço.

Eu, Eugênio e Giuseppe já tínhamos descansado demais. Queríamos nos colocar logo a serviço das pessoas aqui… tem muita coisa pra fazer.

É engraçado, mas também perder a própria idéia faz parte desse trabalho “para os outros”. Se não se começa a fazer isso nas pequenas coisas, parece que qualquer coisa que fazemos perde em genuidade.

As 16h vêm alguns voluntários locais com os quais tentaremos entender o que fazer nos próximos dias aqui.

Terra do Sempre

arrependimentoAh! O mundo dos adultos
Tão incompreensível quanto indigesto
Tenho que simplesmente aceitar
Mas ás vezes grito, protesto.

Mal dito quem acredita em verdades postas
E eu sou um chato que questiona, faz apostas
Porque ou se tenta mudar a carta magna da infelicidade
Ou se está condenado a viver uma falsa verdade

Ah! A Terra do sempre!
Tão hipócrita quanto vazia
Onde nuca se tem tempo pra fazer poesia
Não se canta, não se brinca, e ninguém ouve repente.

Bem dito quem ainda sabe ser criança
E sou daqueles que acredita nos outros,
com certeira esperança

Porque ou se é locomotiva
que corre segura rumo ao objetivo
Ou se contenta a ser vagão
e jogar a própria felicidade no limbo.

Indigno bexigão

3171153888_f9d49e970d_bFui feito com a melhor e mais bem curada borracha que a cidade oferecia. Coisa fina.

Nada frágil demais que seja destruído no primeiro golpe, nem muito rígido ao ponto de suportar as “porradas” que o meu ofício atribui.

Por meio do alvoroço que faço, sempre fui responsável em transformar o acontecimento “festa”, em algo agradável para o maior número de convidados. As crianças sempre esperam com ansiedade o momento do estouro do bexigão.

Mas, ser bexigão tem também seus paradoxos.

A gente sabe que a festa não depende da gente para acontecer. Também estamos cientes que, ás vezes, para que somente poucas pessoas sejam convidadas e não haja alvoroço na festa, acabamos sendo dispensados.

Se formos rígidos demais, acabamos sendo trocados. Afinal de contas, sem explosão não tem o que o dono da festa quer: estouro e distribuição de doces (circo e pão).

Já ser frágil também promove dispensa, porque os convidados precisam passar o máximo de tempo possível entretidos com a brincadeira.

Mesmo com tudo isso, a pior coisa de ser bexigão é viver todos esses paradoxos calado. Sem poder escolher quando e como serei estourado, quem vai participar da festa ou que tipos de doces vamos oferecer para quem nos “acertar”.

Não… nada disso… bexigão vai pro abate quieto, exerce a própria função calado, servindo de manobra para fazer a festa mais ou menos visível. Ai daqueles que, em vez de oxigênio, queiram ser enchidos de hélio, como os balões, para voarem bem alto, sem serem estourados.

Também porque, mesmo sendo balão, você ainda vai depender da boa vontade dos outros para efetivamente existir!

Pensamentos:

Pensando na relação em que me encontro profissionalmente quase não consigo me ver de maneira diferente.

Estou me formando em uma faculdade que me molda de maneira “eficaz” para o Mercado… Nem vazio, nem fraco, nem muito forte nos meus paradigmas, mas sim aberto aos fragmentos de verdade que cada acontecimento tem.

(Ser jornalista, para as empresas de comunicação, é ter conteúdo suficiente para identificar esses fragmentos, mas sem a “consciência” que atrapalha “A verdade” que deve triunfar)

Esses acontecimentos, a festa, devem seguir a parcialidade dos diretores, chefes de redação, editores ou mesmo os jornalistas formados que, mais por respeito humano do que por competência efetiva, ditam.

Ser socialmente “dispensável”, estar em uma classe trabalhadora desunida e principalmente incapaz de lidar com as diferentes posições, nos faz sermos escravos dos mandos e desmandos das empresas. Somos massas de manobra política que torna um acontecimento mais ou menos relevante. (Afinal somos só acessórios)

Existe um silêncio prudente (ou covarde) que pode acarretar ou não no crescimento profissional dentro de uma empresa de comunicação. O famoso “engolir sapo”.

Esse é o meu sentimento no advento de me tornar jornalista. Ter que lidar com problemas, paradoxos, paradigmas frágeis e manter-me “bexigão”. Ali, no alto, para estourar ou não, quando necessário.

E mesmo se contemplo uma forma de fazer a festa ser mais animada, tenho que me manter calado, na minha indigna pequenez.

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