Já há muito tempo tenho que escutar de amigos curinthianos (sim, é possível conviver com a diferença em paz e harmonia) que torcida igual a do time deles não existe. Só que ele não sabe o que é fazer parte da família palmeiras.
Passei alguns dias refletindo sobre isso, também para entender o que é fazer parte desta torcida maravilhosa que é a do Palestra. Assim, no estádio do meu Palmeiras, no jogo contra o Sport, nas oitavas de finais da Libertadores, senti e descobri a diferença essencial de fazer parte da família palmeirense.
Com os curinthianos a diferença é clara. A torcida do time “sem estádio” apóia o time a todo momento, com cantoria geral e quase uníssona. É bonito de ver, mas na tal “favela” ou você é Loko ou não serve pra ser curinthiano. Assim temos um torcedor completamente estereotipado: fanático, chato, que usa raramente a razão (ao ponto de acreditar piamente que o campeonato piloto organizado pela FIFA vale um titulo mundial).
Ser Palmeirense é fazer parte de uma família. Esta é a origem do time. O Palestra Itália surgiu para unir os sofridos imigrantes italianos, para que eles conquistassem seu espaço dentro de uma sociedade em que eram marginalizados. Assim, desde o seu nascimento, o Palmeiras é um time de família. E o que isso significa?
Ser santista hoje provém de uma herança patriarcal. Só quem viu Pelé e seus companheiros jogar é que ainda torcem para o time. A torcida denominada JOVEM, na verdade é, no máximo, um clube para senhores da terceira idade.
No Palmeiras existem os loucos, que cantam o tempo todo, apóiam, vaiam e até brigam com o técnico e também existem os senhores, que viram o craque Ademir da Guia e a Academia, que tantas vezes desbancou o Santos de Pelé.
Torcedor do São Paulo é boy. Dificilmente você encontra um São Paulino na periferia, da mesma forma que é absurda a diferença da formação intelectual e a condição social de seus jogadores (Raí, Kaká e Leonardo são bons exemplos).
Ser Palmeirense cabe as duas realidades… tem Palmeirense rico e pobre. Em Perdizes e na Barra Funda, Pirituba.
Torcer para o Palmeiras é ir no jogo e encontrar com todo tipo de gente. Famílias, mulheres bonitas, crianças, manos, estudantes e tem até a Turma do Amendoim.
Isso é família! Com pessoas diferentes que são respeitadas e torcem cada uma da sua maneira. Isso é maravilhoso de ver, de sentir.
Nosso ídolos, como São Marcos, são aclamados por todos, não importa o time.
Isso me fez entender racionalmente o quanto é bom torcer pro meu Palmeiras. Para explicar para os indecisos que você pode escolher ser estereotipado ou ser você.
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