Month: April 2009

Uma herança chamada preconceito

coexistmeaningPreconceito é uma daquelas heranças culturais, muitas vezes sem significado, que nos distancia uns dos outros e que quase sempre aceitamos sem nos questionarmos o porquê.

Árabes e Judeus brigando por Jerusalém pode parecer uma briga política, mas a falta de resoluções toca profundamente no desrespeito e o preconceito com a cultura religiosa do outro.

Paulistas e nordestinos seguem os mesmos escopos. A segregação social criou fluxos migratórios decorrentes do desenvolvimento exclusivamente sulista, num país em que uns foram mais “privilegiados” que os “outros” que vieram procurar seu espaço dentro do contexto que lhes permitia a sobrevivência.

Brancos levantam a bandeira da democracia, contra a política de cotas e de vantagens, lutam pela manutenção dos “direitos iguais”, mas esquecem que por 500 anos os negros não puderam desfrutar de sua civilidade com a escravidão e exploração da sua raça. É como competir numa prova de 100m com alguém que acabou de disputar a maratona.
Sim, tudo isso deve ser conhecido! Precisamos pensar historicamente, já dizia Sérgio Buarque, para lidarmos bem com essas diferenças, sem ingenuidade e buscando soluções pacificadoras.

Porém, no final, será sempre a necessidade de “abrir mão” de benefícios exclusivos, de vantagens sociais, para incluir desprivilegiados na partilha do “grande bolo”.

Enquanto tiver gente comendo mais que outras ou pessoas sem poder saborear as delicias de ser cidadão, entraremos em choque com esse preconceito herdado, que tantas vezes não encontram mais significado para a nossa geração, mas que a falta da consciência nos faz revivê-lo com nossos iguais, num fluxo infinito de descaso e omissão.

Divagações sobre o Crise

crise2Enquanto permanecemos sentados em nossos confortáveis sofás, deliciando-nos com o Show da Vida Real, vai se desenhando no mundo um cenário crítico, digno de reflexão.

De dezembro a fevereiro 750 mil pessoas perderam seu emprego no Brasil, números pequenos se comparado aos 600 mil americanos desempregados só em janeiro de 2009.

“Mas o que eu tenho a ver com isso?” pensaria o mais ingênuo cidadão. Muito, responderia qualquer estudioso econômico ou político em meio ao cenário atual.

Em um ano, 600 trilhões de dólares foram emprestados via crédito nos Estados Unidos e o que se transformou na tal “bolha” é uma dívida de mais de 30 vezes a riqueza “material” do planeta (o PIB mundial é de aproximadamente 50 trilhões e dos EUA 13 tri). Ou seja, as operações financeiras nos Estados Unidos com concessão de crédito e ações do mercado financeiro inventaram uma riqueza irreal que virou uma imensa dívida que deverá ser de alguma forma paga por alguém.

Seguindo as leis do capitalismo pensado por Marx, para que o capital superior sobreviva (geração de riqueza baseada na circulação das mercadorias, típicas de países tecnologicamente desenvolvidos, como o Japão) é necessário que exista o capital inferior (trabalho massivo “braçal”, comum na China) em sintonia.

Traduzindo: O dinheiro precisa encontrar trabalho que o justifique como moeda (valor material). Não pode ser inventado (com especulações), pois só o trabalho (físico) gera riqueza.

Mas, durante anos, não foi isso que aconteceu. Emprestou-se dinheiro inexistente gerando dividas irracionais que agora ameaçam não só os bolsos, mas a paz do planeta.

A situação econômica levou o planeta às questões políticas de regulamentação da moeda, que se choca com o capitalismo liberal de auto regulagem, tão defendido pelos países do hemisfério norte. Enquanto isso, crescem os Movimentos pró-esquerda na América Latina, como possível alternativa à crise financeira.

As manifestações também se multiplicam a cada dia com o aumento do volume mundial de trabalhadores desempregados, que acabam sendo os principais “pagadores” da irresponsabilidade e ganância do setor privado e bancário.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) o número de desempregados em 2009 pode chegar a 50 milhões de trabalhadores. Estima-se que em 2008 o número total de trabalhadores na Canadá , França, Itália, Japão, Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos é de 346 milhões (fonte: OCDE – Organização de Cooperação e desenvolvimento econômico).

“Mas o que eu tenho a ver com isso?”

Acho que a resposta para essa pergunta começa a ficar mais clara quando vemos (ou começarmos a ver) que muitos conhecidos perderam seus empregos e entrar no Mercado de Trabalho está se tornando quase impossível nesses tempos de Crise.

Mais gente desempregada aumenta as possibilidades reais de mal estar social e problemas graves potencializados com a criminalidade.

Em 2010, nós brasileiros teremos a difícil missão de escolher um presidente competente para os tempos difíceis que se aproximam. Aqui não se discute mais se é PT ou PSDB, mas se queremos um capitalismo liberal ou intervencionismo estatal para os desdobramentos econômicos. Isso me faz pensar numa pergunta: Por que acreditamos ainda que poucos privilegiados (banqueiros, sobretudo) são mais capazes por gerenciar a vida de milhões de pessoas?

Como recebi em um email:

Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo. Resolver, extinguir. Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta. Não sei como calcularam este número. Mas digamos que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo. Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.

Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse. Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.”

Que mundo queremos para o futuro? Que mundo vamos deixar para quem vier?

Provocação 15 – O velhinho barbudo e o Natal

Provocação 15 – Valter Hugo Munizprovocacao-15Para download: http://www.4shared.com/file/96354276/49d52171/Provocao_15.html

Quando chega o inverno

inverno-canela
Depois que o outono passou, chega o inverno e as crises inevitavelmente recomeçam. Tanto a rigidez das folhas, como a morte de muitas plantas, transformam a flora num cenário as vezes desolador

Porém é nesse momento que a natureza se “contrai” para sobreviver à drástica mudança climática. Tudo para a sua efetiva proteção.Enquanto os raios solares aquecem outras terras, aqui eles saem pela tangente e assim o frio desola.

Também nos relacionamentos vivemos muitos invernos. Momentos de “contração”, de “morte”, mas tudo em prol de um renascer, mais forte, mais intenso.

O inverno, como as outras estações, é uma fase passageira. Que serve para reflexão, para pensar na efetiva produtividade das relações, no quanto de felicidade e beleza elas trazem para as nossas vidas.

É nessa estação que precisamos estar mais em casa, que não temos como “fugir” de nós mesmos, que precisamos nos enfrentar.

Aproveito meus invernos para crescer interiormente e espiritualmente. Para entender que preciso estar sempre buscando o melhor, sem me acomodar com o pouco conquistado, construído.

Porque depois do inverno, preciso estar pronto para gozar do renascer da primavera.

Uma grande mentira

mentira2

Mentira é não acreditar na real possibilidade
de que sonhos possam se transformar em milagres

Mentira é achar que continuar esperando
não é fazer da nossa vida
o mais fabuloso descarte

Minto eu de achar que tenho sempre a razão
E vou mentindo,
mostrando que é melhor manter equilíbrio
entre a cabeça e o coração.

Neste dia mentiroso
Vou começar em um outro lugar
Minha vida profissional, tudo de novo.

Neste dia da mentira
Começa a acontecer pra valer
Tudo aquilo que sonhei um dia

Mentira é não perceber
que quem torna sonho real
é a nossa coragem de lutar

Mentira é achar que na vida
existem limites pra recomeçar

Minto eu de achar que tudo é pura ilusão
E vou mentindo,
seguindo os passos,
de Alguém que é Caminho, Verdade e Razão.

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