Todos os dias, vivemos diversas etapas de um Big Brother muito mais real do que aquele que assistimos na TV, mas nosso envolvimento com a realidade é bem diferente.
Fofocas no trabalho, gente querendo passar por cima do outro, o chefe arrogante, o funcionário preguiçoso ou outro que se aproveita da boa vontade de quem se oferece para ajudar. O primo drogado, a domestica faladeira, a mãe que ta sempre reclamando e o pai desempregado que liga toda hora para saber dos filhos. A irmã calada e o irmão egoísta. Em todo esse “jogo” de relacionamentos existem também aqueles que preferem serem eles mesmos, sem esconder um defeito ou mesmo sem deixar de se envolver com seus iguais.
Tantas pessoas são eliminadas de nossas vidas devido aos diferentes caminhos escolhidos, colegas de classe, universidade, trabalho. Acabamos também tendo de escolher algumas pessoas para entrarmos em profundidade e construir uma verdadeira amizade.
Vivemos provas individuais para conquistar nosso “ganha pão”, outras em equipe e tanto as alegrias ou frustrações são compartilhadas, comemoradas ou sofridas em grupo.
Interessante pensar o quanto a nossa vida não desperta a mesma curiosidade do programa televisivo. A vida do outro parece sempre mais interessante que a nossa e também poucas vezes nos damos conta do MILHÃO de experiências que podemos fazer e a fortuna de relacionamento que é possível construir.
A televisão edifica modelos de pessoa que nem sempre refletem a beleza do ser humano, com suas contradições, credos e concepções de verdade. O Big Brother só é capaz de mostrar o quanto o ser humano é articulado para manipular seus iguais, sem medo de usá-los em prol de um objetivo claro.
Gostaria de ver um programa sem prêmios, sem estímulos financeiros, simplesmente para que as pessoas fossem elas mesmas e mostrassem o quanto são capazes de viver em comunidade.