Month: March 2009 Page 4 of 5

Artistas urbanos

artistas-urbanos

Entre pedalas que me levam pra todo lugar
Vejo o malabarista e suas bolinhas no semáforo a bailar
Parece mais um espetáculo no meu cotidiano
Mas é parte do show dos artistas urbanos

Passo sobre a ponte e olho os aranhas-céu
Parece que as brancas nuvens formam um belo véu
O espetáculo parece uma tela de Monet
E tenho vontade de ficar ali e vê para crer.

Os artistas urbanos não são só aqueles que fazem arte
A gente os vê quando quer, em cima, embaixo, em toda parte
Mas é preciso parar para olhar nessa frenética corrida
E saber que nesse mundo de concreto tem mesmo muita vida.

Viva os artistas urbanos!
Que embelezam meu cotidiano,
por mais simples que seja!

Viva o meu olhar humano!
Que me deixa ver o cotidiano,
por mais cego que esteja!

Quando o mundo unido começa em nós

mundo-unido De acordo com a ONG carioca Viva Rio,  a violência no Brasil mata mais do que na zona de guerra do Iraque, mesmo que nos dados divulgados esquece-se de lembrar que em relação a proporção de habitantes, esse número soa da maneira errônea.

Porém a violência não é o grande mal da sociedade tupiniquim. Aqui está em jogo valores familiares, o hedonismo, o individualismo que atacam, sobretudo, os habitantes das capitais, alastrando-se potencialmente, como um vírus, para as cidades periféricas.

Sim, informações como estas estamos cansados de absorver dos meios de comunicação, só que muita gente esquece que mesmo diante desse alarde, existem muitas pessoas “fazendo” com que a Paz aconteça em “micro ambientes”. Foi com esse escopo que mais de duzentos jovens de todo o nordeste se reuniram para um Meeting com o título “Primeiro os últimos”.

Três anos depois da passagem dos principais “organizadores” do grupo de Jovens para o Mundo unido, projeto para jovens que acreditam neste ideal de Mundo Unido, sustentado pelo Movimento dos Focolares, novamente os jovens se reuniram, com os novos representantes, para discutir as diversas ações que são feitas e como contribuir pessoalmente e em comunidade, para a realização desse ideal. Muito frutuoso, esse Meeting também se estendeu para São Paulo, onde quase 200 jovens puderam se reunir com o mesmo objetivo: O Mundo Unido.

Mas o que seria esse mundo unido, principalmente diante de um momento histórico catastrófico e de poucas perspectivas? A resposta está no mesmo efeito viral em que o mal procura conquistar adeptos.

A busca de um mundo unido foi sentida por todos, sim! Mas, principalmente, a certeza de que ela começa com cada um de nós, para que depois frutifique. Assim, a convivência saudável, pode ajudar a contaminar o “próximo” (aquele que encontramos proposital ou ocasionalmente) a ver que se não começamos por nós a transformar o mundo, não iremos nunca vislumbrá-lo MELHOR.

Foi isso que os encontros, essencialmente, produziram nos seus participantes: A certeza de que o que desejamos para sociedade deve nascer em cada um, para poder contaminar à sociedade.

Fenômeno de publicidade

fenomenoNão vou ficar aqui justificando a enorme superioridade do meu time (Palmeiras) em relação ao Corinthians, porque seria quase cair no óbvio, mas estou aqui para falar de alguém que realmente nasceu para brilhar.

O tal Ronaldo não pode (e nem deve) ser caracterizado como exemplo. Sim, a perseverança é sua maior virtude, o amor por aquilo que faz, encontra semelhanças com o sofrido cidadão tupiniquim, mas por tantas atitudes de alguém que peca no quesito “caráter”, não gosto de ver o homem Ronaldo como mito para um povo tão especial como o brasileiro.

Aqui se deve só falar do jogador. Do craque, que mesmo muito acima do peso, é capaz de fazer aquilo que poucos conseguiriam. Porém… endeusá-lo não faz bem. Senti um pouco de medo ao ouvir do “Fenômeno” que ele atinge quase a perfeição. Isso não é verdade.

Ronaldo é um ídolo… também meu. Mas, é também um produto de marketing que vem contagiando a sociedade brasileira (e enchendo os cofres do Corinthians de dinheiro, fruto da arrecadação de cotas de patrocínios e do preço alto dos ingressos).

A camisa do Corinthians no “derby” foi o exemplo claro dessa massificação. Parecia um outdoor ambulante e me perguntei porque em jogos menores a camisa do time da marginal praticamente não usa nenhuma publicidade.

Minha amiga palmeirense diz sempre: “O Ronaldo é maior que o Corinthians”. Eu concordo. Todos amamos o Fenômeno, como também o goleiro Marcos, o Robinho, jogadores que fizeram história por suas conquistas.

Agora dizer que ele tem inteligência acima da média, transformá-lo em exemplo para os brasileiros e considerá-lo o melhor jogador do país em atividade, me parece exagero.

Futebol é resultado. Se ele jogar bem sempre… se fizer muitos gols e o Corinthians conquistar títulos com a sua ajuda, poderemos nos render à ele, mas, por enquanto, é necessário se dar conta de quem ele foi e de quem é agora.

De qualquer forma, para quem gosta de futebol, é impossível não se alegrar com um talento desses em campo. Viva o pão e circo moderno!

Majestosa fábula do jardim de flores

giardino
Desde criança o menino Ago não sabia a importância das flores que cresciam no jardim que se postava lá no alto da montanha, de fácil acesso para os moradores da vila. Vivia pisando em todas elas. Não via nada de divino, afinal “eram somente flores”, dizia o garoto toda vez que alguém o repreendia.

Porém um certo dia, Ago avistou uma margarida. Estava sozinha, misturada em meio as mais variadas flores, mas logo lhe chamou a atenção. Resolveu então colhê-la, mas esquecera-se que em dois meses, viajaria para longe, sem poder cuidar da bonita flor.

Assim, o tempo passou e a flor foi aos poucos morrendo, até perder a última pétala e ser enterrada junto à matéria orgânica que permeava o jardim.

Durante a sua viagem, Ago acabou se apaixonando por outra flor. Era uma orquídea, rara e tão bela que o garoto não queria nunca mais se afastar dela. Cultivou-a durante muito tempo, regava todos os dias e se deliciava com a sua beleza, mas logo ele voltou para a sua vila e a flor teve que ficar, pois não se adaptaria ao clima onde ele morava.

Alguns meses passaram depois da sua volta e ele finalmente reencontrou o girassol. Lembrava que havia passado grande parte da infância cuidando de um lindo girassol que estava plantado bem próximo da sua casa e ficara sabendo que ele tinha sido preservado ali e sobrevivido ao passar dos anos.

Ago passou alguns meses cuidando daquele girassol. Porém já não era mais a mesma coisa, principalmente porque não conseguia mais acordar todos os dias cedo para regá-lo, já não acompanhava o ciclo de vida da flor, até que ela morreu.

A perda do girassol fez o garoto sentir um grande vazio… o que faria de agora em diante sem a flor que gostava tanto?

Novamente o tempo serviu para que ele descobrisse a mais linda flor que jamais havia encontrado no jardim. Não era frágil como a margarida, nem rara como a orquídea, ou conhecida como o girassol. Tinha uma beleza singular, tinha um aroma novo, uma vivacidade desconfortante.

Quando correu para pegar a mais linda rosa do jardim, furou-se em um dos seus muitos espinhos e ali percebera que teria de ter alguns cuidados especiais se quisesse ficar com a flor.

Porém, Ago, não teve medo. Colheu a rosa para se tornar o jardineiro mais feliz do vilarejo e daí em diante, percebeu que não precisaria se preocupar com o seu triste passado com as flores, mas gozar de uma felicidade profundamente renovada, pela presença maravilhosa da mais linda rosa.

Ser Gen X Viver como Gen

bannerGen

As mudanças extremamente frenéticas que a juventude do novo milênio foi obrigada a acolher, transformou também a lógica e o modo de fazer parte da família Focolares.

O principal atrativo que gerou o Movimento Gen foi a sede de mudança que permeava uma geração de jovens, filhos do pós guerra, que precisavam encontrar uma resposta, diante dos paradoxos interiores, provocados pela ineficácia do confronto bélico.

Hoje o mundo não vive mais a procura evidente de respostas. Como a sociedade e suas instituições (família, governo, igrejas), não oferece mais caminhos universais, as pessoas, principalmente os jovens, buscam a resposta dentro de si.

No mundo de hoje, ser Gen exige um empenho tão radical quanto das gerações anteriores, mas uma cobrança bem maior da sociedade, que exige resultados cada vez melhores no estudo, trabalho, gerando uma competição autodestrutiva.

Essa cobrança também existe no âmbito interno do Movimento, quando se sabe da responsabilidade de continuar a fazer nascer os frutos que a primeira geração plantou. Como primeira geração de “filhos de Chiara”, nascidos no Movimento, precisamos conciliar toda essa dinâmica, sem deixar-se abater.

Dessa forma, ser Gen vem se tornando cada vez mais distante da realidade “mundana”, pela quantidade de empenhos que, necessariamente, levam a abrir mão de muitas coisas.

Quem já não deixou o churrasco da faculdade para ir a um encontro?
Dispensar um encontro com os amigos para investir na vida de unidade?
Repetiu na faculdade por decidir participar de um congresso?

Sim, para aqueles que fizeram a experiência de Ideal, é evidente o quanto esses sacrifícios são transformadores, mas, se o intuito é viver pelo Ut Omnis, dando a vida pelos jovens a fim de ser um sussurro de Deus nas suas vidas, como podemos nos afastar tanto deles?

A vida Gen, com sua enorme quantidade de encontros, empenhos, nos torna muitas vezes reclusos, fechados nos nossos dogmas, incapazes de nos relacionarmos com o diferente (até mesmo com carismas diferentes), para doar esse fragmento da Verdade que foi depositado em nossas almas.

Aqui vale a pena se questionar o quanto estamos mais abertos ou mais fechados para o mundo. Se o fazemos por falta de tempo, por medo, ou por ESCOLHA.

As últimas experiências feitas em São Paulo mostram que a resposta surge agora de um movimento inverso. Nos primórdios Gen esforçava-se para arrebanhar o maior número de jovens afim de que eles pudessem fazer essa experiência de Deus que o Ideal permite.

Hoje a dinâmica é o contrário. Quanto mais vamos de encontro às realidades dos jovens, garantidos pela força da unidade, mais permitimos que eles sintam a presença de Deus e escolham, por si só, fazer a experiência da unidade.

Viver como Gen é certamente a garantia de uma felicidade sólida, mas que não gera frutos se não passa por uma escolha individual de cada um. Por isso, a liberdade é tão importante. É mais inteligente propiciar momentos para que os jovens sintam o amor por meio da convivência.

Tantas vezes nos justificamos dizendo que precisamos estar fortes, para poder encarar o mundo. Concordo. Mas quanto tempo vai demorar para entrarmos nessa “guerra” que está se mostrando cada vez mais irresolúvel com a nossa omissão?

Isso precisa ser questionado toda vez que “inventa-se” multiplicar os encontros, estruturar demais uma realidade, que no âmbito JOVEM, precisa ter os “nós” desatados, sem excesso de esquemas, mas valorizando a convivência.

Será que já estamos maduros para correr o risco de testemunhar que não somos perfeitos, mas que nos queremos bem, acima das nossas falhas e que também com elas será construído o mundo unido?

Respondam vocês, porque eu já cheguei à minha conclusão.

Page 4 of 5

Powered by WordPress & Theme by Anders Norén