Penso no quanto é fácil exigir a parcela de responsabilidade para sucessos “a dois” de quem está ao meu lado. É sempre fácil exigir… Difícil mesmo é assumir a responsabilidade pela felicidade do outro, abrindo mão dos desejos individuais… isso sim é um verdadeiro desafio.
Há muito tempo venho me dando conta de que a vida é um esboço de desenho feito a lápis por Alguém que sabe como o desenho pode ficar bonito, mas deixa a gente contorná-lo a caneta, pintar com as cores que escolhermos, fazer tudo ao nosso gosto.
Porém esse tal Deus, também chamado de Mestre, é aquele que nos ensina a entender a realidade de um jeito harmônico, combinações de cores que fazem do desenho uma obra de arte.
Entende isso me ajudou a enxergar melhor as situações, analisá-las de maneira específica e saber que, em cada uma delas, posso escolher pintar, borrar ou deixar do jeito que está.
São duas bifurcações ou mesmo ficar parado diante do caminho que nos leva à felicidade.
Mas, como no Mágico de Oz, para chegar rapidamente ao nosso objetivo, é importante não sair da estrada de tijolos amarelos. É preciso pintar com as cores que Deus escolhe cada parte do desenho. Mas como saber qual é a combinação de uma parte?
Encontramos as respostas em nós e em quem está ao nosso lado. Existe uma consciência individual e coletiva que nos ajuda a entender como agir nas mais diversas ocasiões, mas é importante aprendermos a olhar para dentro de nós.
Um caso:
Durante a guerra dois feridos agonizam precisando de Morfina para sobreviver. O médico sabe que, por lei, cada soldado tem direito a uma dose do remédio, mas a situação é complexa: um deles conseguiria sobreviver sem nenhuma dose, mas agonizaria de dor por muito tempo e o outro só sobreviveria se recebesse duas doses da Morfina. Assim, o que o médico faz? Segue a lei ou sua consciência, sabendo que poderá sofrer represálias pela sua decisão?
Diante dessas situações é a nossa consciência e o amor ao outro que nos ajuda escolher o caminho correto na bifurcação, para chegar ao objetivo mais rapidamente.
Não sei o quanto usamos da nossa consciência para resolver problemas, se simplesmente vivemos, naturalizando os paradoxos da humanidade, como a miséria, a ineficácia das respostas, a depressão. Omitir-se diante disso é o pecado que, entre outras coisas, torna o suicídio uma doença social.