Eu, ciclista urbano

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As 7hs da manhã acordo e pego a bicicleta para participar de um dos muitos passeios ciclísticos organizados no dia de comemoração dos 455 da cidade de São Paulo. Este, especificamente, que decidi participar, foi organizado pelo grupo de ciclistas “Sampa Bikers”.

Ao ver a multidão que se formava, comecei a pensar o que faziam cerca de 200 paulistanos acordarem tão cedo no domingo, para simplesmente pedalar pela cidade.

Enquanto caminho em direção a “largada” do passeio, encontro um jovem e um senhor, provavelmente pai e filho, que logo se apresentam com o sorriso estampado nos rostos. Casais, grupo de amigos, gente de todo tipo, se reunia ali para participar do evento.

Depois das instruções de segurança partimos em direção ao centro velho de São Paulo. Pedalando com aquele grupo imenso, me sentia parte de uma grande instalação artística, que se contrasta com o ambiente acinzentado da cidade. Os motoristas de carro buzinavam, as pessoas nas ruas olhavam interessadas.

No caminho, os relacionamentos iam sendo construídos ao longo das pedaladas. Uma brincadeira, uma piada, um comentário, se transformavam em brechas para longas conversas a respeito do cotidiano dos ciclistas urbanos.

“Bicicleta paga um real! Um real!”, gritava divertido um senhor na entrada de um dos muitos estacionamentos pagos do centro da cidade!

Próximo a Estação da Luz encontramos um grupo grande de pessoas que se dirigiam a um dos shows organizados pela prefeitura. Muitos gritam, batem palmas, admiradas, e nós retribuímos com sorrisos, acenos, um simples agradecimento a toda aquela demonstração de carinho.

Depois de percorrermos quase 10 kms entre as ruas do Centro paulistano, nos encontramos com um outro grande grupo nas escadas do Teatro Municipal, ainda no Centro. Ali muitos se abraçam, tiram fotos, a alegria faz os dois grupos se misturarem ao ponto de eu quase não saber qual era o meu.

Porém ali decido encerrar meu passeio. Despeço-me das pessoas que conheci contente pelos novos relacionamentos construídos e por poder ver a minha cidade por outra perspectiva, pedalando em minha bicicleta.

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1 Comment

  1. Paty

    Valter, parabéns pelo blog!
    É “engraçado” analisar as pessoas, suas atitudes… É incrível como um propósito comum une e, no mínimo, aproxima pessoas e (des) conhecidos…
    E lá estamos nós!
    Beijo grande.
    Paty.

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