Um dia desses me perguntaram quem é Deus…
Engraçado que as perguntas mais inocentes quase sempre nos levam a respostas complexas e pouco “entendíveis”. Mas, enfim, tentei responder de forma laica…
Deus é aquele tal amigo invisível que sempre quer mostrar que é “o Cara”.
Usa do seu “poder” para nos fazer entender que a felicidade é algo muito mais simples do que aparenta, que não é preciso ter muito para se sentir completo.
Ele também deixa claro que existem “vilões” que vão estar sempre tentando nos seduzir e que até podemos segui-los, pois somos livres, mas no final vai ser sempre aquela sensação de vazio, difícil de descrever, mas que aposto que todo mundo já sentiu.
O “Truta” é tão presente, tão presente, que tento estar com ele alguns minutos do meu dia, conversando.
Ir na Igreja é fazer uma visita para esse amigo que gosto muito. Chego lá, sento e vou logo contando tudo aquilo que vivi, pensei ou senti… é engraçado porque quanto mais converso, mas desenvolvo a capacidade de ouvi-lo, percebê-lo, de maneira incrivelmente concreta.
Um ano atrás, lembro que briguei feio com a minha namorada. Não havia entendimento e certamente teríamos acabado o relacionamento se o “Truta” não interviesse.
Numa dessas conversas, na Igreja, dizia que era Ele quem parecia ter providenciado o nosso encontro e feito nós dois estarmos junto, mas que de alguma forma as coisas deram errado. Não queria culpá-lo, lógico, mas disse que se era pra gente mesmo ficar juntos, que ele resolvesse a situação, pois eu já não sabia mais o que fazer.
Quando levantei a cabeça depois do meu desabafo e olhei para lado, minha namorada estava ali, do meu lado, tinha vindo de uma distancia de 400kms, para conversar, sem que eu soubesse*.
Levei um susto enorme e ali entendi (mais uma vez, pois essas situações já se repetiram inúmeras vezes na minha vida) que o Truta realmente existe, que não era invenção da minha cabeça e muito menos uma “forma de dominação” como meus professores marxistas sempre insistiram em dizer.
O mais engraçado é que o Truta está sempre aqui, como os amigos verdadeiros, às vezes o relacionamento fica meio utilitarista porque eu acabo indo procurá-lo só quando preciso, mas aí nem sempre consigo ouvir direito seus conselhos, por conta do meu “afastamento”… mesmo ele sendo do tipo de “pessoa” que nunca guarda rancor.
Esse Deus é um grande companheiro, amigo para todas as horas, que nunca trai, nunca decepciona, mas às vezes “dá uns perdidos” para que também a gente aprenda a se virar, a tomar as próprias decisões e fazer nossas escolhas, como Ele fez.
Enfim… Deus.. é truta!
* Claro que eu e a minha namorada nos entendemos depois e ainda estamos juntos e felizes…rsrsrs
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Poxa, Valter! Muito legal o texto! Valeu!!! Deus é truta! O diálogo com Ele é realmente importante e pode ser também um diálogo com ações e não só linguagem… Ações também comunicam. Vejo como é quando eu interajo com uma criança, por exemplo: muitas micro-ações comunicando…
Obrigado por tudo, meu caro!
Um forte abraço!