Todos os dias milhares de pessoas se espremem entre vagões apertados que “enlatam” a massa de trabalhadores que se dirigem para o centro de São Paulo. Inacreditavelmente passam trens e trens, gente correndo, falando, às vezes brigando, mas sempre acontecem encontros, de certa forma inusitados, imprevisíveis.
Em uma dessas maravilhosas experiências de fazer parte desse aglomerado pluricelular, após esperar passarem 3 ou 4 trens lotados, no Paraíso, consigo me espremer e finalmente entro no vagão do metrô.
Fico na porta, nos poucos centímetros cúbicos que me cabem e de repente escuto um “com licença” conhecido.
Em poucos segundos ela surge se arrastando entre corpos e caretas, com desculpas cheias de constrangimento por ter esquecido que era ali que deveria descer.
Ao me ver, esboçou um sorriso engraçado do tipo “olha aonde vamos nos encontrar” e eu retribuí, com a alegria de poder encontrar alguém conhecido
Virei o rosto para que seus lábios tocassem minha bochecha espremida e quando percebi, ela já estava do lado de fora do vagão, seguindo para o seu rumo, que eu nem imaginava qual seria. O alerta precedeu o fechamento das portas e o trem partiu.
Em mim ficou um sentimento alegre de ter revisto uma querida amiga, nesses encontros e desencontros que iluminam muitas banalidades que circundam a nossa vida.
Vitor
Hei, ficou bem bom esse texto! Gostei!