Month: October 2008 Page 1 of 2

As crianças e a crise econômica mundial

5jan2013---crianca-vende-pao-nas-ruas-da-cidade-de-aleppo-na-siria-o-pais-esta-em-crise-desde-marco-de-2011-quando-houve-varias-revoltas-contra-o-presidente-bashar-assad-no-inicio-eram-feitos-apenas-1357409290377_956x500

_ Oi Pedrinho, tudo bem?
_ Tudo… vamo jogá bola?
_ Ai… nem vai dar….
_ Por que meu?
_ Meu pai quer que eu volte cedo pra casa hoje?
_ Mas a gente tem que aproveitar o horário de verão, né?
_ Pois é, mas meu pai ta muito nervoso ultimamente.
_ Ah é, por quê?
_ Ele diz que é porque estão caindo as bolsas de todo o mundo. Começou a cair nos Estados Unidos, depois na Europa e agora ta caindo até aqui no Brasil…
_ Sério… mas o que são essas tal bolsas?
_ Não sei, meu pai até tentou me explicar, pois não vou mais ganhar um Ipod, porque as coisas importadas estão caras agora… o que entendi é que são bolsas mesmos, acho que de um material bem forte, que guardam todo o dinheiro dos ricos de cada país.
_ Caramba… além de ser forte devem ser enormes. Aonde será que eles guardam essas bolsas?
_ Não sei, mas deve ser em um grande cofre, tipo aquele do Tio Patinhas.
_ Com certeza….
_ O pior é que nem o Wii que ele tinha prometido comprar eu vou ganhar mais!
_ Que injusto!!! Mas por que essas bolsas gigantes estão caindo?
_ Dizem que é porque inventaram um monte de dinheiro de mentira, que não existe mesmo, e deram para um pessoal que começou a comprar coisas e não conseguiu pagar de volta. Aí quem emprestou o dinheiro falso se ferrou, porque tinha dito para as outras pessoas que o dinheiro era de verdade!
_ Caramba… bem que a minha mãe diz que mentira tem perna curta. Mas e aí? O que vai acontecer agora? Nunca mais poderemos ter os brinquedos que vimos quando viajamos pra Disney no ano passado?
_ Não sei… o que meu pai disse é que agora ninguém vai poder mais dizer essas mentiras, porque os presidentes emprestaram o dinheiro para esses mentirosos e agora vão ficar de olho. Que nem quando a gente fica de castigo no canto…
_ Coitados…
_ Pois é, mas o que eu quero mesmo é que essa confusão termine logo, pra poder jogar videogame ou pelo menos ficar brincando na rua até tarde.
_ Bom… vamos torcer né… esses adultos são mesmo complicados e só atrapalham a gente.

Segunda chance: as semelhanças entre as meninas Eloá Pimentel e Paula Bichara

Homenagem à Eloá feita pelo chargista Marco Aurélio, do jornal Zero Hora

Homenagem à Eloá feita pelo chargista Marco Aurélio, do jornal Zero Hora

Entre os 83 pacientes na espera para o transplante do pulmão estava uma adolescente que acabara de completar 18 anos. Paula Faud Bichara tinha Fibrose Cística, uma doença genética com graves complicações no funcionamento dos sistemas respiratório e digestivo. A garota havia se mudado para a capital paulista em março de 2007, onde ocupava o primeiro lugar na lista de espera para o transplante de pulmão, necessário para um possível prolongamento da sua vida.

Porém a espera que durou um pouco mais de um ano não foi suficiente. O pulmão não veio. Em julho deste ano a garota faleceu na UTI do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, com a falência do órgão já debilitado pela doença.

Nas últimas semanas, um pouco mais de 2 meses após o falecimento de Paula Bichara, a também adolescente Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, recebeu um tiro na cabeça do ex namorado, no assassinato que foi acompanhado pelo país inteiro, por meio da cobertura massiva da mídia brasileira.

Após a prisão do seqüestrador e da remoção das vítimas, a menina foi imediatamente encaminhada para o hospital e lá permaneceu por 12 horas. Após muitas tentativas dos médicos para salvar a garota, foi enfim declarada a morte encefálica de Eloá.
Logo em seguida, uma equipe de especialistas do Instituto Dante Pazzanese examinou amostras de exames clínicos e laboratoriais da garota e atestou a possibilidade dela doar as córneas, o coração, os pulmões, o pâncreas, o fígado e os rins.

Algumas horas depois a família da adolescente assinou os documentos que formalizaram a doação. Um gesto simples, talvez nobre, da família de Eloá, que possibilitou a salvação de outras cinco pessoas que receberam seu coração, pulmão, rins e pâncreas.

“Assim que o Emerson tiver alta a gente quer encontrar com a mãe de Eloá pessoalmente e agradecer. Ela ganhou um filho. Agora, para nós, ela faz parte da família também”, afirmou Edmilson Gentil Dardis, irmão do mecânico Emerson Dardis, paciente de 25 anos que recebeu o pâncreas e um rim de Eloá. O outro rim da garota está num rapaz de 15 anos.

O Sistema Nacional de Transplantes

A vida e a morte são grandes incertezas para quem está aguardando um órgão para o transplante.

O Sistema Nacional de Transplantes foi criado em 1.997 e, de acordo com as informações disponibilizadas no site do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br), tem como prioridade, “evidenciar com transparência todas as suas ações no campo da política de doação-transplante, visando primordialmente à confiabilidade do Sistema e a assistência de qualidade ao cidadão brasileiro”.

De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui hoje um dos maiores programas público de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. Com 548 estabelecimentos de saúde e 1.354 equipes médicas autorizadas, o Sistema Nacional de Transplantes está presente, através das Centrais Estaduais de Transplantes (CNCDO’s), em 25 estados da federação.

Transplantes

Os transplantes são realizados, somente, quando outras terapias já não dão mais resultados. Para alguns, como no caso da Paula Bichara, é o único tratamento possível que possibilite continuar vivendo.

Segundo especialistas o coração, o pâncreas e pulmão são os órgãos que menos tempo podem esperar para serem transplantados. O intervalo máximo entre a retirada e a doação não deve exceder quatro horas, mas o ideal é que as duas cirurgias ocorram simultaneamente. Já o Fígado resiste até 24 horas fora do organismo e o tempo de espera para o transplante de rim pode ser de 24 a 48 horas. A Córnea pode permanecer até sete dias fora do organismo, desde que mantida em condições apropriadas de conservação.

Estudos realizados na Universidade Federal de Pernambuco apontam que a probabilidade do doador e o receptor serem compatíveis, em termos de tecidos (histocompatibilidade), caso sejam irmãos, é de 25%. Entre não parentes esta chance diminui para um valor entre 1 em 10.000 até 1 em 100.000. Além disso, é importante considerar que o doador dever ser uma pessoa cujo órgão a ser doador tenha peso e tamanho semelhante ao do receptor.

Após o transplante, os receptores devem tomar diversos medicamentos, principalmente para evitar a rejeição, pelo resto de suas vidas. As estatísticas mundiais mostram que a maioria (mais de 80%) das pessoas que receberam um coração por transplante, por exemplo, retornam as suas atividades anteriores.

Doadores

Mesmo com um Sistema de transplantes moderno e bem estruturado, alguns mitos ainda impedem que o número de doadores de órgãos aumente no país. A idéia de que muitos médicos agem com displicência e precipitação ao declarar o óbito do paciente, visando o possível beneficiamento de outros que estão na espera de um transplante, é uma das histórias mais comuns que podem ser ouvidas entre as pessoas.

Uma das principais instituições nacionais engajadas em promover a doação de órgãos é a Organização Não Governamental ADOTE – Aliança Brasileira pela Doação de Órgãos e Tecidos, que, segundo a sua assessoria de imprensa “pretende organizar e divulgar em linguagem comum o conhecimento disponível sobre o processo de doação e transplante de órgãos no Brasil”.

Segundo a visão da ADOTE, o transplante é “a tão esperada resposta para milhares de pessoas com insuficiências orgânicas terminais ou cronicamente incapacitantes. O trabalho desenvolvido pela ONG mostra que “a questão da escassez de órgãos para transplantes, mais acentuada no Brasil do que em outros países, somente será resolvida através de um intenso esforço de educação de toda a sociedade, incluindo, em curto prazo e em especial, os profissionais de saúde, atores que dão início e finalizam o processo”.

Para se tornar doador é necessário somente manifestar o desejo diante dos responsáveis legais (geralmente pais) ou alguém da família. Não é necessário deixar nada por escrito e a doação de órgãos pode ocorrer a partir do momento da constatação da morte encefálica. “Em alguns casos, a doação de alguns órgãos, como Rim e parte do Fígado, pode ser feita em vida, em caso de parentesco até 4ºgrau ou com autorização judicial (não parentes)”, informa o site do Ministério da Saúde.

Pessoas portadoras de doenças infecciosas incuráveis, câncer ou doenças que pela sua evolução tenham comprometido o estado do órgão, não podem doar seus órgãos. Também não podem ser doadores pessoas sem documentos de identidade e menores de 21 anos sem a expressa autorização dos responsáveis

Números

Atualmente existem mais de 15.000 pessoas cadastradas na lista de transplantes de órgão, só no estado de São Paulo. Já no Brasil, o número total de pacientes que esperam algum órgão chega a quase 70.000. Os órgãos mais requisitados para transplante são as córneas e os rins e somente em dois estados (Roraima e Tocantins) não existem Centrais Estaduais de Transplantes. Além deles, o Amapá ainda não possui pacientes em lista de espera, por não ter serviços de transplantes credenciados.

Nos últimos 8 anos foram realizados quase 100.000 transplantes de órgãos no país, sendo que somente no primeiro semestre de 2008 foram contabilizados 8365 transplantes.

De acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Saúde o grande problema da baixa disponibilidade de órgãos para transplante é decorrente da falta de notificação do diagnostico de morte encefálica às Centrais de Transplante. Assim, quase 60% dos possíveis doadores são desperdiçados.

Segunda chance

“Paulinha [Paula Fuad Bichara] viveu seus 18 anos de vida plenamente”, diziam os amigos e familiares. Dançava, brincava, estudava, como todas as garotas de sua idade. A única diferença eram as debilidades físicas, a necessidade de uma grande quantidade de medicamentos e “visitas” periódicas à UTI do Instituto da Criança, no Hospital das Clínicas.

O seu pulmão não chegou a tempo, mas entre os parentes e amigos permaneceu a sensação de uma vida bem vivida.

Porém, a vida da menina Eloá durou 15 anos completos de muita saúde. O imprevisto de sua morte proporcionou paradoxalmente dor e alegria, como aconteceu com a menina Bichara. Porém o “resquício” de vida de Eloá possibilitou uma segunda chance a uma jovem de 18 anos, que foi operada no Instituto do Coração (Incor) e agora respira com os dois pulmões da garota.

Marta ou Kassab: Eis a questão!

DEBATE

Como cidadão preocupado com os rumos da cidade de S.Paulo, 4ªmaior do mundo (com uma população de quase 11 milhões de habitantes), resolvi entrar na internet, para saber mais a respeito das propostas dos nossos dois candidatos à prefeitura.

Aspirando ser jornalista, tenho o dever de me manter imparcial em relação aos fatos (que não é ser neutro, isento de opinião fundamentada), por mais que tenha as minhas preferências.

Ciente de que a Internet é o meio de comunicação que mais oferece informação (em quantidade) para os jovens “médios” da sociedade atual, entrei primeiramente no site da candidata do PT, Marta Suplicy – www.marta13.can.br e em cerca de 3 minutos, no máximo, encontrei o link, quase no final da página principal (www.marta13.can.br/programa_governo_completo.php ) que apresenta, de maneira detalhada, as principais propostas da candidata.

Curiosamente fui buscar a mesma coisa no site do candidato a prefeito, possivelmente o vencedor das eleições, Gilberto Kassab – www.kassab25.com.br -, e não encontrei nenhuma formalização das suas propostas governamentais. No site do candidato Kassab – e é possível qualquer pessoa conferir – encontram-se “mais de 1000 motivos” para não votar na candidata do PT, com ênfase na punição que foi dada (na minha opinião, de maneira justa) à Marta Suplicy, pela propaganda ofensiva à Kassab, além de espaços de apresentação do que FOI FEITO pelo atual prefeito da cidade.

Enfim, o fato é que isso muito me preocupou, pois se não existe formalização de propostas, como poderemos cobrar o “feito ou não feito pelo futuro prefeito?”.

A minha intenção era relacionar as propostas dos dois candidatos, fazer um resumo da intenção deles dando ênfase naquilo que eu considero o tripé para o desenvolvimento da cidade de São Paulo: Educação, Saúde e Transporte.

Como só encontrei as propostas da Marta, segue uma crítica individual, somente as medidas “a longo prazo” e concretas, não as eleitoreiras ou emergenciais, pois acho importante que sejam feitos projetos para o futuro e não só medidas para abafar os problemas sérios da cidade:

TRANSPORTE

• Iniciar e concluir nos próximos quatro anos, junto com o governo estadual, a implantação de 47,4 km de metrô, completando 63,1 km até 2014 (ano da Copa do Mundo). O investimento total será de R$ 11,8 bilhões, que propomos sejam assim distribuídos: Prefeitura: 490 milhões/ano; Estado: R$ 980 milhões/ano; União: R$ 490 milhões/ ano. Serão priorizadas as extensões: da Linha 4 até Vila Maria; da Linha 5 até Hospital M’Boi Mirim e Santa Cruz; da Linha 3 até Freguesia do Ó; da Linha 2 até Cerro Corá e Sapopemba. Duas novas linhas serão implantadas: a Linha 6, de Cachoeirinha a Conceição, passando por Pinheiros; e a Linha 7, de Vila Maria a Vila Prudente.

A proposta de investir no Metrô é essencial para a demanda crescente de transporte público. Como é possível efetivar essas parcerias com o Estado e a União, de modo que esteja garantido o sucesso desse plano ousado? Para mim é uma proposta que depende mais dos outras estâncias governamentais (Estado e Governo Federal) do que do Prefeito.SAÚDE
• Implantar Rede de Policlínicas.
Ampliar e transformar as atuais 24 unidades ambulatoriais em policlínicas e construir novas unidades. Cada policlínica contará com especialidades médicas, central de exames auxiliares ao diagnóstico e centro de atendimento à saúde de idosos, capazes de atender à demanda da atenção básica (UBS, PSF e AMAs) e oferecer melhor retaguarda à rede hospitalar. Cada subprefeitura vai contar com uma policlínica.
• Construir os hospitais de Brasilândia, Jaçanã-Tremembé e Parelheiros.
• Implantar o Cartão SUS, com prontuário eletrônico do paciente, funcionando como porta de acesso a todos os serviços da rede.

As outras propostas da candidata vão de encontro às demandas especificas de regiões menos privilegiadas, carentes de um sistema de transporte eficiente. Gosto das propostas de criação de mais corredores de ônibus e também terminais, mas ainda acredito que o metrô é a solução mais concreta para o trânsito, ou talvez uma lei que limite o número de carros por família, (com suas exceções).

Achei muito interessante a proposta das policlínicas, que seguem a mesma ótica de integração que o plano da Marta procura propor nos diferentes campos. Hospitais são importantíssimos, principalmente nas regiões mais carentes, também uma organização cadastral dos pacientes precisa ser feita com mais eficácia. Nunca tive muita necessidade de usar o sistema de saúde, público ou particular. Recentemente sofri um acidente de bicicleta e fui muito bem atendido na AMA da Rua Vitorino Camilo, centro da cidade. O atendimento foi rápido e eficiente. O único problema foi a frieza do atendimento médico. Sei que tanto o Kassab quanto a Marta prometem uma “humanização” desse atendimento. Acho isso essencial. Algum tipo de treinamento, quiçá, mas é um aspecto importante para o tratamento de pacientes.

EDUCAÇÃO

• Implantar a Rede-CEU.
Recuperar as características fundamentais do projeto original do CEU. Implantar mais 20 CEUs, com cada um deles atendendo a cerca de 20 mil pessoas, entre alunos e membros da comunidade. Onde não for possível construir, o conceito CEU vai se materializar através de parcerias com entidades que trabalham utilizando equipamentos públicos do bairro.

Sobre a educação acho importante enfatizar que o CEU foi uma das propostas mais importantes para o desenvolvimento da educação e do lazer, sobretudo nos bairros mais carentes e que foi implementada pela então prefeita Marta. Tenho uma parente que trabalhava nesse espaço e que viu a degradação do local com a troca de gestão.

As outras propostas da candidata do PT me parecem importantes para estruturar o sistema de ensino da cidade, mas senti um certo descaso em melhorar as condições de trabalho para os professores. Mesmo com a formação, é preciso também promover um plano de carreira, com bonificações que incentivem o profissional da educação, para que eles se sintam estimulados a doarem tudo o que podem. A melhoria da educação é um passo imprescindível para o desenvolvimento social, mas é preciso uma atenção especial para o ensino básico, coisa que não vi (ou não entendi COMO) no programa da petista.

Enfim, existem muitos elementos que precisam ser analisados. As eleições serão no próximo domingo. Queria, em vez de ouvir comentários preconceituosos de pessoas com posturas DESTRUTIVAS, ouvir propostas, formalizadas, para que possamos cobrar posteriormente.

É fácil dizer o que o outro não fez, atacar a vida pessoal e não dar soluções para os problemas da cidade. A descrença política é fruto desse descaso com o eleitor. O que sobra é um show marqueteiro ridículo que rebaixa o cidadão a um nível acrítico. E as coisas continuam iguais.

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Geração Iphone

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“É engraçado quando a gente pensa que cresceu completamente livre da dependência do celular. O mundo sempre se virou muito bem sem ele. Mas agora parece algo improvável, inaceitável. Não ter celular é estar fora do mundo. Ao menos do mundo em que as pessoas têm mais facilidades para se comunicarem”.

Desperto-me com o toque “vai trabalhar vagabundo” do Chico que uso no meu celular e pressiono a tecla 1 para dar bom dia à minha mãe, dormindo no quarto ao lado.

“_ Oi… bom dia… bom trabalho”, ela responde e me levanto para tomar café e me aprontar pra sair.
Aproveito os minutos de número 2 para mandar um SMS pro colega de sala, a respeito do trabalho que apresentaremos a noite na faculdade.

Tomo café, saio de casa e vejo uma infinitude de pessoas conversando, com seus mediadores eletrônicos, que otimizam o tempo e permitem que os mais distantes, diferentes, apressados cidadãos consigam se comunicar no mundo “papa-gente”.

Chego ao trabalho e do meu ramal, discuto com a chefe as tarefas do dia. Passo a manhã no telefone apurando fatos, conhecendo gente nova e nas pausas, matando a saudade da Rosinha, em intermináveis ligações. Bendito celular!

Aproveito o almoço para ligar para os amigos que não “encontrei tempo de encontrar”. Todos bem, felizes, uns estudando, outros também trabalhando, outros “esse número mudou” ou “o celular está programado para não atender ligações”. Mas, a saudade fica, parece nunca passar por telefone.

De volta ao trabalho, mais e mais ligações, que só perdem para a quantidade de emails. Por ramal pergunto à moça que está ao meu lado como ela está e por ramal faço requisições internas, sonhando com os tempos em que as pessoas se olhavam, se encontravam… triste por saber que alguns sentimentos bons se esvaem com as mudanças globais.

Volto pra casa, carente de atenção, de sorrisos, abraços e então aproveito os jogos do celular pra passar o tempo, sem pensar no que me fazia feliz.

Na faculdade, agora as aulas são em teleconferência, os trabalhos organizamos via MSN, fora os recadinhos e lembretes trocados no Orkut.

Depois do longo dia comunicativo vou pra casa e me desligo. Quero conversar comigo mesmo. Ffalo, pergunto como estou, me abraço e sinto que alguns dos meus desejos primários ainda precisam ser realizados. Que até meu Iphone 3G, com internet rápida, vídeo mensagem e tudo mais, não satisfazem.

“Se Deus tivesse celular eu ligaria agora e pedia para ele voltar logo, antes que tudo aqui no mundo vire um caos, mas tenho certeza que o celular dele deve estar ocupado”.

Sobre o celular:

“Uma pesquisa realizada em 30 países por uma empresa de consultoria em tecnologia revelou que 36% dos jovens brasileiros de até 15 anos têm celular. E 25% deles estão na faixa de 6 a 9 anos. O celular se transformou no sonho de consumo da garotada. (Portal G1) – 06/07/2008

“O Brasil tem hoje uma população de 81,3 milhões de jovens com idade até 23 anos, dos quais 71% têm aparelho celular”. (Data Popular, com base em dados do Ibope e IBGE)

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Escolhas: o esforço quando não se vê o que é bom

Tateando

Inúmeras vezes sentamos à mesa sem muito apetite e esperamos “o prato” pra saber se vale a pena o esforço. A fome pode ser aguçada ou amenizada de acordo com o tipo de prato que é apresentado durante a refeição.

Se por um lado, perdemos o “resquício de fome” quando temos algo que não nos agrada (no meu caso, fígado, abobrinha, frango cozido…), decidimos “fazer uma forcinha”, se a comida é apetitosa (risoto de camarão com batata frita e suco de limão geladinho…. delícia!).

Agora, quando estamos diante de uma refeição balanceada, com coisas muito gostosas e também coisas que não se sente estímulo algum para comer, a decisão fica mais complicada. É preciso pesar, pensar e no final a escolha quase sempre varia, às vezes arriscamos, as vezes preferimos não comer mesmo.

Na vida, a dinâmica é sempre a mesma… quando estamos diante de situações claras, boas ou ruins, em que o bom (ou mesmo o ruim) está ocultado pelas circunstâncias, fica fácil resolver o que queremos.

As vezes a gente está distante de alguém e fica evidente só as coisas ruins, o descaso, o comodismo a pouca afinidade com a comunicação à distância do outro, e as coisas boas, que só podemos experimentar estando próximo, parecem quase não existir, mas na verdade só estão escondidas.

Pelo contrário, quando estamos diante das pessoas que supomos amar, podemos vivenciar momentos bons e ruins ao lado dela, é possível pesar com racionalidade o quanto vale a pena viver o relacionamento. Podemos entender se as coisas boas compensam as ruins e vice-versa. A decisão fica mais difícil, delicada, arriscada, pois arriscamos perder aquele (a) que pode nos ajudar a sermos mais felizes.

Por isso prefiro possibilidades de escolhas mais difíceis, mais complexas, porque são mais verdadeiras. Quando optar pelo sim ou pelo não, não exige entrega, desapego, dor, algo pode estar errado dentro de mim.

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