Month: September 2008

Descontentes de nós mesmos

chateado

A gente não ri mais.
Conto as vezes em que me perco em lágrimas,
De gostosas e aliviantes gargalhadas.

Invejo quem ainda vê com humor à vida,
Que consegue ignorar o mau – estar das despedidas.
E fico sério, triste, desejoso de poder não só sorrir, mas rir!

Não rio porque não tenho tempo.
Sorrio, vejo filme do Chaplin e juro que tento.
Mas a alma continua vazia.

Difícil de encontrar felicidade
Porque não basta somente sorrir
Para quem quer uma gargalhada de verdade.

“Somos tão poucos os descontentes de nós mesmos” (Federico Fellini – La Dolce Vita)

O dia em que fiquei cego

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Estava eu em minhas tão sagradas horas de sono quase sempre mal dormidas. Quase dei um pulo com o soar do despertador, que para os meus ouvidos recém acordados, pareciam os sinos da Catedral da Sé. Nada fora do comum, se não fosse o detalhe de que não conseguia abrir os olhos.Forçava, esforçava, mas eles não abriam.

Coloquei a mão sobre os meus olhos e percebi que eles estavam sim abertos e eu… estava cego.
O desespero quase tomou conta de mim, mas sorri e aliviei-me ao ver que as formas começaram a se recompor á minha frente.

Passado o susto, levantei, tomei café, me troquei e saí para mais um árduo dia de trabalho.
Ao sair, percebi que não havia pessoas na rua, não via nada além de construções, ruas, árvores… Elas haviam desaparecidos.

Contudo, o que me chamou a atenção, foi o fato de poder ouvir vozes de crianças brincando, pessoas, pessoas conversando e concluí que estava realmente CEGO.

Não a cegueira do “Ensaio” de José Saramago, agoniante de NADA poder ver, mas uma doença específica. Passei a viver num mundo sozinho, no meu mundo. Um dia sem poder me relacionar, pois não via ninguém para conversar. Sentia as vozes felizes, conversas, risadas, mas não podia VIVER aquilo.

Não sabia sequer o que fazer, mas como auto – defesa, passei a imaginar essas pessoas. Via-as em meus pensamentos, bonitas, alegres, sempre bem. Uma felicidade sonhada e almejada por tantos. Passei horas nessas “viagens da imaginação”até levar o terceiro susto do dia.

Todos aqueles momentos desejando ser feliz estava fazendo com que eu desaparecesse. Minhas pernas tinham desaparecido quase por completo.

Comecei a me desesperar e o descarte daqueles pensamentos foram refazendo meu corpo.
O dia foi acontecendo, estava sozinho, infeliz e qualquer vontade de ser uma daquelas vozes devorava partes do meu corpo. Se quisesse existir tinha que VIVER, ao invés de sonhar.

Pensei que ia passar o resto da minha vida sozinho… até conhecer Ele e me dar conta de que é possível ser realmente feliz.

Encontrá-Lo me fez escolher a verdadeira felicidade, diferente da mundana, egoísta e individualista das pessoas. Uma felicidade falsa, só imagem. Para sermos felizes temos de ser coerentes, nós mesmos e acreditarmos que os nossos ideais valem á pena ser vividos.

Descobri que não sou cego, busco a minha felicidade, não aquela baseada em coisas que passam, mas aquela ETERNA.

(Escrito para uma pessoa especial, em um momento especial)

Jovem brasileiro é o que tem mais esperança no futuro

O Brasil é o país em que os jovens têm mais esperança no futuro. A conclusão é do Instituto Gallup World Poll, que pesquisou o chamado “índice de felicidade presente e futuro” em 132 países, e foi divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).A reportagem é de Pedro Dantas e publicada no jornal O Estado de S. Paulo, 03-09-2008. O tema também é destaque do jornal O Globo, 03-09-2008.

De acordo com o estudo, apesar de viver no País que ocupa a 52ª posição em renda per capita do mundo, o brasileiro de 15 a 29 anos é o jovem mais otimista quando pensa em sua vida daqui a cinco anos. Os jovens foram questionados sobre como classificavam sua expectativa em relação ao futuro na escala de zero a 10. A média dos jovens brasileiros ficou em 9,29, superando o otimismo dos norte-americanos (9,11), que ficaram em segundo lugar, seguidos pelos venezuelanos (8,87), franceses (8,78), dinamarqueses (8,78) e canadenses (8,0).

Na população até 80 anos, os brasileiros também estão em primeiro lugar em otimismo, com uma média de 8,29.

“Isso tem relação com o espírito brasileiro. Afinal, o Brasil é um país jovem e acreditar no futuro é ser jovem”, avaliou o pesquisador da Fundação Getúlio Vargas Marcelo Néri. Ele ressalta que o otimismo pode ser resultado do crescimento da renda dos jovens, que, segundo o pesquisador, é conseqüência da maior presença deles no mercado de trabalho. Entusiasmado com os dados que mostram a evolução dos jovens no estudo e no trabalho,o pesquisador da FGV criticou o tratamento dado pela sociedade às pessoas nessa faixa etária. “Tratamos o jovem como problema quando ele é parte da solução.Agora, que superamos o desemprego, o momento é de qualificar essas pessoas para combater o apagão da mão-de-obra”, disse.

O pesquisador acredita que o momento favorável da economia estimula o otimismo entre a juventude. Segundo ele, mesmo durante o período de estagnação econômica de 1992 a 2006, os jovens entre 15 e 21 anos freqüentaram mais a escola e aumentaram a média de estudo em 3,1 anos. A média histórica era de um ano e meio de ano de estudo a cada 15 anos. A conseqüência do aumento da escolaridade, de acordo com Néri, foi que dos 1,6 milhão de empregos gerados com carteira assinada em 2007, 93% foram para jovens de até 29 anos. “Isso explica o crescimento de renda de 10,5 % anuais nos últimos quatro anos entre pessoas dessa faixa etária”, afirmou.

FELICIDADE HOJE

Os números da pesquisa parecem reforçar a crença de que o Brasil é o “País do futuro”. No ranking da felicidade presente, os jovens brasileiros despencaram para a para 53º lugar, após atribuírem nota média de 6,6 para a felicidade atual na escala de 0 a 10. Os jovens mais felizes do mundo são os israelenses , seguidos por holandeses e finlandeses. Entre os latino-americanos, os porto-riquenhos são os melhores colocados na ranking da alegria, com a quinta posição.

O índice de felicidade atual da população total, que inclui pessoas até 80 anos, eleva o Brasil para a 23ª posição. Costa Rica é o país latino-americano mais feliz na 18ª posição. De acordo com este ranking, os dinamarqueses são os mais felizes do mundo, seguidos por finlandeses, suíços, holandeses, canadenses e noruegueses.

A pesquisa aponta ainda que jovens e adultos das nações africanas são os menos felizes e mais pessimistas em relação ao futuro. A nação menos feliz seria o Togo, para a população até 80 anos. Os jovens mais tristes seriam os angolanos, seguidos pelos de Serra Leoa e do Iraque. Mergulhado em grave crise política, o Zimbábue aparece como o país onde jovens e adultos possuem menos esperança no futuro. Entre os jovens, os haitianos estão com o segundo lugar entre os mais pessimistas.

O RANKING DA FELICIDADE FUTURA*

OS MAIS OTIMISTAS

BRASIL
Venezuela
Dinamarca
Irlanda
Jamaica
Canadá
OS MENOS OTIMISTAS
Zimbábue
Camboja
Paraguai
Haiti
Bulgária
Etiópia
O RANKING DA FELICIDADE PRESENTE

OS MAIS FELIZES HOJE

Dinamarca
Finlândia
Suíça
Holanda
Canadá
BRASIL (está na 22ª posição)

OS MAIS INFELIZES HOJE

Togo
Benin
Chad
Camboja
Serra Leoa
Tanzânia
*A expectativa daqui a 5 anos

Fonte: Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas, usando dados do Gallup World Poll e O Globo, 03-09-2008

ParadoxAmor

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Ah! E se amar fosse simples como regar de água as roseiras
Não existiriam famílias esquizofrênicas
E o amor reinaria de maneira simples, singela
Com os temperos de uma felicidade verdadeira.

Mas, não, as complexidades de dois mundos que se encontram,
Estão escondidas por diabruras que as diferenças aprontam
Fazendo que o que parecia ser fácil
Exija contínuos e infinitos passos.

Ah! E se amar fosse simples como fazer rima
Todos procurariam escrever versos, pra mim, pra você e pra Tina.
O amor reinaria de maneira tranqüila serena,
E mesmo sendo difícil, tudo na vida valeria à pena.

Automedicação contra honestidade

desonestidade

Existem mais de 100 drogarias “24 horas” espalhadas por São Paulo, buscando atender os imprevistos que podem afetar a saúde de maneira branda ou acabar definitivamente com ela.

Segundo um levantamento da Fiocruz – Fundação Osvaldo Cruz -, o estado de São Paulo lidera o ranking de intoxicação por remédios, com mais de 13 mil registros por ano e o número de casos médios de uso indiscriminado de remédios está crescendo.

Na noite de quinta-feira, vou a uma dessas drogarias para comprar Pasalix, remédio com a função de combater a ansiedade e a insônia da minha mãe, professora de Ensino Fundamental, do nada generoso estado paulista.

Chegando na Droga Verde da avenida General Olímpio da Silveira, já passadas às 23 horas, percebi uma fraca circulação de pessoas, mas, conversando com uma senhora que parecia ser uma das funcionárias da drogaria, estava uma mulher bem vestida, que aparentava uns 40 anos.

Enquanto esperava, fui tentando descobrir se o Pasalix era remédio de prateleira, mas foi uma decisão em que obtive pouco sucesso. As drogarias da rede Droga Verde têm uma infinidade de produtos espalhados nas 40 unidades da cidade e comercializam medicamentos, vitaminas, cosméticos e artigos de higiene em geral. Verdadeiros shoppings centers da saúde que, não raramente, oferecem, de maneira irônica, cigarros aos seus clientes no balcão de vendas.

Aguardando “só um momentinho”, que já passavam de 15 minutos, escuto a senhora bem vestida discutir com a farmacêutica, sem conseguir entender do que se tratava. Aproximo-me e aos poucos vou ouvindo a confusão. A senhora precisava de um remédio para dor e obrigava a funcionária a indicar algum remédio eficiente, mas a farmacêutica negava. “Isso não é permitido, minha senhora!”. “Eu sei, mas sou sua cliente!”
Inconformada com a falta de flexibilidade da funcionária em não querer indicar remédios, a cliente começou a se exaltar. “Você me negou informação uma outra vez e levei um remédio que me adiantou nada!”.

Nas farmácias, todos os dias, consumidores procuram por remédios sem receita médica. “As conseqüências de tomar um remédio sem a indicação correta podem ser muito graves e em alguns casos leva à morte”, diz a toxicologista Rita Higa. A situação se agrava ainda mais quando a vítima é criança.

Os minutos vão passando e a mulher continua ofendendo a funcionária da Droga Verde. Quer de qualquer jeito uma indicação de remédio, mas acaba não obtendo. “Ah, me dá qualquer um então sua incompetente!” e dirigindo-se ao caixa, não deixa de exprimir para os outros funcionários da Droga Verde sua insatisfação pelo mau atendimento.

O que preocupa ainda mais é que, de acordo com um estudo da Fundação Osvaldo Cruz, as intoxicações por remédio bateram recorde no país e revelam que, em média, três ocorrências são registradas por hora. E o estado de São Paulo representa 41% dos casos.

Depois daquele show, finalmente chegou a minha vez de ser atendido e tentei olhar com certo respeito pela farmacêutica. Exemplos de dignidade como estes, na área da saúde, são tão raros que merecem grande consideração.

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