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Um olhar concentrado e um sorriso. Segundos seguidos de passadas firmes e a festa por uma vitória conquistada com muita superação. O salto fantástico, 7,4m e o choro emocionado ao ouvir, pela primeira vez o hino brasileiro, no lugar mais alto do pódio em uma olimpíada.

Contrastes e momentos emocionantes. Finalmente uma brasileira, que treinou, sofreu e se superou em seu país, agora VENCEU. Uma mulher que viveu as dificuldades provenientes da falta de incentivo no esporte, que obriga os atletas do Brasil a se conformarem e se renderem ou lutarem.

A Olimpíada de 2008 pode ser considerada a Olimpíada das mulheres. Capazes de surpreender e não decepcionar, Maurren Maggi, no salto em distância; Marta e Cristiane, símbolos da equipe feminina de futebol e a judoca Ketleyn Quadros mostraram, respectivamente, o controle emocional, o amor e a dedicação, que faltaram a grande parte dos atletas da delegação brasileira na China.

Certamente essa olimpíada ficará marcada como um dos maiores fiascos entre os desempenhos de atletas brasileiros, por conta da expectativa herdada dos Jogos Pan-americanos do Rio. Mas, a festa de poucos momentos felizes, não será facilmente esquecida.

“Meu Deus, o que foi que eu fiz” disse Marta, minha nova “ídola” do futebol. Gosto de gente que joga com amor, com vontade, que quer ganhar a todo custo, com humildade, valorizando as adversárias, mas confiando na própria força.

As cenas da vitória de Maurren Maggi no salto em distância, a concentração e os gritos antes do salto, o choro ao ouvir o hino e o maravilhoso sorriso de “missão cumprida”, me emocionaram muito. Foi diferente de um contentar-me com os bronzes e as pratas, foi diferente da emoção após o desabafo do judoca Eduardo Santos, pois foi um desempenho vitorioso.

Derrotas ou vitórias, para nós, torcedores do Brasil, têm um significado relativo. Para uns pode ser motivo de muita alegria, para outros, pura alienação. Mas para os atletas é diferente. A vitória, a medalha de ouro, é, sobretudo, um presente a eles, pelo esforço, a superação e a alegria de fazer bem aquilo que gostam.

O esporte, em especial esses exemplos femininos, mostrou o verdadeiro valor da vitória para quem luta e o verdadeiro valor da luta para quem ama. Que esse mês, esses Jogos Olímpicos, fiquem marcados na história do esporte brasileiro como a Olimpíada em que as mulheres puderam mostrar que não basta força ou talento, é preciso AMAR o país, para ser brasileiro.