Mais uma quarta-feira, daquelas longas e tristes, pois não se sente nem o descanso do final de semana e nem a alegria da sexta-feira.
O cansaço tem se mostrado ainda mais presente na vida dos brasileiros por conta da transmissão dos Jogos Olímpicos, que durante a madrugada, convida insistentemente os telespectadores a sacrificarem algumas horas de sono para ver os atletas superando limites, muitas vezes difíceis de acreditar.
Porém para os brasileiros essa não tem sido uma boa olimpíada. Mesmo com a maior delegação da história dos jogos, até agora, o Brasil só conquistou três míseras medalhas de bronze.
Tudo bem, não podemos tirar nem o mérito e nem a glória de nossos “atletas do bronze”, mas juro que esperava um pouco mais dos brasileiros na competição.
Talvez as maiores decepções sejam no basquete feminino e na equipe de natação. Enquanto uma mostrou garra e força de vontade durante o pré-olímpico, a outra era considerada umas das melhores equipes da natação da história brasileira, mas ambas passaram em branco até agora e nos restou torcer e se maravilhar com os inúmeros recordes batidos pelo estadunidense Michael Phelps, principal atração nos Jogos de Pequim.
Claro, a equipe feminina de ginástica foi excelente. Até mesmo o futebol e o vôlei masculino, questionados antes do início das olimpíadas, têm mostrado muito potencial e resultados surpreendentes, mas, ainda se sente um gosto amargo na boca em ver que até o Cazaquistão está na nossa frente no quadro de medalhas.
Sim, é verdade que as vitórias vieram em esportes poucos expressivos, mas, posto que somos quase 200 milhões de habitantes, é difícil crer que nenhum de nós, brasileiros, teve a possibilidade ou interesse em levantamento de peso ou luta greco romana.
Não sei se é possível encontrar muitas respostas para os questionamentos que me vêem em torno desse “fracasso olímpico” da delegação brasileira, especialmente porque os jornais dizem que algumas leis de incentivo ao esporte ajudaram diversos atletas que agora estão em Pequim.
O que percebi nas provas que pude assistir é que sim, melhoramos muito o nosso desempenho em relação ao que pudemos fazer em outras olimpíadas, mas os demais países, principalmente os Estados Unidos, a China, além dos europeus e asiáticos, tiveram um aumento no potencial de disputa muito superior ao brasileiro.
Assim, enquanto os Jogos Olímpicos vão acontecendo, nos contentamos com a beleza das construções, as novas técnicas, os corpos esculturais, porque se for para torcer mesmo, só com o espírito do “importante é competir”.