Todos os dias a abelha percorria o mesmo (e longo) trajeto para se alimentar do pólen da margarida, que também possibilitaria o crescimento da Grande Colméia. Era só o Sol nascer, a brisa fresca da manhã bater em suas asas que ela voava em direção à linda flor que há tempos embelezava o Grande Jardim.
Contudo, o inverno foi chegando, mas a abelha continuava a ir retirar seu alimento todos os dias na margarida. O grande problema era que as visitas diárias da abelha não permitiam que a flor se recolhesse e se protegesse do forte frio que assolava o jardim. Quando começava a pensar no como se proteger a abelha chegava e obrigava a margarida a manter-se aberta, para que não lhe faltasse alimento.
Aos poucos o inverno começou a castigar a margarida. Sim, é verdade que a flor encontrara o porquê da sua existência fornecendo o pólen para a abelha, mas ela precisava também desse momento consigo para sobreviver ao inverno. O tempo foi passando e a abelha continuava a voltar, todos os dias, para retirar o pólen da margarida, até que um dia a flor não estava mais lá.
Ao perceber a abelha se desesperou, sabia muito bem o que aquilo significava. A necessidade que tinha de estar constantemente se alimentado do pólen da margarida acabou sendo maior que a importância de respeitar as necessidades específicas da flor, mas agora era tarde.
Depois de algumas semanas sem o pólen a abelha foi enfraquecendo. Sentia uma grande dor por não ter pensando um só momento na flor e nos seus últimos dias de vida, desejou ao menos encontrá-la no paraíso da fauna e da flora.