Month: March 2008 Page 1 of 4

Amor gratuíto

TERESA

Há tempos venho me perguntando sobre o tal Princípio de Gratuidade que sempre acreditei existir. Procurando no Google os verbetes “amor gratuito” encontrei quase que exclusivamente, referências religiosas sobre o sentimento.

Navegando pela internet tirei do blog português, Um dia ao outro dia (http://umdiaaooutrodia.blogspot.com), considerações leigas a respeito do sentimento: “Só amor gratuito, sem retorno, abandonado, que não espera faz escavar um lugar para o céu dentro de nós. (…) Passagem cortante e obscura a do amor sem retorno, em que a garganta se contrai num amargo: Porquê? Que mal eu te fiz? (…)
(faço por vezes, esta pergunta, sem resposta, para alguns abandonos, tão de barro que ainda não aceitei que, fiel é Aquele que nunca larga, nem mesmo os que o magoam).”

Porém, ao lê-la, constatei que pode-se realmente considerar sentimentos universais.

Conversando com ela neste final de semana, entendi que, como a objetividade para o jornalista, a gratuidade (e a coerência) vale mais pela busca, do que pelo mérito do conceito.

As explicativas psicológicas que formalizam nosso ser intrinsecamente egoísta não me parecem obstáculos, porque lutar contra a nossa humanidade é já uma “guerra perdida”.

O que me parece importante é não se render, não aceitar com indesejável conformismo, as nossas individualidades maquiavélicas, a nossa aparente incapacidade de viver “pelos outros”.

Pensar em nós mesmos é já uma hábito. Difícil mesmo é perder momentos da nossa vida para dedicar às pessoas necessitadas, de pão a um singelo sorriso.

Vou continuar pensando nisso!!

Nina e os cariocas

Cariocas

Prazer em te conhecer Nina,
Ta certo que você não é como a Tina,
Mas tem olhos bonitos como a companheira que me acompanha
Ok, eu admito, conhecer-te me deu uma felicidade tamanha.

Talvez o Rio fosse perfeito sem os cariocas,
Mas sem a alegria do povo seria uma cidade morta.
Mesmo que eles achem que vender coco na praia é trabalho
Vejo nessa gente um modo singelo de “quebrar o galho”.

Disseram que a Nina é meio maluca,
Talvez seja de tanto escorregar e bater a cuca.
Pinda, Paulinha, Matheus e a bailarina Mariah
Fizeram do Rio em que virei o ano, o melhor lugar.

Já escrevi sobre a Cidade Maravilhosa em revista,
Mas nunca imaginava que ela era um Paraíso de doer à vista,
E assim faço dessa poesia uma simples homenagem
Para os caros que conheci na minha ultima viagem.

ps: Para que não haja qualquer interpretação errônia a respeito das minhas opiniões pessoais, venho por meio desse Post Scrip dizer que não desconsidero a prática de vender cocos na praia como trabalho, muito pelo contrário, valorizo com muito respeito esses trabalhadores honestos que muito auxiliam no clima agradável de todas as praias brasileiras.

A minha noite

noite

Os dias passam e ainda continuo procurando novas diretrizes que satisfaçam meus anseios pessoais de amor e dinheiro.

Queria não me contaminar com o capitalismo autofágico que me impulsiona a um prazer descontrolado, mas quase sempre me sinto fraco e incapaz.

A fraternidade que deveria integrar e interagir com a liberdade e a igualdade virou artigo de perfumaria, pois no final o que vale mesmo é satisfazer o meu eu.
Toda essa conjuntura me empurra para uma depressão sem volta, para um descontentamento constante.

No final, o que sobra é a vontade de cumprir o meu singelo papel no Grande Teatro, procurando atuar nesses meus poucos segundos de Palco, para fazer valer essa única oportunidade de mostrar aos espectadores, que cada artista faz parte do Espetáculo.

Mas, o pessimismo tantas vezes me consome. Sinto-me fraco, incapaz de amar até mesmo os mais próximos, aqueles que mais amo, pois também a capacidade de perdoar, de suportar as diferenças, por mais simples que sejam, vai sendo devorada pelo frenesi da vida contemporânea.

Dentro desse interminável e escuro túnel não consigo ver nada além do perímetro que cerca a minha vida, perdi as referências do Todo, a minha ideologia. Desta forma, o que me resta é procurar aquela resposta um dia contemplada, esquecida nos corações de todos aqueles me serviam de Luz e assim possa amanhecer nessa profunda Noite, que ultimamente me encontro.

Testamento (’08)

ALIANÇA - TESTAMENTO

Entrego…
Meus sorrisos mais singelos,
Ao bem que quer o Pai eterno…
Entrego a vida que até gostava de construir sozinho
Pra dividi-la dia-após-dia com a ela.
E agradeço a Deus por ter pernas pra caminhar e de estar com a Tina.
Percorrer quilômetros desfrutando da querida Sorriso de Menina.

Entrego…
A possibilidade de passar o resto da minha vida com meus amigos
E estar assim pronto para superar os imprevisíveis perigos.
Entrego os dias e meu amor imensurável pela vida.
Pra que cresça essa minha capacidade de amar ainda comedida.
E agradeço a Deus por ter pulmões para respirar o ar puro do Interior.
E viajar pra longe e finalmente descobrir a beleza do Arpoador.

Entrego…
Meu coração todo da amada
Sabendo que estou entregando simplesmente a mulher da minha vida.
Entrego para que seja Ele a me guiar
Não importando tanto se estarei aqui ou em qualquer outro lugar.
E agradeço a Deus por também ter me dado uma grande família.
Nenhuma solidão vai fazer desse testamento, uma poesia sem alegria.

Lamentos de um sanguessuga II

imagem3

Sou um parasita de humanos.
Nutro-me do meu próprio e sujo sangue,
Sugando-o em uma hemodiálise canibal.
Foi ela que me fez ignorar a importância do “outro”,
E então concluir que sou mais um monstro espelhado,
Refletindo mais de mim mesmo
E menos de quem gostaria de ser.

Prefiro me fechar em meus limites, defeitos e pecados,
Por medo de assumir minha culpa.
Engano-me com uma felicidade desgostosa,
Aceitando atuar em um monólogo vazio.

Sou um verme vetado a morte, não de fome,
Mas de inutilidade.
Cansando-me de olhar no espelho e não me ver.

O profundo, um dia fecundo.
Hoje, cada vez mais, é moribundo.

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