Tinha um garoto, com cara de menino, que não parava de sorrir aquele sorriso engraçado.
Mas o que mais deixava perplexas as pessoas, era seu olhar que se perdia, profundo, mesmo diante daquela barba desfeita, o aspecto externamente descuidado.
Dentre seus dons a capacidade de simplesmente ver o mundo, sem vícios e vicissitudes que a banalização do olhar constantemente nos é imposta.
Essa garoto me fez chorar quando disse seu sim, sem saber o que estava assinando… Aquele acordo englobava milhões de almas. Ou será que ele sabia?
Mudam-se pessoas, o tempo, a vida, e a gente escolhe, antes de tudo, um Deus pra louvar, um amor pra amar e se delicia simplesmente por poder, desta festa, participar.
E assim, forró, samba, o que me importa?
Tanto pra mim, quanto pro garoto-Chaplim só resta a sensação de estar, mais que tudo, vivendo.
Aprendendo com os erros, mergulhando em crises aparentemente sem fim, mas tudo pra que a gente se dê conta, que nem tudo é tão complexo assim.
Pois tanto eu, quanto o meu amigo Chaplim, pudemos perceber que o amor, quer dizer, o Amor, é o único fim.
Fim em si, finalidade.
E mesmo que o tempo passe e adquirimos responsabilidades, decorrentes da nossa idade.
Podemos nos dar conta, de que é possível olhar o mundo, chorar com música bonita, fazer poesia.
Sem vergonha de manifestar, essa nossa tão efêmera sensibilidade.
Poesia em homenagem ao meu grande amigo Vitor Bustamante que ontem, 04/12, completou mais uma primavera.