ceu-inferno

Sabe quando a gente não encontra solução racional para problemáticas cotidianas?
Quando a gente ouve comentários que assustam por tamanha incoerência daquilo que se ouve com o que se faz?
Às vezes é um esforço desumano acreditar que as coisas têm soluções, pois cada vez mais me dou conta que, não adianta termos grandes médicos, pensadores, esportistas, ou mesmo jornalistas, se não somos Homens Novos.
O que tenho visto, especialmente entre meus colegas de faculdade ou trabalho, é uma grande tendência em analisar o mundo com perspectivas explicitamente individuais, pois, afinal de contas, “se eu não pensar em mim, quem vai pensar??” (frase sonora mais ouvida das últimas semanas) Esse episódio me fez lembra um vídeo que assisti quando era pequeno, em um encontrinho do Movimento que participo desde que nasci.

Falava de um grande fotógrafo que tinha o sonho de fotografar o céu e o inferno.

Escolhendo começar pelo que pareceria pior, o fotógrafo foi ao inferno e viu que lá não era um lugar aterrorizante como diziam, pelo contrário, tinha uma grande mesa com um banquete apetitoso. Esperando por detrás de um arbusto, viu chegando as pessoas para comer. Se assustou pelo fato de todos estarem magros, de cara brava e cansada. Não conseguia conceber tudo isso diante do banquete que se prostrava diante deles.

Contudo, as pessoas carregavam garfos gigantescos e quando começavam a comer, não conseguiam por a comida na boca, pois as dimensões do garfo (e o fato de poderem pegá-los somente na ponta) não possibilitava alcançar a boca. Ficaram horas brigando com eles mesmos e depois entre eles por não conseguirem comer.

O fotógrafo ficou assustado, saiu correndo e pegando o carro foi viajar em direção ao céu.

Chegando no céu a mesma visão… o mesmo banquete… porém, as pessoas chegavam felizes, todas bem saudáveis e ele não entendia o porquê, pois não via nenhuma diferença, até mesmo na dimensão dos garfos.

Porém, quando começaram a comer via que eles não procuravam alimentar-se sozinhos, pois assim não conseguiriam como acontecia no inferno. Em vez disso, pegavam a comida e alimentavam a pessoa ao lado, cada um pedia ao outro aquilo que desejava e lhe era dado pela pessoa ao lado.

Assim, o jornalista havia entendido que a diferença entre o céu e o inferno é justamente essa capacidade que se desenvolve de AMAR e também deixar-se ser amado (que também é amor).

Aquele vídeo deixou marcas dentro de mim e me fez entender que nenhum discurso deve passar por cima do meu esforço de viver pelas pessoas, de pensar naquilo que os outros também desejam, ir além da minha realidade e do meu próprio umbigo… Não que consiga sempre… mas é um esforço cotidiano que, ao meu ver, pode realmente mudar um pouco do mundo caótico em que vivemos.