Uma experiência me fez perceber que nunca é a última chance de fazer algo pelo próximo. Enquanto caminhava pelas barulhentas ruas da minha cidade, paro pra olhar o mendigo que caminha lento e de cabeça baixa.
Penso alguns segundos em fazer algo… Lembro-me que tenho uma maçã que há muito tempo coloquei na mochila, mas no momento em que não olhava para ele, um carro o pegou e jogou dois metros adiante.
Não sabia o que fazer, esta envolvido em um choque tão grande que parecia uma estátua.
Olhava-o lá inconsciente. Era ele que queria amar! Não sei se ele, por acaso, já havia sentido o amor verdadeiro, a certeza de que alguém o queria bem.
Com lágrimas nos olhos me girei para o céu e ofereci a única coisa que naquele momento eu podia: A minha incapacidade de salvá-lo.
Voltando para mim, enxugando as lágrimas, olhei para o lado e vi um garotinho sentado na calçada. É Ele que me aparecia, uma outra oportunidade! Pego a maçã e dou ao menino, recebendo em troca um sorriso desdentado e assim entendi que, enquanto posso respirar, haverei muitas oportunidades de amar e, melhor ainda, de recomeçar.