Calar minha voz

Calar minha voz

Ah… se eu pudesse calar minha voz

Toda vez que ouço os gritos estridentes

desse meu inoportuno coração

Aí talvez dissesse as coisas certas,

Desperdiçasse menos tempo

Sendo suave como leito de um grande rio

E não violento como a sua potente foz.

Mas o fato de externar esses sentimentos

Essas descobertas, idéias, pensamentos,

Obrigam-me a falar, a não esconder o que se passa dentro de mim.

Para que depois eu não me perca em constantes lamentos.

Que para mim, mais do que nunca, seriam o fim.

Porém, hoje, acordei sentindo um vazio estranho

Com o gosto amargo na boca de talvez ter demolido

Todo a imenso jardim que contigo foi construído

De ter sido mais eu, e não mensurar o estrago tamanho.

Por isso venho com simples palavras pedir-lhe que me perdoe,

Que não seja a desculpa que é pouco,

como o então sussurro rouco,

Mas que é grande quanto o medo, imenso como a minha cidade.

Tão grande quanto é grande o medo, de perder sua imprescindível amizade.

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1 Comment

  1. Valter!!! Saudade de passar por aqui! Adorei a comparação “violento como uma foz”… Lindo isso. Queria que você lesse um poeta que gosto MUITO e acho que irá gostar tanto quanto… Vou manter um livro dele na bolsa, me vendo na puc, cobra-me, ok? Grande abraço! Vitor

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