Ah… se eu pudesse calar minha voz
Toda vez que ouço os gritos estridentes
desse meu inoportuno coração
Aí talvez dissesse as coisas certas,
Desperdiçasse menos tempo
Sendo suave como leito de um grande rio
E não violento como a sua potente foz.
Mas o fato de externar esses sentimentos
Essas descobertas, idéias, pensamentos,
Obrigam-me a falar, a não esconder o que se passa dentro de mim.
Para que depois eu não me perca em constantes lamentos.
Que para mim, mais do que nunca, seriam o fim.
Porém, hoje, acordei sentindo um vazio estranho
Com o gosto amargo na boca de talvez ter demolido
Todo a imenso jardim que contigo foi construído
De ter sido mais eu, e não mensurar o estrago tamanho.
Por isso venho com simples palavras pedir-lhe que me perdoe,
Que não seja a desculpa que é pouco,
como o então sussurro rouco,
Mas que é grande quanto o medo, imenso como a minha cidade.
Tão grande quanto é grande o medo, de perder sua imprescindível amizade.