Pedro vivia num bairro bem populoso da periferia paulistana. Tinhas dois irmãos menores e era filho de pais que brigavam muito. O garoto não entendia o porquê daquelas discussões constantes entre eles, havia de todas as formas procurado entender a difícil cabeça dos adultos, mas tinha concluído que, quanto maior a idade, menor a capacidade de perdoar os erros dos outros.
Caminhando pelas ruas do seu bairro, depois da tarde de futebol no campinho da escola, Pedro tropeçou num objeto que parecia ser um dado. Abaixou para pegá-lo e com ele em mãos descobriu que não eram números, mas frases que preenchiam as faces do dado.
Não entendia o como aquele dado tinha parado ali, mas resolveu levá-lo consigo, para mostrar a sua vizinha e melhor amiga Rosinha. Porém, antes disso, no dia seguinte, Pedro lembrou que tinha que levar alguma coisa para escola, porque era o dia do “Mostra e conta”, onde cada criança apresentava um objeto pessoal diferente… um gato, um vídeo-game, um brinquedo… Depois de muito pensar, Pedro decidiu levar o dado.
No caminho da escola, encontrou uma senhora de óculos sentada no banco do ponto de ônibus. Ficou impressionado com o sorriso dela e tomou um belo susto quando ela o chamou. Meio acanhado se dirigiu a ela e deu um bom dia bem tímido.
A senhora perguntou se aquilo que Pedro havia no bolso era o Dado do Amor. Impressionado Pedro retrucou: Dado do que??
_ Do amor” disse novamente a senhora.
Ele disse que havia encontrado o objeto no chão da rua e que estava levando pra escola para mostrar aos seus colegas.
_Deixe me ver” – disse a senhora. E quando ela tocou no dado! O mundo desapareceu.