Esforçar-me para ver Luz em meio às tão tenebrosas trevas que a sociedade pós moderna oferece, tem sido quase um exercício constante, especialmente para não ter uma visão viciada do mundo.
Em Profunda Pressão já havia expressado as mais diversas imposições que nós estamos expostos, do nosso nascimento à “juventude de transição” do qual eu, particularmente, estou atualmente sujeito. Porém, pensando na depressão, descobri os benefícios incríveis que ela produz nos meus coetâneos e também nos adultos que por acaso possam estar vivendo esse tipo de “doença”.
Sempre achei que o maior perigo é se acomodar nas mais diversas ocasiões/posições. Que a maior doença seja justamente a incapacidade de enxergar àquilo que exista além de um palmo de distância dos nossos narizes.
Todas as imposições que vieram posteriores ao Modernismo, emergente no início do século XX, foram aos poucos deformando os indivíduos, remodelando a Sociedade, que se tornou cada vez mais “de Consumo”, tornando-nos, como diz o pensador alemão Theodor Adorno, objeto e não mais sujeito da história.
Aos poucos vamos sendo consumidos por esses novos paradigmas autofágicos, perdemos àquilo que nos torna diferente de qualquer outro ser: a alma consciente.
A depressão aparece justamente como primeiro indício de que “algo não está bem” na nossa Sociedade. Pois a satisfação que o dinheiro traz, a liberdade do Liberalismo, a possibilidade de experimentar tudo, deveriam previamente serem emancipadoras, mas o que vemos é uma quantidade potencialmente crescente de pessoas vazias. Com a depressão pode-se ver que o nosso corpo ainda reage às imposições, que ainda existe luta contra o Mau e em prol de uma felicidade plena.
Já me questionei muitas vezes se o marasmo, a minha vontade de muitas vezes não fazer nada, ou não falar com ninguém, eram indícios de depressão, mas entendi que era um sobreaviso do meu corpo para que eu pudesse repensar a minha vida e procurar dar sentido às coisas, que poderiam estar sendo feitas simplesmente por rotina.
Texto de apoio: Profunda Pressão – http://vartzlife.wordpress.com/2007/08/17/profunda-pressao/