Dentre as minhas maiores incoerências está justamente o fato de falar mais que fazer. Enxergo-me quase sempre nos outros, consigo quase sempre perceber as falhas e limites de ações equivocadas e transformar minhas constatações em comentários e conselhos enfadonhos, que muitas vezes descubro que o melhor mesmo e falar pouco e fazer mais.
Mergulhamos em fases novas de acordo com as experiências que nos são permitidas fazer e dentro delas surge sempre a pergunta… será que sou capaz? E é justamente essa capacidade o que tenho procurado explorar dentro de mim. Conhecer-me o suficiente para saber até onde posso chegar hoje e os pequenos passos para ir mais adiante amanhã.
Para isso, tento não permanecer nos meus medos cotidianos de me envolver com pessoas e situações, procuro não temer a possibilidade de perder uma grande chance de amar outras pessoas da mesma forma que o tenho feito com as já amadas. Assim, nem é tanto ser coerente a minha preocupação, mas aceitar minha incoerência, minha profunda contradição entre ser e querer ser, falar e fazer.
Entendo, sempre mais, que preciso das pessoas para dar esses passos que são gotas homeopáticas imprescindíveis para o meu crescimento pessoal como individuo dentro do corpo social, mas também como co-autor de um novo conceito de relacionamento interpessoal.
Continuo caminhando, olhando nos olhos de quem encontro, sorrindo, procurando entender cada vez mais as diferentes acepções do mundo, as contradições, para fazer mais que falar, ser mais que escrever.