As pressões das contrações de parto compartilhadas com a minha mãe preanunciavam um mundo que não esperaria meus passos gradativos, mas exigiria respostas instantâneas.
Passei a infância pressionado à aprender o ABC com cartilhas metódicas, além de ser obrigado à assimilar regras de convivência sem explicações profundas aos meus porquês.
A minha adolescência foi um bombardeamento dos mais variados tipos pressão: excelência nos estudos, paciência nos afetos, boa educação, gentileza, aos amigos atenção, que cheguei à juventude precisando de terapia.
Agora, o mundo me pressiona cada vez mais e essa pressão profunda me impulsiona a, antes de mais nada, perder os meus valores sobreviventes à enxurrada de imposições sem sentido.
A profunda pressão me obriga a permanecer sozinho, no meu mundo, no meu individualismo, para que o Mal possa me controlar com certo comodismo.
Assim, perco não só os meus ideais, mas a minha vontade de viver, cada coisa perde o sentido que deveria ter sido descoberto naturalmente, mas a profunda pressão (mal do Novo Milênio) impôs a minha vida ao tempo dela, quase sempre sem nenhum tipo de espera.
O único modo de não continuar mergulhando nessa profunda pressão é não recusar o abraço do meu irmão, não permitir-me estar só em momentos em que é mesmo só isso que desejo.