Acredito que entre tantas capacidades que o mundo Capitalista nos obriga possuir, a mais importante delas é a capacidade de sorrir. Não que este ato seja uma espécie de reverência “auto-alienativa” perante aos problemas e conseqüências de uma cultura sanguessuga, mas por fé de que existem coisas que estão além do nosso Ser, humano.
Sorrir, diante dos mais mau humorados cidadãos, sendo eles chefes, motoristas de ônibus, donos de mercados, ou companheiros de viagens no metrô, trem, é, mais que tudo, ser um simples paradoxo na sociedade.
Entre tantas violências que enfrentamos durante o dia… visual, sonora, também o egoísmo, individualismo, hedonismo, tudo isso deve ser burlado pela nossa capacidade de sorrir.
Esse singelo ato transforma ambientes, nos transforma e ajuda a manter-mo-nos perseverantes na busca de um mundo “vivível”, não isento de problemas ou dificuldades, mas suficientemente arrendado para que possamos buscar as respostas emancipatórias juntos.
Sorrir é o primeiro passo para não nos contentarmos com a nossa omissão irresponsável e aos poucos, irmos descobrindo que só o nosso protagonismo pode transformar as pessoas que estão à nossa volta, ou seja, uma pequena parcela do mundo.